Camila Cabello | Point of View
Na manhã seguinte, acordei cedo e fiz o café... Austin estava um lixo, rosto inchado e muito calado.
— Aus... não fique assim.
— Eu só queria um filho... tudo tem que ser tão complicado? Para famílias aturarem... para casar... para fazer os pais irem ao casamento... para ter filhos... levamos dois anos nesta fila enorme... agora isso.
— Por isso mesmo, Aus... vocês esperaram tanto, uma menina não vai ser grande problema. Ela não vai ser surtada.
— Como saberemos? Ela pode ser uma psicopata.
— Você conversou com ela? – Ele negou. — Viu? Converse um pouco com ela... ela não é uma psicopata, psicopata é quem a deixou parar naquele lugar... vamos lá, Aus... você não pode ser preconceituoso... ela pode ser uma boa garota.
Ouvimos a porta se abrir e Shawn entrou, abraçando Austin, que retribuiu na hora. Os dois não haviam dormido. Eles começaram a chorar.
— Porque você tem que ser tão cabeça dura? – Ele perguntou batendo no braço de Aus, que acabou sorrindo. — Colocou um pouco de juízo nesse moleque, Milão?
— Um pouco... eu acho. – Eu disse e eles se beijaram... — Parem! É muita informação de manhã cedo.
Eles me ignoraram e continuaram se beijando, virei de costas e terminei de preparar o café.
Meu celular vibrou, “Velcro” piscava na tela, com uma foto de Vero apertando seus peitos minúsculos para tela... até a Lauren notar que era a Vero, alguns sapatos voaram em minha direção.
— Fala sapatão!
— Oi pintinho... – Revirei os olhos. — Viu... preciso de você hoje. Se for por todo o dia, melhor, você precisa assinar algumas autorizações e a vigilância ambiental precisa conversar com você.
— Por quê?
— O chafariz e querem saber sobre velas e cinzas... não me pergunte o que, mas querem.
— Ok... vou conversar com Lauren.
— Isso. Fale com sua dona e não se esquece de tirar a coleira.
— Vai tomar banho, Vero. Me deixa com minha vida perfeita e não tente colocar defeitos nela.
— Calminha Piu-Piu. Estou brincando.
— Ok. Até já.
Desliguei e subi as escadas. Lauren dormia, ela teria uns dias de folga, pois a matéria estava pronta... essa bendita matéria que sugou as energias de todos.
— Amor... – Beijei a testa dela e ela me abraçou. — Preciso resolver algumas coisas na obra, não sei que horas volto.
— Não... fica aqui comigo. – Ela beijou meu pescoço várias vezes... — Justo hoje?
— Não vejo dia melhor... seria muito complicado levar a Bia lá.
— Tudo bem... – Ela me empurrou e sentou sobre meu quadril. — Se você não me quer... – Ela disse deslizando a mão por meu peito. — Eu estou tão acesa hoje... – Ela lambeu meu pescoço e eu apertei a cintura dela.
— Posso demorar um pouco para...
— BOM DIA PAPA, BOM DIA MAMA. – Lauren voou do meu colo e eu coloquei um travesseiro em minha ereção. Bia pulou na cama, mas não conseguiu subir, Lauren a ajudou e a encheu de beijos... ela gargalhava. — Mama... tô sem ar... mama...
— Você é muito gostosinha... preciso beijar inteira...
— Sélio mama... tô sem ar... – Bia disse afastando a mãe com as mãozinhas... e levantou, pulando no meu pescoço e me beijando demoradamente a bochecha. — Papa...
— Princesa! Como passou a noite?
— Mimindo. – Lauren gargalhou.
— Verídico. – Lauren falou e eu neguei.
Logo eu estava pronta e me despedi delas, Shawn e Austin estavam tomando café e distraíram Bia para que eu saísse sem problemas.
×××
Eu estava cansada de assinar papéis e conversar sobre... velas. Eu expliquei que não éramos adeptos de velas, mas.a moça parecia empenhada a isso. Depois o chafariz, eu não sabia de onde vinha a água, Vero teve que me ajudar com isso.
Foi um dia muito chato, mas acho que eu estava mais irritada por estar longe da minha família. Quando Vero me liberou, eu quase corri para o carro... mentira, eu corri mesmo.
— Céus, Milão. A Bia está com quem para você estar tão desesperada?
— Com a Lauren... – Eu pisquei para ela e ela sorriu maliciosa para mim.
— Sua safada! Será que não aguenta umas horas longe da boceta dela?
— Ficamos o dia todo aqui, injusta. – Eu disse e entrei no carro.
Quando desci do meu carro, qualquer euforia ou sorriso por estar em casa, tinha se esvaído. Lembro-me do dia em que Lauren falou que escolheria Tyler para ser padrinho de Bia... foi uma briga caótica, pois não é uma coisa simples de se aceitar, mas eu acabei cedendo, não aguentei dois dias brigada com Lauren.
O carro dele está estacionado na frente do jardim... pensei em furar o pneu e arranhar a lataria, mas essa seria uma bela desculpa para a visita dele demorar mais...
Eu sempre tento equilibrar minhas frustrações, meus medos, minhas alegrias e minhas vitórias em uma balança interna... confesso que lido bem com elas... mas quando meu ciúme entra nessa balança, não tem sentimento bom que se iguale a ele, fico cega... fico a pior versão de mim.
Eu devo estar de pé aqui... em frente a esse carro há uns vinte minutos... se eu sonhasse, nem teria me dado ao trabalho de correr... de ficar feliz ao retornar para casa.
Não é exagero, ele não é qualquer um, ele já me ofendeu muito na adolescência e o pior... ele amava... (Ama?) minha garota. Ele já foi para cama com minha garota... senti uma lágrima escorrer por meu rosto só de imaginar ele tocando nela, eu limpei e virei em direção a minha casa.
Minhas mãos estavam geladas, não me lembro de ficar tão abalada desde...? Realmente não me lembro desde quando, só sei que estou com raiva de ter que conviver com esse babaca e ter que ouvir ele me chamando de Camz, me enoja a um ponto... respira... o mundo fica melhor quando nós emanamos energias positivas...
Abri a porta e ouvi umas risadas... gargalhadas. Fui até o quintal e Tyler estava com minha filha nas costas, Lauren corria atrás deles e elas estavam tão sorridentes...
— Cole dindo Ty... o melor passeio de cavalinho do mundo... mama não vai pegar nós... – Minha filha gritou e aquilo doeu... doeu porque feriu meu ego... ver minha família se divertindo sem mim foi horrível, meu coração batia tão afobado que eu sentia falta de ar...
— Vou pegar você, princesa. Não adianta correr.
— Cole dindo Ty. Coleeeee! – Ela dizia empolgada e Lauren gargalhou.
Lauren me enxergou, mas virei as costas e caminhei até meu carro.
Não que eu quisesse um velório por minha ausência, mas justo ele?
Vi Lauren correr até a porta e fiz o trajeto novamente, até a o templo. Vero estava com aquela prancheta inseparável, dando ordens a uns caras... ela me viu e sorriu.
— Nossa, Milão. Ter o pau grande não significa que Lauren mereça um sexo de menos de quinze minutos. – Cheguei mais perto e ela tirou o sorriso do rosto. — O que houve Camila? – Ela disse e eu a abracei. Comecei a chorar na curva do pescoço dela e vi a prancheta caindo no chão. Ela me abraçou e acariciou meu cabelo.
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Trama
Fanfiction"O comportamento emocionalmente instável dos adolescentes é atribuído à explosão hormonal típica da idade." Camila sabe muito bem o que é isso, já se deixou dominar por todos os instintos primitivos e não controla seus impulsos, já Lauren, soube mui...