Capítulo 70 - La Familia

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Camila Cabello  |  Point of View






— Oh... a Lauren não vai me dar isso nunca? Como ela não me contou? Sinto-me traída agora. – Eu disse o mais irônica que consegui. – Olha, eu não sei o tipo de pacto que as mulheres tem que me oferecem essas coisas... eu não me importo com isso, eu amo a Lauren e nunca vou traí-la. Isso nem passa por minha cabeça. Eu respeito ela... e temos uma família. Respeito minha filha, eu nunca faria alguma coisa que me impedisse de olhar nos olhos de uma das duas e me tornasse indigna da companhia delas. Vai passar mil anos e eu vou usar o mesmo discurso... talvez na próxima vez, nós já tenhamos o Tobias. Isso não vai mudar... nunca mudou. Eu amo Lauren com todas as minhas forças e nunca a magoaria, nunca seria baixa com ela. – Meu celular vibrou e era uma mensagem de Lauren... uma vídeo-mensagem.

“Hey papa! Olha como eu seio... – Era Bia, levantando a cortina da maneira correta. – Mama diz que sô demais. Vem pra cá dizê isso pumbem... já puminô o Bob e você num chigô. – Ela disse chorosa e Lauren virou a câmera para ela. — Está tudo bem, Camz? Você está demorando. Vem logo, bebê. Amo você.” – O vídeo encerrou e eu o mostrei para ela. Ela assistiu até o final...

— Acha mesmo que me falta alguma coisa? – Eu perguntei e ela ficou em silêncio. — Me esquece, Vives. Nunca teremos nada, nem se formos às últimas duas pessoas da face da terra. Sério mesmo, se não for a Lauren não me interessa nenhuma proposta. – Eu disse abrindo a porta do carro e ela fechou, segurando meu braço e me encarando.

— Você vai ser minha, Camila. Nem que você não queira, nem que eu tenha que te sequestrar. Não preciso de consentimento para trepar com você. – Eu puxei meu braço e segurei o pescoço dela e firmando contra o carro, ela tentou tirar minha mão, mas não tinha força.

— Não me ameace, Vives. Eu não quero usar de força contra você, mas se usar esse tom comigo de novo, vou esquecer que és mulher e vou te quebrar. Agora esquece que eu existo e segue sua vidinha. Vai ser melhor para você. – Eu a soltei e ela caiu de joelhos.

Ela buscava o ar em meio aos tossidos.

Entrei no carro e sai cantando pneus.

Logo estava a minha casa, minha pequena foi me encontrar no carro e eu entreguei o jornal para ela.

— Papa demolô! – Ela disse irritadinha, fazendo bico e ficando mais fofa. Ah! Bendito gênio Jauregui... vai me deixar de cabelos brancos muito mais cedo.

— Papa teve problemas.

— Quais? – Lauren surgiu do nada me indagando.

— Nada de novo. – Eu disse e ela pegou o jornal.

Leu a matéria em voz alta, toda orgulhosa e eu estava boba com o sorriso enorme no rosto dela. Aqueles olhos brilhantes que estavam quase fechados, tamanho o sorriso dela. Bia me perguntava o significado de algumas palavras, mas sabemos que ela não conseguiria entender a importância daquele artigo e sobre o que se tratava. Ela só queria interagir.

— Pequena, pegue o folheto no seu quarto e mostre para papa.

— Tá! – Ela saiu correndo e eu olhei para Lauren, que sentou no meu colo e beijou minha têmpora.

— O que aconteceu?

— Lauren... eu realmente não aguento mais a Lucy. Ela brota em todo lugar que eu vou.

— O que essa puta queria? – Ela levantou. — Quer você. O que ela falou?

— Um monte de bobagens.

— Quais? – Ela perguntou me encarando e ela estava vermelha.

— Como eu vou falar essas coisas?

— Falando, Cabelo. Você tem boca é só falar. Rápido antes que Bianca desça.

— Ela disse que sumiria se eu fodesse ela. Que eu fiquei com as amigas dela e ela vai enlouquecer lembrando-se do que elas contaram. Que me daria todos os orifícios e nunca contaria a ninguém.

— Eu disse que ela é louca. E ela me ameaçou... disse que vai trepar comigo mesmo que eu não queira. – Lauren me
analisou por alguns segundos e Bia entrou na cozinha.

— Papa... – Ela me entregou o folheto. Era de um musical de Frozen. – É o ultimo dia papa. Podemô i? – Eu olhei o folheto e o abri.

— Podemos sim, amor.

— Ebaaaaaaaa... vô colocá a ropinha de Elsa... – Ela disse e saiu correndo.

— É CEDO, AMOR! – Ela fingiu que não era com ela e seguiu o percurso.

— Sério, Camila. Eu não consigo mais com isso... – Lauren chorou e meu coração quebrou em mil. Eu a abracei. — Porque ela não aceita que nos amamos?

— Não importa Lauren. Não precisamos da aprovação dela. – Peguei o rosto dela entre as mãos.

— Ficam todas essas putas em cima de você... você é tão perfeita, nem nota como todo mundo se joga e essa Lucy, parece que existe plantação de Lucy, pois onde você para nascem três. – Limpei as lágrimas dela.

— Eu não me importo com elas, amor. Eu amo você, como eu posso notar as outras se eu tenho a melhor em casa... só para mim... a minha disposição. – Beijei a testa dela. — Não quero te ver chorando... hoje é seu dia...

— Mama? – Bia entrou na cozinha... — Tá cholando mama? – Ela fez carinha de choro... — Num chola mama. – Ela ergueu os braços e Lauren a pegou no colo. Bia limpava as lágrimas de Lauren e isso a fez sorrir. — Num chola mama... num pode chola... a papa tá aqui... eu to aqui... pa que chola?

— Está tudo bem, pequena. Achou a roupinha? – Ela negou. — Acho que a mama guardou no quarto de hóspedes.

Ela selou nossos lábios e saiu dali com Bia. Logo nossa pequena princesa estava correndo pela casa, com aquele vestido azul enorme e uma trança loira enorme sobre o ombro.

×××

No musical, Bia estava louca, sentamos na primeira fileira, ela estava em pé na frente do palco, Lauren tentou acalma-la um monte de vezes, mas ela sentava dois segundos e logo estava lá novamente.

— Elsa! Elsa! – A Atriz abanou para Bia e ela quase teve um troço... a menina ficou louca. A atriz chegou perto dela e pegou na mão dela.

— Você sabe a coreografia?

— Seio. – Bia disse e um coro de owwns dos outros pais foi emitido.

— Ela pode subir aqui? – A atriz perguntou e Lauren assentiu.

Ela subiu no palco e dançou com a Elsa, ela tinha um sorriso enorme nos rosto e eu abracei Lauren. Após a música, Bia ficou um tempo abraçada e conversando algo com a atriz, depois desceu e correu até nós. Subiu no meu colo.

— A Elsa falo que sô fofa.

— E você é. – Lauren disse beijando o nariz dela.

Assistimos ao resto do espetáculo e fomos ao Mc. Todo mundo encantado com a pequena Elza que era extremamente sorridente com todos que comentavam sobre a roupinha dela.

No fim, quando chegamos em casa, acabamos as três dormindo na sala. Só peguei um cobertor para nos cobrir e
desliguei as luzes.

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