Verônica Iglésias | Point of View
— Lukas! O que eu disse sobre esses brinquedos espalhados na sala?
— A pãe disse que alumava...
— Ótimo, Keana. Pensei que tínhamos concordado em distribuir algumas responsabilidades com ele.
— Ele parece tanto com você, amor. Ele só vai fazer três aninhos e eu não sei dizer não para ele.
— O problema é que ele sabe disso. – Eu disse e revirei os olhos. — Preciso de ajuda, querida.
— Lu... junta suas coisas na caixinha, ok? Essa é sua tarefa agora.
— Ta bom, pãe.
— Obrigada. – Eu disse sentando na bancada e Keana colocou uma taça de sundae na minha frente. — Uau...
— Eu vi o jeito que você assistiu aquele comercial... ficou parecidinho, mas tem meu ingrediente especial.
— Hum... – Eu levei uma colherada a boca e estava divino. — Maravilhoso, amor. Que ingrediente é esse? – Eu me inclinei e selei nossos lábios.
— Não é óbvio? – Eu arqueei uma sobrancelha. Acho que deve ser rum... — O amor, baby.
— Aaaah. Você é tão fofa, amor. Assim não consigo me controlar. – Eu levantei e fui abraçar ela. Depois selei nossos lábios e dei início a um beijo intenso. Suavemente ela envolveu minha cintura com seus braços e relaxando o corpo, se escorando na bancada.
Algum tempo depois, meus pulmões ardiam pela falta de oxigênio, nos afastei, mas ela me puxou de novo.
— Preciso respirar... – Eu disse e ela sorriu, beijando meu pescoço.
— Lembrete... fazer sundae com frequência nessa casa. – Eu gargalhei.
— Sua boba.
— Pontinho, mãe... na caxinha.
— Lindo, gatinho. A pãe fez um mega sorvete para você.
— Ebaaaa. – Ele correu para a bancada e ergueu os braços para Ke o colocar sentadinho ali.
O interfone tocou e atendi.
— Oi V. É a Lauren e estou com a família toda no seu portão.
— Keana já vai, Lo.
— Ok. – Quando eu disse Lo, Lukas já me encarou rapidamente.
— Abri o portão para Milão, amor. – Ele já abriu um sorriso enorme.
Logo elas estavam na sala e fomos para lá. Cumprimentei todos e Lukas também, deixando Luana para o final.
— Oi Lu... – Ele disse corado e sorrindo. Ela do mesmo jeito sorridente dele escondeu um pouco do rosto na perna da mãe.
— Oi Lu. – Camila estava vermelha de raiva, mas Lauren já a avisou para não se meter nas interações deles, pois é algo completamente inocente.
— Pãe fezi sovete pa eu. Qué?
— Queio... – Ela disse e ele estendeu a mão para ela, que pegou e se foram para cozinha. Keana foi atrás deles.
— Esse dia está cheio de emoções. – Camila disse e eu gargalhei.
— Meu garotão não perde tempo. – Vero disse orgulhosa do filho.
— Mas vai perder o pinto. – Camila disse e eu parei de rir.
— Parem vocês duas. – Lauren disse e sentou no sofá. — Só viemos dar um oi, V.
— Por quê? – Disse decepcionada.
— Papi vai me ensinar a andar de skate, dinda. – Bia disse e sentou no meu colo.
— Olha... já contou que treinou?
— Todo mundo sabia disso? – Camila perguntou... exagerada.
— Sim. Só os neuróticos possessivos não podiam saber. – Camila revirou os olhos e Bia riu, escondendo o rosto na curva do meu pescoço.
Ficamos conversando e eu notei que ela havia dormido.
— Acho que ela dormiu.
— Sim. Ela acordou muito cedo para o treino e não quis dormir depois do almoço por conta da ansiedade de andar com a Papi mala dela.
— Hey! – Camila exclamou e acabamos rindo. — Alguém naquela casa tem que me amar, né? – Camila disse e Lauren ficou séria.
— Não seja dramática – Eu disse e ela levantou.
— Vou ver aqueles dois.
— Keana está lá. Relaxa.
Ela me ignorou e segui a conversa com Lauren. Logo já estava com Lu no colo e o meu Lu caminhou atrás dela. Camila sentou no sofá e Lukas sentou ao seu lado.
— A dinda ama você, filho. – Camila disse. — Mas dá um tempinho...
— Camila! – Lauren repreendeu ela e Bia acabou acordando. — Vamos ao parque logo, antes que a Camila tenha um AVC. – Eu tive que rir e nos despedimos.
Lauren Jauregui | Point of View
Depois de sair da casa de Vero, entramos no carro e eu liguei a DVD para as meninas.
— Já não conversamos sobre tratar o Lukas mal?
— Eu disse que amava ele.
— Camila... eles só tem dois anos...
— Vão fazer três.
— Acha mesmo que ele pensa como você? Eles são inocentes.
— Ela é inocente...
— Eles são e quando visitarmos a sua amiga você tem o dever de respeitar o filho dela. É a última vez que vou falar disso, na próxima vai ter castigo e vai ser pesado.
Ela assentiu freneticamente e logo chegamos ao parque. Bia ajudou a irmã a soltar-se da cadeirinha e elas desceram
do carro, correndo para pista. Camila estava as observando.— Nem lembro mais como anda de skate. – Ela disse e eu sorri.
— Deve ser como bicicleta.
— Tomara.
— Ela disse eu fui descer do carro, mas ela puxou meu braço e ficou com o rosto próximo ao meu.
— É um pecado eu ter uma mulher linda dessas e não a ter beijado decentemente. – Passei meu dedo por seu pescoço e pousei minha mão na nuca dela.
— Sim... se alguém não desse tanta atenção as filhas e lembrasse que é casada, talvez isso fosse evitado.
— Desculpe, amor, mas realmente estou entendo que... Elas cresceram. Tenho sido um péssima esposa, mas vou
mudar.— Eu sinto sua falta, Camz. Não temos uma conversa com mais de dez minutos a semanas.
— Me perdoa, Lauren. Segunda vou fazer uma meditação, colocar as ideias no lugar e organizar uma rotina para mim. Prometo a você, amor. Você não merece uma esposa psicótica e ausente e não terá.
— Quero só ver. – Ela me puxou pela nuca e minhas pernas tremeram. Ela vai fazer isso por mais dez anos e não vai mudar a sensação que me causa... ela é minha perdição.
— Eu amo você, Lauren. – Ela me deu vários selinhos.
— Eu amo você, Camila.
Descemos do carro e ela colocou o braço sobre meus ombros quando ficamos lado a lado, agarrei a cintura dela.
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Trama
Fanfiction"O comportamento emocionalmente instável dos adolescentes é atribuído à explosão hormonal típica da idade." Camila sabe muito bem o que é isso, já se deixou dominar por todos os instintos primitivos e não controla seus impulsos, já Lauren, soube mui...