Capítulo 96 - Focando

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Camila Cabello  |  Point of View





Lu estava jogando no tablet... Ela é muito melhor que eu com ele. Sentei ao lado dela e ela largou o aparelho na cama para me encarar com aqueles olhos maravilhosos.

— Você está cada dia mais parecida com sua mama. – Eu disse e pincelei o nariz dela a fazendo sorrir.

— A mama ser muito linda.

— Ela é maravilhosa. – Eu a peguei e a coloquei de pé sobre minhas coxas. Vai ser tão difícil ficar sem elas... — Amor, a
papi vai fazer uma viagem.

— Viage... pá Disnê? – Eu sorri.

— Não. Vou meditar no meu antigo templo e ele fica em outro país.

— Vai demolá? – Ela perguntou abraçando meu pescoço.

— Eu não sei, pequena. Acho que não. – Eu a ouvi fungar. — Não chora, pequena. Vai ser rapidinho. – Eu acariciei as costas dela.

— Me leva dunto, papi. – Ela disse sentando no meu colo e esfregando os olhinhos.

— Eu não posso, bebê. Queria muito levar vocês, mas não vou ficar com vocês.

— Me leva na malinha, papi. Fito tétinha. – Ela disse colocando as mãozinhas na boca e eu já estava quase chorando, Lauren... Lauren... preciso de você agora... – Pu favô, papi...

— Ela vai voltar logo, pequena. – Lauren entrou no quarto e sentou ao nosso lado. – Papi precisa rever seus amigos antigos e meditar muito. Ela não pode se distrair...

— Mazi eu fito tétinha. – Lauren sorriu e apertou a bochechinha dela.

— A papi vai nos levar a Disney quando voltar, mas a essa viagem ela vai sozinha. Vamos ficar bem, é tão ruim ficar com a mama?

— Não mama... tá bão. – Ela disse e me abraçou. Ficamos assim por um tempo, até que Lauren decidiu que precisamos descansar.


×××


Depois do meu drama nos aviões, cheguei ao templo e fui recepcionada por Kevin. Ele me abraçou, daquela forma entusiasmada dele.

— Conselheira K. Que saudade.

— Kevin... trocou de manto.

— Sim... demorou muito e o mestre Khan me deu ele por pena, eu acho. – Eu neguei e ele me soltou.

— Me conte como você está?

— Estou bem e a conselheira?

— Estou meio confusa.

— Eu sei. Mestre Khan está bem preocupado.

— Eu preciso me encontrar novamente. Essa não sou eu. – Ele ficou sério e assentiu.

— Não acredita mais?

— Eu acredito no budismo. Só não acredito em mim. – Ele assentiu novamente.

— Vamos então. Seu antigo quarto a espera e o mestre Khan tem pressa em começar com você.

Concordei e logo estávamos no quarto. Minha antiga roupa estava sobre a cama e ele me deu licença para me vestir.


×××


Logo estávamos nos aposentos do mestre Khan. Ele estava meditando, nos mantivemos em silêncio até ele abrir os
olhos e sorrir.

— Conselheira... – Ele ficou em pé e me abraçou também. — Vou abrir uma exceção com as demonstrações de afeto, pois realmente, fazes muita falta aqui. – Eu retribuí o abraço e ele cheirava a incenso de mirra.

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