Capítulo 69 - Uma única vez

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Camila Cabello  |  Point of View





Eu estava arrumando meu tapete no meu quartinho e Bia estava tentando abrir as janelas para me ajudar.

— Amor... porque você não puxa a cordinha...

— Papa! Eu seio! – Ela disse e fazia meia hora que ela estava ali.

— CAMZ! – Lauren entrou como um furacão no quarto. — Minha matéria saiu! – Ela disse me abraçando.

— Que bom, amor. Meus parabéns. Está com o jornal aí?

— Não. Preciso ir a alguma banca.

— Eu vou para você. – Ela pegou o celular... olhou para mim e discou algum número.

— Oi papa. Minha matéria... você já leu? O que achou?... obrigado, papa... eu sei... foram alguns sacrifícios por essa matéria, mas no fim, tudo deu certo... obrigado. – Ela encerrou a ligação. — Eles já leram... – Ela pensou e discou outro número. — Oi Alê... já leu? Como você sabia que eu falaria sobre isso... obrigado, sogrinho... não... muito obrigado mesmo. – Ela encerrou a ligação e pulou no meu colo. — Estou tão feliz... – Meu celular tocou... era um número desconhecido por mim. Lauren saiu do meu colo e foi abraçar Bia, que estava emburrada com a cortina e acabou rindo da empolgação da mãe.

— Alô...

— Camila é o Tyler.

— Essa hora?

— Sério... pedi seu número para Vero... eu li a matéria da Lauren, posso ligar para ela e a parabenizar? – Foi então que eu notei o quanto meu ato foi imaturo. O cara ligar para me perguntar isso foi como um soco na boca do estômago. — Eu vi o quanto ela se esforçou... renunciou de algumas horas com a Bia... eu só quero parabenizar ela. Ou eu posso mandar uma mensagem para ela.

— Eu vou passar para ela...

— Obrigada, Cabello. – Ele disse e soltou o ar dos pulmões. Em alívio pela afirmativa. Entreguei o celular a Lauren.

— Alô?... oh... obrigada, Ty... um pouco... perdi muito dela mesmo, mas graças a Deus por todo apoio que recebi... exatamente, principalmente de Camz... obrigado... até... – Ela encerrou a ligação e me encarou apreensiva.

— Vou buscar seu jornal.

— Está tudo bem entre nós? – Ela disse me abraçando por trás.

— Eu conversei... – Bia saiu do quarto... fiquei analisando o que ela faria, pois a janela continuava fechada. – Eu conversei com Tyler... ontem. Ele me pareceu sincero e eu devo confiar em você, Lauren. Na verdade isso me abriu os olhos e percebi o quão infantil estava sendo. Não devo controlar você deste jeito, você não é minha posse, é minha esposa e se isso não basta, preciso repensar nas coisas. Você deve retomar a amizade com ele e não importa se não aceitarem isso direito, minha cabeça está leve e sei que estou fazendo a coisa cera.

— Obrigada amor. Essas são palavras sensatas.

— E se as outras não eram porque as acatou? – Ela beijou minhas costas.

— Sensata ou não eu nunca faria nada que a desrespeitasse. Uma relação em que uma pessoa não está à vontade não é relação. Se eu soubesse do seu desconforto enorme, as coisas seriam diferentes.

— Eu sei que errei...

— Nós erramos... eu também não sou a certa da história, mas vamos fazer um trato de falar tudo que não agrada... para que as coisas não cheguem ao extremo.

— Trato mais que feito. – Eu disse e escorei minha cabeça no ombro dela, logo ela encheu meu pescoço de beijos. Bia entrou no quarto com uma vassoura, levantou a cortina com ela e a escorou no chão. Tive que abrir um sorriso enorme com a engenhosidade dela.

— Pontinho! Tá abeto papa. – Eu a agarrei e comecei a encher de beijos, Lauren se juntou a mim e enchemos ela com beijos em todos os cantos daquele corpinho fofo. – Palem... pufavô... tô o sem ar... palem... – Ela dizia em meio a gargalhadas... — Vô fazê pipi! – Ela disse e nós paramos. Ela levantou... — Mentila! – E saiu correndo.

— Nossa filha é perfeita! – Eu disse e Lauren estava sorrindo abobada. — Vamos pegá-la! – Eu disse e logo estávamos procurando ela pela casa.

Foi difícil pegar ela, logo estávamos fazendo uma guerrinha de cócegas... elas me pagaram e eu tive que pedir arrego.

— Bate aqui mama! – Elas bateram as mãos e eu estava recuperando o fôlego.

— Vou buscar o jornal... – Lauren assentiu e me ajudou a levantar. Selei nossos lábios e beijei o topo da cabeça de Bia. — Papa já volta.

— Vai demolá?

— Não... menos que um desenho do Bob...

— Ok... vô contá... – Ela disse me apontando o dedinho.

— Amo vocês.

— Amo você, papa.

— Amo você, Camz.

Peguei as chaves e dirigi até a banca.

Para minha infelicidade, Lucy estava ali. A ignorei e peguei o jornal, o entregando ao rapaz da banca.

— Sabia que você viria aqui... a banca mais perto de sua mansão. Sua não, de Lauren.

— E o que você tem com isso?

— Nada... como está a vida?

— Maravilhosa. – Eu disse e entreguei o dinheiro ao rapaz.

— Camila... é sério quando eu digo que gosto de você... sempre gostei, antes de Lauren.

— A vida é feita de escolhas, Lucy. Eu sempre notei suas investidas, mas eu nunca faria uma coisa dessas com Vero. Eu escolhi Lauren, Lauren é minha mulher... mãe da minha filha. O que mais é necessário para você evaporar da minha vida? – Peguei a sacola e caminhei até meu carro.

— Eu preciso transar com você uma vez... uma vez, Camila. É louco, eu me sinto dependente disso... minhas pernas ficam bambas só de imaginar o quanto deve ser maravilhoso... eu daria tudo a você, daria uma coisa que se que Lauren nunca entregará a você... faço qualquer coisa mesmo, mas eu não aguento mais gozar sozinha imaginando você me fodendo forte... as minhas amigas todas dormiram com você, eu fico louca só com as coisas que elas me contaram, eu não aguento mais mesmo... eu nunca vou contar para Lauren. Eu até sumo do mapa, eu me mudo de país, mas eu preciso saber como é. Eu preciso ser sua mulher uma vez para me sentir mulher de verdade. Pode pensar o que quiser, doença... obsessão, mas eu preciso ser sua uma única vez.

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