Capítulo 36 - Fugindo

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Lauren Jauregui  |  Point of View





— Há, há! Como você é engraçada, Lucy. Sabe... essa aliança que a Camila me deu... – Ela arregalou os olhos. — Achei um pouco grande demais esse diamante... é tão pesado. Você entende de moda... acha que combina com minha roupa?

— Ridícula. Essa loucura vai acabar... vou entregar o que a Camila deve estar precisando muito e você não foi capaz de dar pra ela.

— Eu quis dar... ela queria muito receber... mas sabe, pessoas adultas tem escrúpulos. Eu senti o quanto ela queria... aquilo tudo não tem como não sentir.

— Claro... ela está há tempos sem... qualquer pelanca vira filé.

— Ela está se abstendo... não está desesperada, mas... vou usar as palavras dela, eu a enlouqueço. Sempre a enlouqueci e sempre vou enlouquece-la.

— Vamos ver... Veremos isso, Lauren.

— Eu até ficaria indignada com sua falta de senso, mas a Camila é uma delícia mesmo, não posso te julgar.

— Ela vai voltar, Lauren. Li sua reportagem, ela pode ter mudado, mas quem garante que ela vai ficar assim? Você a humilhou tanto... ela pode ter guardado algum rancor.

— Não... ela e todos da nossa época, menos você, amadureceram. Pena que sua cabeça ficou do mesmo jeito.

— Bom... vou para casa fazer minhas malas.

— Você nem sabe pra onde vai.

— Nosso chefinho me deu o endereço. Eu sei... não pode. Mas eu falei da minha química com Camila e disse que conseguiria muito mais dela do que você.

— E ele pediu autorização pra Camila?

— Não. Ele falou com um tal de Khan.

Fiz sinal para ela vazar da minha sala e fiquei martelando algo em minha cabeça.



Camila Cabello  |  Point of View




Meu agente estou na sala junto de Kevin.

— Olá... pensou que depois da entrevista não me veria mais?

— Confesso que sim.

— Bom... só queria dizer que a entrevista alavancou mais suas vendas e o editor chefe marcou uma entrevista com o mestre Khan, mas acho que é só pra saber mais sobre você.

— Lauren voltará?

— Não... – Ele pegou um papel no bolso. — Lucy Vives virá.

— Como?

— Foi esse o nome citado.

— Bom... precisamos acertar alguns detalhes.

— Claro. Sobre o que?

— Eu vou voltar para minha cidade.

— Sério? Nossa... por essa eu não esperava. Mas... como... vou sentir sua falta.

— Eu também.... mas seus honorários serão os mesmos.

— Não me preocupo com isso.

— Sei que não... queria agradecer por tudo.

— Sou péssimo com despedidas... mas eu que agradeço por cada segundo... aprendi muito com você.

— Não agradeça.

Ficamos acertando alguns detalhes e depois fui conversar com o grande mestre. Ele me recebeu com um olhar triste.

— Chegou o grande dia chegou.

— O senhor sentiu?

— Sim... é como perder um filho.

— O senhor tem 286 filhos.

— Mas sempre vai ter aquela pessoa especial. – Ele me abraçou... um ato meio estranho, mas correspondi. — Não estava pronto pra te soltar, Camila.

— Me chamando pelo nome?

— Esses olhos apaixonados não combinam mais com seu apelido. Espero que você seja muito feliz e nos mantenha informados sobre a sua vida.

— Poderei visitar vocês?

— Sempre. Essa é sua casa. Sempre será bem vinda.

Queira agradecer, mas seria ofensivo. Apenas o abracei mais forte.



Lauren Jauregui  |  Point of View




Entrei como um furacão na sala de Nick, assim que soube que, realmente, era verdadeira a viagem de Lucy para o templo.

— É sério isso? Minha entrevista ficou ruim para mandarem a Lucy pra lá?

— Não, amore. Sua matéria vai estar na Times na semana que vem. Você é muito valiosa, todos da cidade requisitam você, não posso perder um elemento desses.

— Justo ela?

— Ela me pediu um voto de confiança.

Neguei com a cabeça e fui pra minha nova sala. A matéria me rendeu algumas regalias aqui. Argh! Aquela puta... espero mesmo que ela não faça nada pra Camila.



Camila Cabello  |  Point of View




Depois de sair fugida do templo, para não encontrar a tóxica da Lucy... fazia tempo que eu não subia em um avião. Tive que ser acalmada pelas comissárias... foi bem vergonhoso, mas meditação não resolve tudo.

Meus pais me esperavam no aeroporto. Eu liguei para eles do aeroporto, minha mãe quase me deixou surda, de tanto que gritou. Eles me abraçaram forte... os dois ao mesmo tempo...

— Nem acredito que isso está acontecendo. Você voltou mesmo pra casa?

— Voltei, mãe. Acho que minha missão está completa por lá... vou tentar fazer algo por aqui.

— Como senti saudade de você, minha filha. – Ele disse e tocou meu rosto. — Agora eu entendo como fiz vocês se sentirem. – Segurei a mão dele.

— Não importam os erros do passado agora... temos que olhar pra frente. Você não vai ouvir meus julgamentos, pois sei que deu o seu melhor... e se o senhor não estava ao nosso lado, era porque estava salvando várias vidas. Como posso julgar um herói? – Os dois começaram a chorar... Compulsivamente. — Agora... vocês precisam me levar pra casa, preciso de um banho e algumas horinhas de sono antes de ir ver os Jauregui.

— Claro. Vamos lá. Quero que me conte as novidades, pois vi uma aliança enorme no dedo de uma garota e ela estava dizendo que é sua noiva. – Meu pai disse e bagunçou meus cabelos. — Será que mesmo a um oceano de distância o seu poder sobre as mulheres não perde o efeito?

— Nossa filha tem o dom...

— Ok. Estou bem constrangida agora. Então... ela está usando a aliança?

— Acho que estragamos a surpresa. – Meu pai disse e entramos no carro.

— Faz um tempo que não entro em um carro... e que não como tacos. – Eu disse na esperança que minha mãe entendesse o recado.

— Acho que ela estragou a surpresa. – Meu pai disse e minha bateu no braço dele.

— Seu pai não se aguenta.

Chegando a minha casa... o cheiro de tacos fez com que meu estômago roncasse e revirasse em mim.

— Vou comer primeiro.

— Claro que vai. – Minha mãe disse e pegou a mochila, meu skate, entregou para meu pai.

Pareci uma esfomeada, briguei com meu pai pelo último taco... uma coisa bem zen de se fazer.

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