Trama

Capítulo 93 - Focar

Camila Cabello  |  Point of View

Quando chegamos a nossa casa, Lauren subiu com Lu para dar banho nela e Bia sentou ao meu lado no sofá me abraçando forte.

— Princesa... gostou do dia?

— Incrível papi. Muito obrigada por me ajudar. Tia Vero disse que você nunca permitiria uma coisa dessas. Tipo... esportes radicais. – Eu olhei para ela e a puxei para minha perna.

— Filha... eu aconselho todos do nosso círculo de interação, mas quando o assunto é ciúmes e excesso de zelo, eu sempre erro. Eu sou impulsiva e fico quase louca quando a quantia de atrocidades que penso. Eu sei que é errado que eu devia ser exemplo, mas como eu digo para sua mãe, eu não sou monge. Sou só um aprendiz e juro que estou dando meu melhor, mesmo que ele pareça pouco e se eu cometo esses exageros é porque amo vocês três demais... Amo tanto que nem consigo separar algumas coisas. E isso me prejudica, pois não sou vista como alguém que vocês tem total liberdade para conversar. Eu sei de tudo pela Lauren, depois de várias tran... – Ai... quase falo bobagem. — Várias maneiras diferentes de agrados, pois assim ela sabe que não vou surtar muito e isso é bem frustrante.

— Eu acho você uma papi incrível. Eu sei que você pode não querer algumas coisas às vezes eu entendo, mas quando não, você só demora um pouco para se convencer. E eu acho muito fofo quando você fica preocupada comigo. – Eu sorri e beijei o nariz dela. — Eu amo você, papi. Obrigada pelo dia maravilhoso. – Ela beijou meu rosto demoradamente e me deu um abraço apertado.

— Diz isso para sua mãe talvez ela não me cobre tanto. – Eu disse e ela sorriu.

— Pode deixar. Eu falo com ela. Agora eu preciso de uma banho.

— Eu também. – Eu a peguei no colo e subi as escadas com ela, mas como ela não é mais um bebê, quase morri.

A deixei no quarto dela e fui para o nosso tomar um banho. Lauren estava com Lu no chuveiro, então fui para o quarto de hóspedes tomar um banho. Eu estava com o corpo todo dolorido, pois fazia séculos que não andava de skate.

Sai do banho e me vesti. Fui até o kit e procurei algum relaxante muscular, achei e tomei.

— Com dor? – Lauren perguntou com uma expressão preocupada e deslizou a mão por meu braço, massageando meus ombros. Eu gemi, pois estava muito dolorida. — Como você está tensa, Camz. Vamos dar boa noite para as meninas e vou preparar umas compressas quentes para você.

Assenti... massagem e compressas... com certeza essa noite terminará em sexo. Nem que eu morra de dor depois.

Lu já nos esperava com o pijaminha de borboletas e esfregando os olhinhos, a chupeta enorme na boca.... a bonequinha mais lindamente fofa deste universo. Ela ergueu os bracinhos e Lauren a pegou, enquanto eu ajeitava as cobertas para deitá-la.

— Aminhã cê enxina eu no estete pubem, papi? – Eu rocei meu nariz no dela e ela soltou uma risada.

— Claro, amor. Ensino sim. – Eu disse e ela me abraço.

— Amo cê papi. Boa notê.

— Também te amo. – Lauren se aproximou e elas ficaram bons segundos abraçadas.

— Amo cê mama. Boa notê.

— Também amo você. Bons sonhos.

Liguei o abajur e Lauren desligou a luz. Ficamos observando um pouco antes de irmos ao quarto de Bia. Ela já estava deitada e lendo um livro.

Quando nos viu, ela largou o livro e sorriu.

— Boa noite, princesa. – Lauren e eu dissemos juntas e nós três rimos disso.

— Obrigada pelo dia incrível. Eu amo vocês. Boa noite.

Beijamos a testa dela e eu a cobri. Liguei o abajur e Lauren desligou a luz. Mais um tempo a observando e depois fui para o quarto, tirando a camiseta e me deitando de bruços. Já esperando Lauren e suas compressas.

Depois de alguns minutos, Lauren entrou no quarto e eu sorri para ela.

— Eu poderia brigar com você por fazer todas aquelas manobras, mas eu sorriso estava tão lindo que não vou.

— Fazia tempo... eu nem lembrava como era bom sentir o vento no rosto.

Ela colocou as compressas na minha coluna e começou a massagem. Depois de um tempo, eu já não sentia mais meu corpo, de tão relaxada que estava.

— Sabe como eu sei que você se esqueceu de ser você? – Eu fiquei confusa com a pergunta.

— Como?

— Você usou de um remédio em vez de fazer aquele seu já que é quase um milagre para dores. – Eu me virei depois que ela tirou as compressas. — Só demora um pouco para agir, mas você agora está sempre com pressa, anda irritada, nem planeja mais seus dias. Você parece uma empresária...

Aquilo foi quase um soco. Eu realmente não me via ha tempos, eu não me lembro quando foi a última vez que meditei sem ser nas cerimônias e nem me lembro quando fiz um chá para mim nos últimos tempos.

— Não quero irritar você, pois ultimamente até isso eu venho fazendo, mas eu sinto falta da sua calma, você sempre pede nos discursos para termos calma e pensar muito antes de agir, mas você não faz isso. Como você quer impor uma cultura que você mesmo está desistindo. Eu não quero ser a chata, como sempre sou, mas eu estou vendo o dia que você vai largar o templo e deixar seus valores de lado. E eu não quero que me culpe depois por isso. Eu amo você Camz. Sempre amei e vou apoiar todas as suas decisões, mas eu não posso negar que o melhor em você é a sua devoção a sua cultura. No como você ama aquilo. Não estou pedindo para você nos amar menos, só estou pedindo para se concentrar na divisão do seu amor e eu sei que seu coração é enorme e que você é mais que capaz de focar melhor suas direções. Não fique irritada comigo.

Eu a encarei por um tempo e a puxei para cima de mim. Fiquei abraçada com ela e alisei seus cabelos, enquanto analisava tudo que ela me disse.