Capítulo 30 - Sanidade

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Camila Cabello  |  Point of View





— Lauren... não precisa chorar. – Eu a afastei e limpei as lágrimas dela. — Passamos muito tempo chorando... agora não precisamos mais chorar.

— É de alegria, Camila. Estou tão feliz... e me condenando por ter sido tão imatura.

— Eu faria o mesmo. A situação estava conta mim.

— Já pensou o que podíamos ter vivido?

— A única coisa que penso é no que temos pra viver. – Seu olhar vacilou. — O que?

— Eu tenho que voltar amanhã. – Eu arregalei os olhos.

— Já faz uma semana? – Ela assentiu. — Eu... bom, eu tenho que ficar aqui.

— Eu imaginei isso. Como vai ser?

— Vou organizar as coisas por aqui... e conversar com meu mestre. – Ela me abraçou. — Eu não quero ficar longe de
você.

— Acredite... muito menos eu.

— Não tem como ficar mais uns dias? – Ela me apertou forte.

— Meu chefe estava me ligando para que eu voltasse antes. Ele está ansioso... é sua primeira entrevista.

— Foi conspiração do grande senhor... o destino. Eu nunca me importo em olhar as propostas de entrevista, mas quando vi Miami... algo me fez querer tentar.

— Me lembre de agradecer ao destino eternamente. – Ela se inclinou e selou nossos lábios. A língua dela forçou passagem e logo aprofundamos o beijo. Ela inclinou o corpo e caiu sobre o meu. Levei minhas mãos a cintura dela e as dela seguravam meu rosto, enquanto seus dedos corriam por ele. Ela se afastou... ofegante. — Esse lance de sexo só depois do casamento é sério? – Eu sorri.

— É sim. Eu não posso fazer aqui no templo. Desculpe.

— Tudo bem. Quem diria que eu veria Camila Cabello negando fogo. – Ela disse beijando meu pescoço.

— E quem diria que Lauren Jauregui tentaria uma monge... – Ela gargalhou. — Não jogue pesado comigo, Lauren. Não
sou uma oponente a sua altura. – Ela sorriu ali, descansando o rosto na curva do meu pescoço.

— Tenho que te dizer uma coisa... espero que não fique magoada comigo.

— Diga.

— Eu... conversei com Lucy, ela me deu a idéia de te envergonhar na frente de todo o templo, fazendo sexo com você e expondo para todos. – Me afastei um pouco.

— Você me humilharia desta forma?

— Lucy é uma péssima conselheira.

— Lucy... ela armou um encontro nosso.

— O QUE?

— Sim... eu contei a Vero. Ela falou que você queria conversar e estava me esperando no apartamento dela. Fui sem pensar, era você e eu estava desesperada pra te encontrar. As luzes estavam apagadas e havia um caminho de velas... ela estava no fim do corredor, estava muito escuro. Eu pedi pra ela acender as luzes... você. Eu achei que era você. Entrei no quarto, muito escuro e pedi pra você acender as luzes para conversarmos. Mas ela me jogou na parede e abriu meu zíper. Ela tirou meu pau pra fora e levou a boca... então eu vi que não era você. Tínhamos brigado e nem tínhamos tanta intimidade assim. Me afastei e tateei a luz e acendi. Ela tentou me agarrar de novo, mas eu fugi.

— Aquela puta! Eu confiava nela... eu acreditei mais nela que na minha mãe.

— Foi depois disso que o ódio dela por mim triplicou.

— Amor... ela nunca odiou você pelas informações que estou reunindo. Desculpe, Camz. Eu estava pensando como a Lauren de dezessete anos.

— Tudo bem, Lo. O importante é que você não fez. É muito bom escutar a própria razão as vezes.

— Tenho umas coisas pra te mostrar. Meu pai me enviou um pendrive pelo correio. Faz dois dias, amanhã quando chegar, nós vamos ao seu quarto assistir.

— Só lá tem TV?

— Sim. Aqui não tem nada material. Nos desfazemos de tudo quando entramos.

— Entendo... então... sobre o que?

— Sobre... minha mudança. Acho que depois deles... estarei melhor e você saberá que nunca quis te magoar.

— Eu acredito em você, Camz. Mas vou querer sanar minha curiosidade jornalística sobre isso.

— Amanhã, Lo.

Ela me abraçou e ficamos assim. Ela saiu de cima de mim, virando o corpo e me puxando para ficar de conchinha com ela. Beijei a nuca dela e mordi ali de leve. Ela sorriu. Nos cobri e desliguei as luzes. Logo ela adormeceu, era errado, mas eu não queria dormir longe dela.


×××


Meu despertador tocou e eu o desliguei rápido. Quatro e meia não era à hora pra Lauren acordar. Fiz minha higiene e ri, percebendo meu amiguinho animado. Fazia tempo que ele não subia, mas Lauren se esfregando em mim a noite toda foi difícil, não teve meditação que resolvesse.

Coloquei minhas roupas e fui até a cozinha. Preparei um café pra Lauren e deixei ao lado dela.

Fui para o campo de meditação. Fiquei refazendo planos e imaginando como o destino trabalharia daqui pra frente.

— CONSELHEIRA K.

— Kevin... o que conversamos sobre gritos?

— Desculpe, conselheira K. mas a estrangeira sumiu.

— Ela está bem, Kevin. Ela já sabe se virar por aqui. Está dispensado de cuidar dela. Só traga as comidas pra ela.

— Tudo bem, conselheira K.

Ele saiu e eu caminhei até meu quarto. Lauren estava comendo.

— Bom dia, Lo.

— Bom dia, Camz. Esse café está maravilhoso.

— Fui eu que fiz.

— Ma... ra... vi... lho... so.

— Você merece. O que vai fazer hoje?

— O Mestre Khan me mostrará as meninas iniciantes. As que chegaram ontem.

— Hum... Algumas histórias então.

— Sim... – Ela abriu os braços. — Me dá um beijinho, Camz. – Eu sorri, tirei minha manta e sentei perto dela. Ela rodeou meu pescoço com os braços e ficamos nos encarando. Ela juntou nossos lábios e começamos o beijo. Era calmo, mas logo ela me puxou mais forte, ficamos com os corpos colados e ela arfou o peito, esse roçar me despertou algo. A puxei mais para perto e ela sentou no meu colo... eu não posso... mas eu quero...

Anos de mantras e meditações... nada nos prepara para o furacão Lauren Jauregui rebolando em nosso colo. Ela desceu os Beijos por meu pescoço e logo eu estava segurando firmemente meus lençóis.

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