Capítulo 95 - Convocação

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Camila Cabello  |  Point of View





Eu cheguei do templo e estava muito cansada. Fui direto para o banho e só vesti uma bermuda antes de me atirar na cama.

— Amor... – Ouvi a voz de Lauren me chamar e abri meus olhos devagar. Ela colocou meu cabelo atrás da minha orelha. — Está bem? – Ela disse tocando minha testa.

— Estou.

— Eu cheguei e você estava dormindo, não quis atrapalhar, mas já são oito horas e você precisa levar a Bia. – Eu sentei na cama e ela sorriu.

— O que houve? – Eu perguntei a puxando para um abraço.

— Você está tão fofa com essa carinha. – Eu beijei a testa dela.

— Eu cansei ontem...

— Você deve estar com fome. Vai se vestir que eu fiz o café reforçado para você e Bia vai enfartar, pois não quer se atrasar para o treino.

— Eu nem vi você deitar.

— Eu fiquei checando sua respiração a noite toda... você não se mexeu. – A apertei mais contra meu peito.

— Só você para me cuidar desse jeito.

— Como não vou cuidar do meu amor? – Ela disse e foi me beijar, mas eu virei o rosto. — Deixa de bobagem, amor.

— Não, sem me escovar não. – Ela revirou os olhos.

— Mama! – Bia quase gritando chegou a porta, mas não a abriu.

— Ela já acordou, minha filha. Vai ajudar sua irmã a levantar.

— Tá. – Ela disse e eu me levantei.

— Que menina impaciente. – Lauren disse e eu ri, colocando meu manto e o amarrando do lado. — Motivo da graça?

— Ela só se parece com alguém que eu conheço muito bem. – Lauren revirou os olhos.

— Só tenho pressa... a vida é assim, Camz. Precisamos seguir o fluxo.

— Olha que teoria iluminada, amor. Gostei.

— Isso soa até debochado vindo de você.

— Mas não é. Eu realmente achei bonito, mas acho que tudo deve ser apreciado da forma mais lenta possível. Isso torna tudo mais prazeroso.

— MAMA! – Bia gritou na porta e corri para o banheiro, antes que ela abrisse a porta.


×××


Eu estava assinando uma pilha de liberações, quanto mais tempo o templo fica aberto, mais autorizações eu devo assinar para a fiscalização do ambiente que escolhi para construí-lo.

Lauren entrou na sala dos arquivos do templo e eu sorri.

— Amor? – Eu disse e levantei, indo a abraçar.

— Atrapalho? Acho que devia ter avisado.

— Nunca atrapalha, só fiquei surpresa.

— Eu fui a nossa casa pegar um rascunho da minha matéria nova e isso chegou para você. – Ela me entregou uma carta.

— O mestre... – Eu disse e peguei a carta.

— Imaginei que tivesse pressa. – Ela disse com aquele sorriso que me conforta em qualquer situação e eu sorri.

— Sim... – Peguei a mão dela. — Venha ler comigo. – Sentei na poltrona e ela sentou na minha perna. Abri o envelope e me surpreendi.

“K.E...

Você está convocada a comparecer no templo. Tem uma semana para se organizar e eu não estou te obrigando a vir, pois vai contra aos NOSSOS PRINCÍPIOS, mas esse pedido é importantíssimo.”

Apenas isso e eu larguei a carta na mesa.

— Definitivamente não é o que eu esperava. – Eu disse e Lauren estava pensativa.

— Eu acho que vai ser bom...

— Não posso ficar longe de vocês...

— Você não quer ficar longe de nós, é completamente diferente. Você precisa se cuidar e ter um tempo para pensar um pouco, em tudo e sobre tudo. Não estou dizendo que vai ser fácil e provavelmente vou chorar de saudade todas as noites, pois não posso dormir sem você...

— Nem eu...

— Mas você precisa de ajuda, Camz. E infelizmente, não sou eu a pessoa que pode fazer isso por você.

— A cada dia você me convence mais. – Eu disse a abraçando forte.

— De que?

— Você é a melhor escolha da minha vida.

— Eu amo você tanto, Camila. Quero te ver bem de novo. – Eu beijei a mão dela, pois não posso beijar os lábios dela aqui no templo.

— Vou ficar, Lauren. Por você. – Ela negou e colocou a mão no meu peito.

— Por você, Camila. Você tem que começar pensando assim, vai melhorar e ficar bem por você. – Eu assenti. — Vou te ajudar a organizar um pouco aqui e se você me disser o que faz, eu posso vir aqui e conferir se está tudo bem enquanto estiver fora.

— Claro. Mas você não tem uma matéria para fazer. Foi buscar o rascunho na nossa casa.

— Não é nada muito urgente, mas como não tinha nada para fazer, ia começar.

— Bom... vamos começar então.

Eu disse e comecei a explicar o que eu fazia e como ela tem autorização para assinar qualquer documento por mim, será muito fácil.


×××


Após o jantar, lavei a louça e fui até o quarto de Bia. Ela estava colando uns adesivos no skate dela.

— Papi...

— Minha princesa... personalizando sua nave? – Ela sorri e colocou o skate de pé.

— Ficou maneiro?

— Muito. Quero conversar com você.

— Opa... – Ela disse soltando o skate.

— Não é nada sério.

— Ufa...

— Sabe... – Eu sentei ao lado dela. — Eu vou precisar viajar. – Ela me encarou rapidamente.

— Como assim?

— Vou ter que ficar um tempinho fora. Não sei quanto tempo ainda.

— Mas por quê? – Ela perguntou um pouco chorosa.

— Hey... não precisa ficar triste, não vou demorar. – Eu a abracei.

— Mas você nunca saiu de perto de mim.

— Eu sei, princesa, mas eu estou com problemas e preciso resolvê-los.

— Me leva com você. – Eu beijei o topo de sua cabeça.

— Eu queria levar vocês três, mas eu vou ficar em meditação profunda e não vou poder ver vocês. Sua mãe trabalha e vocês têm aula. Eu não vou demorar, amor.

— Promete?

— Prometo. – Eu beijei a testa dela. — Agora se arrume para dormir, sua mãe está vindo aqui. – Ela assentiu e fui até o quarto de Lu.

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