XLI

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Ezarel passou os braços ao redor de meus ombros e passou muito tempo abraçado comigo. Apenas, respirando e sendo embalados pelas ondas do mar, seus homens passavam ao nosso redor, alguns entendiam o que estava acontecendo, outros não faziam ideia nem de quem eu era. Sempre que me soltava, ele não resistia ao impulso de me puxar de volta para seus braços, eu podia sentir sua angústia indo embora a cada vez que seus braços me rodeavam, como se cada célula do seu corpo estivesse se acostumando coma ideia de não precisar mais me procurar, eu estava bem e segura, na sua frente.

- Eu prometo, que nunca mais sairei do seu lado. - Ele soltou um longo suspiro, quase pude ver o peso saindo de cima de seus ombros. - E não importa que ordem você me dê sobre isso, serei incapaz de obedecer.

- Eu nunca mais vou te pedir isso. - Respirei fundo, controlando o choro. - Tudo que eu consegui pensar em todos esses meses, era sobre você. Eu só queria estar ao seu lado.

- Meu peito transborda de alegria em ouvir isso. - Ele selou meus lábios. - Eu estive morrendo dia após dia sem você.

- Pode retomar a sua vida agora. - Passei as mãos por seus cabelos, observando cada detalhe. Ele havia raspado as laterais, deixando apenas o topo da cabeça com cabelo suficiente para serem feitas as típicas tranças.

- O seu cabelo, está diferente. - Ele sorriu e passou as mãos sentindo as pequenas tranças que eu havia feito antes de sair do meu quarto.

- Eu aprendi algumas coisas.

- Está tão linda. - Ele desceu os olhos me admirando. - Odin abençoou meus olhos ao poder te ver novamente.

- Senhor. - Um rapaz se aproximou, interrompendo nosso momento.

- O que você quer, Sihtric? - Ezarel revirou os olhos e encarou o guerreiro.

- Permissão para ir ver a Octavia, senhor. - Ele disse envergonhado e Ezarel riu.

- Pode ir. - O homem saiu apressado.

- Ele pediu para ir ver a Octavia? - Perguntei desconfiada e Ezarel riu ainda mais. - Por quê?

- Tenho certeza de que você sabe.

- Pelo visto, perdi muita coisa. - Sorri com a ideia de uma Octavia apaixonada. Eu precisava ver isso pessoalmente.

- Vamos sair da água. - Ele segurou minha mão e saímos andando. - Você tem muito o que me contar.

- Você também. - Ezarel me olhou por cima do ombro.

- Vagou por muitos lugares. - Ele assentiu. - Quero que me conte sobre eles.

- Tudo que você quiser. - Ezarel suspirou aliviado. - Agora que tenho você, nada mais importa.

Quando voltamos ao castelo, a cena se repetiu. Duas pessoas encharcando os tapetes e uma Deidra olhando feio para nós. Estávamos todos reunidos no salão, a mesa repleta de comidas, como eu senti falta disso.

- Então, Ember. - Ezarel me olhou sorrindo, ele não parava de sorrir. - Você aprendeu muita coisa com o povo Wonkru?

- Muitas coisas. - Sorri. - Vocês vão ver em breve.

- E você? - Ele olhou para Finan. - É um guerreiro do seu povo?

- Meu povo não tem guerreiros. - Finan respondeu.

- Finan me ajudou muito quando estive lá. - Pus minha mão sobre a de Ezarel. - Ele fez pernas para mim, iguais as do meu pai.

- Você é um inventor, Finan? - Deidra perguntou. Ela estava muito empenhada em observar o rapaz desde que chegamos.

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