Abri a porta do banheiro e notei uma toalha e uma grande camisa de tecido branco de mangas compridas, após me secar e me vestir, sai do banheiro com a toalha nas mãos.
- Nevra, onde eu ponho a toalha? - Nevra estava na cozinha, pegando algumas comidas, parou imediatamente e me encarou.
- Você ficou linda com a minha roupa. - Ele largou as coisas em cima da mesa e veio até mim, me medindo de cima a baixo. - Linda. - Ele me beijou e quando me soltou havia em seus olhos um brilho já conhecido por mim. Desejo.
- Onde ponho a toalha? - Sorri para ele que pegou o tecido de minhas mãos.
- Vou estender lá fora. - Ele saiu e em um instante retornou. - Vossa senhoria aceita o vinho agora?
- Aceito. - Me apoioei na mesa enquanto ele servia a bebida.
- Sabe, Ember. - Ele me entregou um copo. - Nunca imaginei que um dia você estaria em minha casa.
- Bem, eu nunca pensei que um dia te conheceria e na mesma noite dormiria com você. - Ele riu e pegou o prato com carnes, seguindo para a sala.
- Você tem que admitir. - Se sentou no sofá e pôs o prato em cima do centro. - O que aconteceu entre nós foi intenso.
- Bem. - Me sentei ao seu lado. - É verdade que nenhum dos cavalheiros com os quais me deitei antes passaram mais de uma noite em meus lençóis. - Ele sorriu. - E nenhum deles tem um olhar como o seu.
- O que tem no meu olhar?
- É como um imã para mim. - Ele me olhou e sorriu.
- Um imã? - Eu assenti. - E o que os imãs fazem? - Ele me deu o sorriso maroto e umedeceu os lábios.
- Imãs atraem. - Eu sorri e o beijei. Tenho vontade beija-lo sempre que o vejo. O tempo inteiro.
Mal percebi quando o copo de vinho foi retirado de minhas mãos e posto junto as outras coisas na mesa de centro. As mãos de Nevra eram ágeis quando se tratava de explorar meu corpo, logo já haviam arrancado sua camisa de mim, me deixando apenas com a calcinha. Puxei sua camisa para cima e a tirei de seu corpo, subi em seu colo e ele sorriu.
- Acredita que eu já estava sentindo falta de ter seu corpo no meu? - Disse e enfiou seu rosto na curvatura do meu pescoço.
No momento eu não sou capaz de falar, estou completamente inebriada e entregue a ele, logo fui erguida e levada até seu quarto. Era grande, arrumado e muito bonito. Sua cama era tão macia quanto a minha, se bem que estando em seus braços eu dormiria até no chão.
Nevra mais uma vez levou ao meu corpo sensações que sempre pareciam ser a primeira vez que eu estava as experimentando, seu corpo no meu me faz não querer sair nunca daqui. Com Nevra eu não preciso me deixar levar, ele mesmo me leva.
Acordei muito bem no dia seguinte, cedo. Há muito não ouvia o canto dos passaros tão de perto. Procurei no guarda roupas outra camisa comprida de Nevra, achei uma que me batia nos joelhos, a vesti e saí em direção a cozinha. Abri as janelas e senti o cheiro do orvalho nas folhas, respirei fundo e decidi sair lá fora.
As folhas ainda gotejavam com a água acumulada da noite fria, os pássaros tomavam liberdade de sair dos ninhos e cantarolar. Entrei na cozinha e andei até a sala, abri a porta frente também, na intenção de deixar o vento correr pela casa, em frente a porta havia uma garotinha de pé, ruiva igual a mim.