VII

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- Parece que a conversa com Ezarel foi animada. - Deidra sentou-se ao meu lado.

- Ele é diferente dos outros.

- Ele me parece um cavalheiro inteligente. - Ela o encarou de longe.

- Ele é sim.

A noite se passou calma, algumas conversas com alguns príncipes e recebendo muitos abraços calorosos dos aldeões, Nevra não se aproximou mais de mim após minha dança com Ezarel, apenas me observava de longe enquanto conversava com alguns cavalheiros e algumas damas, obviamente.

Eu não havia entendido a expressão dele com a aproximação de Ezarel, mas não podia simplesmente ir questiona-lo, ele apenas passou uma noite em meus lençóis e isso não quer dizer nada. Dancei um pouco com algumas crianças e roubei da mesa de doces para que elas pudessem comer antes do tempo.
Após um tempo, eu já estava cansada. Recebi cortejos de todos os príncipes, como imaginado e estava me sentindo um prêmio, informei a Malcon que iria me recolher alegando uma dor de cabeça.

- Vou pedir para que um dos guardas lhe acompanhe, majestade. - Malcon fez menção de sair.

- Não será necessário, Malcon. - Nevra apareceu atrás de mim. - Eu posso levar a rainha até seus aposentos.

- Tudo bem para a senhora, majestade?

- Sim, Malcon. Aproveite o baile. - Sorri para ele e me virei para sair.

- Está mesmo com dor de cabeça ou é só um motivo para fugir de seus pretendentes? - Nevra me encarou com um olhar brincalhão.

- É só uma fuga. - Sorri para ele.

- Você parecia estar gostando de conversar com o príncipe Ezarel. - Ele limpou a garganta após falar.

- Ezarel é diferente de todos os outros príncipes, ele reconheceu minha soberania de boa vontade.

- Sabe que pode ser uma tática diferente para te conquistar, não sabe? - Ele me olhou sério.

- Eu estou sempre um passo a frente, se lembra? - Ele riu.

- Lembro. - Ele ia passar direto pela porta do meu quarto, até o cômodo onde dormimos noite passada, mas eu parei três quartos antes. Ele parou e me olhou. - Então esse é o seu quarto?

- Sim. - O olhei sem expressão.

- Sempre um passo a frente. - Ele coçou a nuca e sorriu. - Bem, já está entregue. Com licença. - Ele se virou para sair.

- Nevra. - Segurei sua mão. - Espero que entenda que, como rainha, preciso tomar algumas precauções, eu ainda não o conhecia.

- No grande salão você apertou minha mão e disse que confiava em mim, Ember. - Seu olhar parecia decepcionado, engoli em seco.

- Mas eu ainda não confiava. - Ele me olhou bem surpreso.

- Sempre muito sincera.

- Nevra, eu não pedirei desculpas por ter cuidado ao levar um homem para baixo de meus lençóis.

- Não fomos para baixo de seus lençóis, majestade. Fomos para baixo de lençóis que nem você conhecia. - Mais uma vez engoli em seco, sentia um frio na minha barriga, mas não sabia por que.

- Podemos ir para baixo dos meus lençóis agora. - Sim, eu apelei.

- Acha que pode me comprar com sexo, alteza? - Nevra me olhou indignado. - Mulheres não faltariam em minha cama, tantas quanto eu quisesse, mas infelizmente algo em você me chamou atenção. E eu nem sei o por quê, você é igual a todos os soberanos que estão lá em baixo. Apenas usa as pessoas. - Meus movimentos foram involuntários, lhe dei um tapa no rosto.

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