A guarda Absinto vem se tornando cada vez maior. Jovens que desejam aprender sobre alquimia fazem fila no portão do QG para conversar com Ezarel. Ele anda tão feliz que quase o vejo saltitar pelos corredores, ele ainda não escolheu seu braço direito e isso é um dever do comandante para com o reino. Ao ser questionado sobre isso, por mim, ele disse que ainda não tinha confiança suficiente em nenhum homem, ainda não os conhecia o suficiente.
As coisas vão bem no Palácio e na Vila, mas Octavia e Deidra andam preocupadas com a falta de rumores sobre a próxima batalha. Desde o fatídico dia no qual eu torci meu tornozelo, não tivemos mais nenhuma notícia sobre o próximo ataque ou se haverá um. As guardas estão se precavendo para que nada nos pegue de surpresa, Ezarel tem aperfeiçoado as armas, espadas, escudos e flechas muito mais fortes e cortantes, Octavia tem adorado isso. Treinamentos de todos os tipos tem sido feitos, e todos os tipos de ataque tem sido estudados, mas nada acontece.
As pessoas até já se esqueceram das ameaças de guerra e continuam suas vidas como se nada mais pudesse acontecer, enquanto os guardas estão em total alerta. A manhã passou como um sopro, o tempo todo estive enfiada na sala de reuniões resolvendo papéis e problemas, só me dei conta de que a hora do almoço havia chegado quando Ezarel bateu na porta, me chamando.
Ele se tornou especialista em me encontrar, faz questão de me acompanhar nas refeições do dia e sempre vai me buscar. Onde quer que eu esteja, ele me acha.
- Com fome? - Ele sorriu e me estendeu o braço.
- Faminta. - Sorri.
- Passou a manhã inteira aí dentro?
- Sim. - Suspirei cansada.
- Parece chato.
- É, demais. - Fiz beicinho e ele riu.
- Tem a tarde livre? - Perguntou enquanto fazíamos a curva para o corredor que dá no grande salão.
- Algum convite? - O olhei brincalhona.
- Só quero conversar mesmo.
- Então eu tenho a tarde livre. - O empurrei com meu ombro e ele riu.
Entramos no grande salão rindo, geralmente é tudo que eu faço quando estou perto de Ezarel, meu riso é frouxo com ele. Pude notar as poucas pessoas que já se encontravam na mesa nos observando, Octavia e Deidra riam, enquanto Nevra revirou os olhos e evitou olhar para nós. Três dias se passaram desde o incidente do beijo, ele já havia voltado para sua fazenda e parecia muito feliz com isso, chegava cedo ao castelo e depois do jantar voltava para casa, isso quando não estava em treinamentos secretos da guarda da sombra.
Me sentei, com Ezarel ao meu lado e começamos a conversar, Nevra evitava ao máximo fazer parte do assunto, mas respondia perguntas e dava sua opinião de vez em quando. De algum modo, o assunto chegou em sobrenomes e ancestralidade.
Octavia explicou que seu sobrenome, Blake, vem de um povo antigo, chamado Skycrun, supostamente eles teriam caído do céu para a terra e repovoado o mundo.Deidra disse que seu sobrenome, Lestrange, vinha de uma bruxa muito famosa, por ser cruel e maligna, e que, infelizmente, era sua tia avó.
Nevra acabou dizendo que Blackwood também era um sobrenome de um bruxo, que foi muito influente quando vivo e conseguiu controlar um coven enorme, embora também fosse maligno.
Todos sabem que o meu, Lothebrook, vem do meu avô, Ragnar Lothebrook, um viking muito respeitado pelo povo, foi aí que chegamos em Ezarel, não sabíamos o sobrenome dele.- Ragnarson. - Ele disse.
- Espere. - Octavia o olhou surpresa. - Ragnarson, de Ragnar Ragnarson?
- Meu tataravô. - Ele riu.