XVIII

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A madrugada caiu e todas as luzes foram apagadas, inclusive as do castelo. Os soldados de Deidra e Octavia estavam em seus devidos lugares e os arqueiros posicionados em cima do castelo. Tudo e todos estavam em seus devidos lugares.

- Ember, se afasta da janela, não podem te ver aí. - Pela centésima vez Ezarel tentava me tirar de onde estou.

- Os arqueiros só poderão atirar sob minha ordem.

- Sabemos disso, mas os inimigos ainda não chegaram. - Deidra estava impaciente, certamente queria estar lá em baixo.

- E como vou saber se não estiver vendo? - Os dois bufaram e me deixaram em paz.

- Vejo movimento lá em baixo. - Ezarel se levantou e se posicionou ao meu lado.

- Estão saindo dos navios para o mar. - Ele riu. - Como você disse que fariam.

- É fácil pensar como todo mundo.

- Temos que esperar chegarem mais perto da praia. - Deidra também estava olhando.

- Preciso que todos tenham passado do óleo, ou estejam imersos nele.

- Não trouxeram tantos homens quanto achei que trariam. - Deidra olhou desconfiada.

- Então vamos esperar mais tempo. - Respirei fundo e mantive a calma. - Espero que ninguém se apresse.

- Ninguém desobedece a rainha. - Deidra me respondeu.

Esperamos até que a última fileira de homens estivesse prestes a passar pelo óleo. Mas Deidra tinha razão, poucos homens.

- Dê sinal para a batalha em solo. - Falei para Deidra. - Apenas os seus soldados.

- Sim, majestade. - Deidra foi até a outra janela e sutilmente ascendeu uma vela.

Imediatamente seus homens sairam de trás das pedras e começaram a atacar os inimigos que estavam em solo. Logo a maioria deles já estava na praia e poucos na água, se realmente foram tão poucos homens, terei derramado óleo na água para nada.
Haviam apenas mais dez homens do exército inimigo ainda vivos, era clara a vitória de Eldarya, visto que não haviamos tido mais do que algumas perdas.

- Espera, vejo mais homens no mar! - Ezarel se assustou.

- De onde saíram? - Me questionei.

- Estavam escondidos atrás da barreira de corais. - Deidra olhava séria para a batalha.

- Você tinha razão, Wanheda.

- Espere o momento certo e dê o sinal, Amber. - Ela me olhou séria, estava preocupada.

Havia mais um pelotão de soldados no mar, assim que o último homem em terra caiu, eles começaram a avançar.

- Dê o sinal, Amber.

- Ainda não. - alguns homens já haviam alcançado a praia, mas ainda haviam soldados fora da mancha de óleo.

- Dê o sinal, Amber. - Ezarel quase me sacudiu.

- Ainda não. - Agora quase todos estavam dentro do óleo, faltam apenas alguns.

- Amber! - Os dois quase gritaram em meus ouvidos.

- Agora. - Peguei meu arco e disparei a primeira flecha flamejante. Imediatamente uma chuva de flechas caiu no mar, o fogo subiu pelas águas e os homens gritaram.

Depois que o fogo subiu, só deixaria de queimar quando o óleo acabasse, o que deveria durar a noite toda. Nenhum homem sairia da água e nenhum homem voltaria para o mar. Infelizmente para os soldados dos reinos de nublar e rivia, a única opção é a morte.
Os arqueiros continuaram a soltar flechas no mar, em uma tentativa de findar o sofrimento daqueles que estavam queimando. Muitos homens saiam da água em desespero, na esperança de que o fogo largasse de sua pele, mas não adiantava, estavam imersos em óleo. Os guerreiros em terra findavam o sofrimento dessas pobres almas e depois que o último homem foi morto, flechas com fogo foram atiradas nos navios ao longe, nada voltaria para casa hoje.

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