- Posso saber por que Ezarel está a horas enfiado no laboratório? - Deidra me questionou no jantar. - Ele nem saiu para comer, ele ama comer.
- Ele está seguindo minhas ordens. Temos um plano de ataque.
- E nós seremos informadas quando? - Octavia questionou.
- Quando estiver pronto. - Eu sorri e ela revirou os olhos.
Todos estavam sentados a mesa, menos Nevra e Ezarel. Me limitei a não perguntar pelo Lorde, estou adiando o máximo que posso a conversa que preciso ter com ele.
Os dias passaram voando, quando menos esperei a carta de aviso de guerra chegou.
- Com licença, majestade. - Octavia entrou em minha sala.
- Sim.
- Os reinos de Nublar e Rivia declararam seu ataque.
- Juntos?
- Ao que parece, os reis não são tão soberbos a ponto de atacar Eldarya com seus exércitos insignificantes.
- Bem. Sabemos que Nublar tem domínio das rotas marítimas. - Eu sorri. - Octavia, chame o Ezarel aqui, por favor. - Ela prontamente saiu e voltou acompanhada do príncipe.
- Majestade. - Ezarel fez sua reverência.
- O óleo está pronto?
- Está nas caldeiras, fervendo para apurar.
- Quanto tempo?
- Mais dois dias.
- Certo. - Sorri para ele.
- Podem me explicar o que está havendo? - Octavia nos olhava irritada.
- Bem, eles vão nos atacar pelo mar.
- Como tem tanta certeza?
- Por que o lado que da para o mar vai ser o único que vai parecer vulnerável. Além do mais, Nublar detém total poder sobre as rotas marítimas.
- E o que faremos? - Octavia se serviu de licor.
- Eu já havia pensado nessa possibilidade, então pedi para que Ezarel criasse uma espécie de óleo que não afunde e que possa queimar na água.
- Vai tocar fogo nas águas? - Octavia sorriu.
- Nós vamos. Octavia, por favor, informe do plano a Deidra e junte-se a ela. Preciso que ponham no mar os navios mais velhos da guarda real, para que achem que nossa esquadra marítima está de guarda.
- Mais alguma coisa, majestade? - Ela sabia que havia mais.
- Preciso que libere Ezarel para ser lider dos arqueiros. Vou precisar de vinte deles no topo do castelo.
- Considere-o liberado. - Eu assenti.
- Informe ao Nevra para organizar uma esquadra de combate em solo, para os guerreiros que escaparem do fogo.
- Certo.
- E depois que informar a Deidra, peça para que ela venha aqui, por favor.
- Com licença, majestade. - Octavia prestou continência e se retirou da sala.
- Ezarel, assim que o óleo estiver pronto, me avise. Não importa a hora.
- Sim, majestade.
- Agora vá treinar seus arqueiros. - Sorri para ele.
- Obrigada, majestade. - Ele prestou continência e saiu.
Preciso pôr em prática meus planos de defesa, em hipótese alguma a batalha pode se estender para dentro das muralhas, o povo de Eldarya não é treinado para isso e nem deveria ser, as guardas existem para protegê-los e se a função for bem desempenhada, quase não haverá combates. A inteligência é a maior arma.