VIII

148 14 6
                                    

Acordei mais uma vez sentindo o peso do braço de Nevra sobre minha cintura, mas dessa vez eu não quis me mover e nem levantar. Por mais irônico que pareça, o primeiro dia de verão estava chuvoso, o que significa que será um verão ótimo para as plantações.

Senti Nevra se mecher ao meu lado e me virei para ele, aos poucos ele foi abrindo seus lindos olhos verdes e quando dei por mim, minha mão já acariciava sua bochecha e um sorriso enfeitava meu rosto. Quando sua visão focou em mim, ele também sorriu, sua mão em minha cintura me puxou para mais perto e um breve beijo foi depositado em meus lábios.

- Seus cabelos parecem em brasas quando iluminados pelo sol. - Ele subiu a mão e acariciou meus cabelos emaranhados.

- É por isso que me chamo Ember. - Sorri.

- Brasa. - Ele sussurrou e se aproximou para me dar mais um beijo.

Eu poderia beija-lo para sempre. Sentir sua língua acariciando a minha, suas mãos passeando por meu corpo, é algo tão gostoso que poderia me prender para o resto da vida. Esse beijo era diferente dos anteriores, pela primeira vez era calmo e lento. Tão bom quanto todos os outros.
Minha mão acariciou seu peito quando ele se virou de barriga para cima e me puxou para si, ele pegou-a e observou o anel em meu dedo.

- Essa cor fica linda em você.

- Eu sempre quis que as cores do reino fossem azul e dourado, mas minha mãe sempre dizia que nossos cabelos ruivos harmonizavam com o verde. - Senti ele sorrir.

- Seu irmão também era ruivo?

- Não. - Sorri ao lembrar dele. - Bjorn era loiro, igual a nosso pai. Eu fui a única que nasceu ruiva.

- Você é linda. - Olhei para ele ainda deitada em seu peito. - Tão linda que as vezes mal acredito que é real.

- Está me deixando sem graça, Lorde Nevra. - Baixei meu olhar.

- Não fique. - Ele acariciou meu cabelo. - Sua beleza exterior é o maior disfarce para sua mente.

- Você também é lindo, Nevra. - Ergui meu tronco e o olhei. - Seus olhos me prendem o olhar e a harmonia de seus traços não condiz com a função de guerreiro. - Acariciei seu rosto.

- Assim como seus traços, Ember. - Ele segurou minha mão e a beijou. O encarei por um tempo, até que seus lábios estavam nos meus e sua mão acariciando meus seios.
Somente este homem tem o dom de me deixar em chamas apenas com o olhar, eu tenho medo que isso se torne minha fraqueza.

- Outra noite em baixo dos lençóis da rainha, Lorde Nevra? - Octavia havia entrado em meu quarto e agora tinha um sorriso sacana nos lábios.

- Por Odin, Octavia. - Eu sai de cima de Nevra enquanto ele se cobria quase tão vermelho quanto meus cabelos.

- Perdão, eu não sabia que ele estava aqui. Vou esperar lá fora. - Ela saiu rindo e eu comecei a rir.

- Octavia não me deixará em paz nunca mais. - Nevra se levantou e rapidamente vestiu suas roupas.

- Ela vai parar, com o tempo. - Ri e também levantei para me vestir.

- Tomara que sim. - Ele também riu, mas ainda parecia nervoso, afinal, Octavia é sua chefe.

- Ei. - O chamei para perto de mim. - Me desculpe por isso. - Passei a mão em seus ombros enquanto ele apoiava as suas em minha cintura. - Octavia e Deidra tem livre entrada em meus aposentos e, bem, nenhum cavalheiro nunca entrou aqui.

- Bem. - Ele suspirou e sorriu. - Devo agradecer por essa honra?

- Você subiu pela minha varanda, não precisa agradecer. - Ele negou com a cabeça e sorriu.

Realm of EmberOnde histórias criam vida. Descubra agora