Ayla Sintori
(10:30 da manhã)⚠️ Conteúdo sensível: caso não consiga ler esse tipo de conteúdo descrito na história, não insista e não se force. Me responsabilizo pelo que escrevo e pelo o que deixo como aviso, então tenham total compreendimento do que optam por estarem lendo. Para os que ficam; Boa leitura.⚠️
⚠️CONTÉM AGRESSÃO FÍSICA, PENSAMENTOS SENSÍVEIS . CAPÍTULO NÃO RECOMENDADO PARA PESSOAS COM ABALO EMOCIONAL.⚠️
Movendo meu corpo naquela cama e afastando o cobertor que me cobria,suspirei sendo seguido de um gemido ao abrir os olhos tendo os raios da claridade me acertando em cheio. Senti minha cabeça latejar e uma certa fraqueza muscular,era como se tivesse sido dopada e tivesse passado por inúmeras situações noite passada, entretanto,me sentando naquele acolchoado e olhando para meu lado direito,tive a certeza de que bebi mais do que o suportado e aceitei qualquer merda que me deixasse mais leve, afinal, não transaria com qualquer um.
E pela segunda vez em toda minha vida,percebi que havia me marcado com minhas péssimas escolhas,havia me submetido a algo completamente fora da minha realidade em quanto me mantivesse sóbria. Então,com um olhar apavorado e minhas mãos trêmulas,me levantei a procura de minhas roupas e as vesti o mais rápido possível sem fazer nenhum tipo de barulho,precisava voltar para casa e rever tudo o que estava fazendo da minha vida. No entanto,ao pegar meu aparelho celular sobre o sofá da sala de estar daquele apartamento,pensei em milhares de lugares que poderia ficar ,menos a casa das duas pessoas que meus pais colocaram para serem meus tutores.
Ao sair do elevador no hall,engoli a seco ao encontrar Trevor acompanhado de Zayn,ambos pareciam presos em uma conversa tranquila e amigável,então minha ficha caiu ao perceber onde realmente estava e o que havia feito e permitido acontecer: o edifício era o mesmo em que o moreno mora e Ravi havia sido o cara com quem transei sob efeito do álcool. Apressando meus passos e mantendo minha cabeça baixa,passei por ambos,no entanto não passei despercebida.— Garota mistério,o que faz aqui? — a voz de Trevor me causou um arrepio fazendo com que meus pés permanecesse parados.
Não tinha medo do que poderiam pensar e muito menos da forma que poderiam me julgar, entretanto não consigo olhar nos olhos de algum deles e afirmar que,o oposto do que afirmei e deixei claro desde que nós conhecemos, havia transado com alguém que sequer posso dizer ser um conhecido, afinal Ravi era apenas o treinador da academia que frequento, apenas um alguém que sempre está disposto a levar alguns socos. Os julgamentos passaram a não me ferir, contudo e perante a situação em que me encontro, questiono a mim mesmo o porquê de tamanha insegurança.
— Ela estava acompanhada do Ravi, certamente passou a noite com ele — o desdém nas palavras de Zayn causaram algum tipo de sentimento em mim,porém ignorei essa sensação de angústia e mágoa.
— Cala a boca, Zayn — censurando o amigo por ter dito algo que não lhe diz respeito, Trevor suspirou e deu dois passos até mim — Ayla,está tudo bem?
Por mais que gritasse para que alguém se preocupasse verdadeiramente comigo,por mais que desejasse uma pessoa me questionando como estava me sentindo,o momento não era um dos melhores e a situação me fazia negar uma resposta. Então,ao sentir o toque de Trevor em meus ombros,os encolhi tomando coragem para me mover novamente.
Caminhei por longos minutos,me afastei de tudo aquilo que parecia me ameaçar. Mas quando parei de frente para a casa que mais me assombrava,senti meu corpo tencionar e meus olhos arderem pelas lágrimas que segurei incansavelmente,por ambas essas que pretendia deixar cair somente quando estivesse no único cômodo que parecia ser meu refúgio. Ao abrir a porta de entrada e adentrar, não tive tempo de raciocinar e muito menos desviar do que veria logo a seguir: senti uma bofetada tão forte que acabei caindo no chão daquela sala de estar,logo em seguida,vieram uma serie de chutes tão fortes que me cortaram o ar por alguns momentos.
Não pude me defender,ou até mesmo revidar aquela agressão que foi algo inesperado. Meu peito queimava feito brasa,o terrível gosto de sangue em minha boca foi sentindo ao levar um dos muitos chutes na lateral de meu corpo,sentia alguns ossos rangerem e podia imaginar os hematomas que ficariam,isso se pudesse ter a sorte de sobreviver a tudo isso. Como implorei para aquilo tudo ter um único fim que resumisse em meu corpo sobre uma mesa de um nicróterio onde não pudesse ter noção nenhuma do que estivesse acontecendo ao meu arredor.
Quando finalmente tudo teve um fim,ainda pude ouvir a porta ser fechada e trancada anunciando que meu agressor havia deixado aquela casa e não se importava em como poderia vir a ficar. Então, alcançando meu celular no bolso de minha jaqueta e - com a visão embaçada - pude perceber as consequências dos chutes. Havia dois números como principal e minha emergência,dois nos quais pertenciam pessoas que me permitiram confiar,foi aleatório,apenas selecionei um e pedi por sua ajuda.
Ao acordar sentindo cada centímetro latejar e permitindo um gemido escapar de meus lábios,tive a conclusão de que me encontrava em um hospital e estava sobre observação médica,o meu médico. Olhando para onde ele se encontrava sentado enquanto parecia ler meu prontuário,suspirei dolorosamente chamando sua atenção até mim,esse que não esperou para se levantar e se aproximar tocando em meus cabelos os acariciando com delicadeza.— Fizemos os exames completo em você, Ayla. Seu corpo possui escoriações severas,fraturas na costela e braço,também tivemos de controlar uma quase hemorragia interna. Me admira tê-la acordada nesse exato momento — sua voz era calma, porém sabia que ele não se sentia exatamente assim,seus olhos o entregava.
Sentindo uma lágrima deslizar por minha bochecha que ainda se encontrava dolorida e conseguia imaginar um grande hematoma naquela parte, apertei sua mão como se lhe pedisse para manter tudo em sigilo. Não era somente uma repreensão severa, aquele desgraçado tinha a intenção de me matar e cada chute desferido provava isso,ela também estava nisso tudo e não sairia impune, entretanto quero apenas ter a certeza de que me recuperarei em segurança.
— Você está em meu apartamento,pedi para que um amigo montasse esse quarto para que pudesse cuidar de você sem que falte algum medicamento. Obviamente os exames foram feitos em uma clínica segura e com discrição exemplar. — sorrindo fracamente,ele deixou um beijo em minha testa — cuidarei de você, Ayla. Prometo que ninguém voltará a lhe ferir como fizeram,e aqueles velhos terão o que merecem.
Acreditava em suas palavras, pois mesmo estando a um certo tempo distante e sem nenhum contato direto, ele seria a última pessoa no mundo a me ferir e quebrar uma promessa. Não era semanas e meses,nos conhecemos a anos, então seria tempo o bastante para que colocasse toda minha confiança no homem que teve minha vida em suas mãos,o homem que alimentou minha personalidade e quem sou nos dias atuais.
— Pode respirar aliviada, diabinha,o tempo de sua recuperação irá ultrapassar o necessário para sua maior idade. Seu pedido será atendido e lhe ajudarei no que for necessário.
Talvez ele seja a única pessoa que entrou em minha vida e nunca me abandonaria sem motivos o bastante, talvez ele devesse ser o único a merecer minha confiança e conhecer minha vida e história. Idades distintas não nos fazem ser diferente,alguns números a mais podem não significar nada para duas pessoas que se conheceram a alguns anos e nunca mais quebraram a única promessa feita. Tivemos olhares,fomos julgados e acusados de coisas que nunca correspondiam a nós e nossa amizade,sei que as pessoas procuravam motivos para nos afastar, entretanto nunca conseguiram e acredito que, independente do que possam inventar,jamais conseguiram.
Não somos irmãos, não somos um casal e muito menos temos um relacionamento carnal, então diferente do que muito ouvi dizerem,carrego a única coisa que ele pode ser para mim: meu amigo e confidente,alguém que jamais virará as costas para mim,uma pessoa que faria do mundo o meu inferno particular,tudo somente para cumprir sua promessa feita a mim, somente para garantir minha segurança até onde fosse possível. Ele cuida mim,e eu cuido dele sem poupar esforços. Ele é meu soulmate.
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Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]
Teen Fiction17 anos de pura sabedoria e marra,mas sempre mantendo a pose de "boa menina" que seus avós acreditam que ela seja. Órfã de pai e mãe,Ayla Sintori passou a viver com os avós paternos,tendo que se mudar de cidade deixando tudo para trás,a garota d...