Charpter two

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Ayla Sintori
(Terça-feira - 09:30 da manhã)
Aeroporto de Londres

Com minhas malas em mãos, observava aquelas pessoas mais jovens eufóricas por estarem em uma cidade nova ou até mesmo voltando para casa após um tempo fora,mas ao contrário de ambas, não conseguia sentir nenhum sequer sentimento bom em estar ali, não sentia nada que um ser humano normal sentiria,era como se estivesse morta em vida, como se não houvesse sentimentos dentro de meu corpo. Era apenas uma mortal que tentava se encaixar nos padrões da sociedade, era uma mera mortal que tentaria se readaptar com o mundo a sua volta.
Suspirando pesadamente,sigo para os portões de saída desse lugar. Meu avós me aguardavam do lado de fora, pois desde chegamos aqui, tentava encontrar uma forma de não dividirmos a mesma casa,uma forma de não ter que aguentar as ironias de meu avô e as grosserias daquela velha. Porém,como dito pelo advogado de meus pais,enquanto não completasse minha maior idade,teria de ficar com eles ou teria de ir para um colégio interno,o que não seria diferente do que será com esses seres insignificantes.

___ Não temos o tempo todo garota!___ não negando a insatisfação por me ter ali, Dionísio - meu avô - revira os olhos por trás de seus óculos.

___ Verdade,em questão de segundos ou dias,estará a sete palmos a baixo da terra___ rindo debochada,entro no táxi e aceno de forma educada para o taxista.

Olhando para a vista daquela cidade enquanto o táxi passava por aquelas ruas,podia sentir o mesmo sentimento e sensação que tinha quando meus pais mencionavam Londres,quando ambos faziam planos de passarem as férias aqui. Não saberia explicar,pois era a primeira vez que estava em solo inglês,a sensação era como se pudesse os sentir ao meu lado,como se ambos estivessem ao meu lado dizendo que nunca estaria sozinha e no fundo, sabia disso e nunca esqueceria ou irei esquecer.

___ Suas aulas começaram na próxima segunda,você ficará no colégio durante a semana e sairá nos finais. Não queremos problemas ou reclamações dos diretora ou professores, não queremos saber o que fará durante a semana naquele colégio,apenas cumpra seus horários de aula...___ enquanto ditava suas regras,Joana apertava meu braço discretamente enquanto Dionísio,seu marido,conversava com o motorista.

___ Posso ao menos escolher se quero ficar naquele lugar durante minha semana?

Por mais que desejasse mostrar a verdadeira face de Ayla Sintori, precisaria me manter a menina doce e calma que ouviram tanto falar,pois não me seria conveniente os fazerem irem contra mim diante o juiz no próximo ano.

___ Claro,desde que não apronte nada que venha nos causar problemas. Não é que não gostamos de você Ayla,apenas nunca tivemos contato com você e nunca tivemos a oportunidade de nós conhecer___ ainda mantendo meu olhar nas ruas, sabia que não deveria acreditar em suas palavras,pelo menos não cem porcento.

___ Tudo bem,vó! Podemos tentar uma boa convivência___ a vendo assentir pelo reflexo na janela daquele táxi,forço um sorriso.

Vendo o táxi estacionar em frente a uma casa simples,porém muito bem cuidada,reviro os olhos por saber que ambos não deveriam ter insultado minha mãe a vida inteira,pois nem mesmo eles moram naquelas casas luxuosas que toda família rica exibi.

___ Essa casa é apenas provisório,se é isso que está pensando,Ayla!___ rindo de forma debochada e sarcástica,Dionísio abraça a esposa pêlos ombros enquanto segurava sua mala com a mão vaga.

Saber que teria de começar minha vida novamente,em um lugar desconhecido por mim,um lugar no qual não conheço ninguém, fazia-me questionar se um dia conseguiria me abtuar ou estabelecer a mesma vida que tinha em Nova York. Embora sempre tenha caído a garota problema mais um anjo aos olhos dos pais,sempre tive ótimos amigos e um bom índice estudantil,a questão que mais era subjulgada nos colégios,era somente o fato de não aceitar ser humilhada,pois sempre que isso acontecia,o autor da humilhado sempre voltava para casa com um nariz quebrado,com alguns roxos ou até mesmo com pequenos sangramentos. Não era inocente,mas também não era a criança infantil que fodia com a vida das pessoas ao meu redor,pois sempre gostei de deixar meus pais orgulhosos de mim.

Entrando naquela casa atrás de meus avós,pude sentir que em breve, poderia me arrepender de não ter escolhido ficar em Nova York e de preferência em um colégio interno, não saberia dizer o que poderia me levar a ter esse pensamento,mas tinha a certeza de que algo grave ou até decepcionante. Deixarei que o destino me mostre o motivo.

___ Seu quarto é no final do corredor virando a direita. Está tudo organizado para você___ ascenando em agradecimento pelas informações de Joana,subo aquelas escadas carregando minha mala.

Entrando no corredor virando a direita,sigo até o final encontrando uma porta branca. A abrindo calmamente,encontro um quarto simples,porém muito bem organizado. Uma cama ao lado da porta da sacada,um guarda roupa ao lado da porta do que deduzi ser um banheiro,uma penteadeira e uma escrivaninha com alguns livros. Aquele quarto parecia ter cido de alguém que deixou essa casa a pouco tempo,porém não saberia dizer que era o dono,pois não conhecia ninguém, tanto da família de minha mãe,como da família de meu pai.
Deixando minha mala ao lado de uma poltrona no canto da porta da sacada,sento-me na cama podendo deixar um suspiro pesado escapar por entre meus lábios. Me jogando para trás,pude fechar meus olhos me permitindo lembrar de cada momento que tive ao lado de meus pais,de casa sorriso que conseguia arrancar de minha mãe e, até mesmo me permiti lembrar dos diversos sermões que ganhava ao ter que sair do colégio ao lado de papai. Seria difícil superar essa perda,seria doloroso cada dia que passasse,porém estava pronta para engolir essas lágrimas que se formava a cada lembrança,estava disposta a encontrar uma forma de me distrair desse abismo que entraria se ficasse somente presa nessa lugar, se ficasse presa nesse quarto e mesa casa com uma única rotina. Por mais que tivesse prometido não arrumar confusão,seria impossível me manter presa e como uma boa samaritana, coisa que não sou e nunca fui,apenas criei essa máscara para meus pais não se decepcionarem comigo.
Ouvido a porta daquele quarto ser aberta,aperto mais meus olhos soltando uma respiração que sabia ser ouvida somente por mim.

___ Sua vó está lhe esperando para que possa comer algo, já que não se alimentou pela manhã!

Olhando para meu avô parado naquela porta com os braços cruzados,me sento demonstrando estar calma e que não queria ser tratada com essa frieza que se dirigia a mim,pelo menos não nesse momento e muito menos enquanto estivesse indisposta para revidar suas intrigas.

___ Estou sem fome,Dionísio. Diga a ela que estou bem.

O vendo assentir sem demonstrar importância,me deito novamente virando-me de lado puxando um dos travesseiros o abraçando. Deitada ali naquela cama,ainda sentindo a presença de meus pais comigo,pude me deixar cair no sono que me fizeram falta a duas noites seguidas...


Música do capítulo: Someone your loved.

Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora