Chapter twenty four

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Ayla Santori
(09:20 da manhã,quinta feira)



     Tentar compreender a vida de outras pessoas é o mesmo que tentar encaixar uma peça do quebra que não corresponde com a imagem desejada. Por que digo isso? Bom,sempre tentei demonstrar uma personalidade que não se assemelha a mim,tentei ser um pessoa melhor para meus pais,um alguém que viveu e estaria vivendo pelos outros,e mesmo após anos,nada conseguiu abraça-los. O mal do ser humano é ter tudo,ter o mundo e seus pés, mas se juntar não ter nada,o pouco é insuficiente e muito não é o bastante,ou seja, não somos satisfeito com nada que temos e não ficaremos com o que for conquistado. Não vale a pena morrer por alguém que não lhe dá uma gota de sangue.
     Ao abrir a porta e adentrar a casa que nunca será chamada de meu lar,liberei o ar de meus pulmões ao encontrar com os mais velhos estando sentados no sofá da sala de estar, imaginei estarem aguardando minha chegada. Ao envés de parar e lhes cumprimentar ou qualquer outra coisa,apenas subi as escadas tomando sentindo a meu quarto. E só fechar a porta atrás de mim,apenas deixei meus pertences sobre a mesinha de estudos e me joguei sobre a cama sem ao menos me desfazer das roupas que estava usando.
     Flashes da noite e madrugada passada se repercutiam em minha mente; os toques delicados e leves,os beijos e selinhos,as mordidas acompanhadas de chupões que ficaram visíveis para quem desejasse ver. Zayn pode ser considerado um cara intenso,um homem dominante não somente pelas ruas dessa cidade,sua personalidade e brutalidade são suas cartas nas mangas para transformar o sexo sem graça em uma foda intensa e prazerosa. Essa seria uma noite que mereceria ir para meu bloquinho de melhores transas.
     Buscando um travesseiro na cabeceira da minha cama,o abracei me mantendo de bruços enquanto encarava um porta retrato sobre o criado mudo; meus pais estavam felizes naquela fotografia,se enxergava o brilho no olhar de ambos,mas a única coisa que mais julgava diferente entre ambos sempre fora a forma intensa que se olhavam,se sentia o amor,a intensidade e o quão real era os respectivos sentimentos. Assim como minha mãe,meu pai tambem a amava sem medidas e interferências. Não os invejava naquela época,mas diziam querer encontrar alguém que me olhasse e me amasse como ele a amava.
    
       — Garota...— em um gesto brusco,meu avô abriu a porta do quarto evidenciando o quão frustrado estava.

        — Primeiro você bate,depois entra. Não lhe ensinaram bons modos? — em mesma posição e ainda observando a felicidade registrada naquela fotografia,o censurei pela sua audácia.

        Com seus passos se aproximando de mim, senti sua mão forte segurar em meu braço puxando-me para sentar sobre aquela cama. Mas não fora somente isso que me causara raiva e desprezo por sua pessoa,foi a bofetada que recebi de si,uma que demonstrou toda sua força e que ocasionou um corte em meu lábio inferior. Sem medir forças e ao menos lembrar estar lidando com um velho,cuspi o sangue em sua face e o empurrei contra a parede lhe acertando um chute no meio de suas pernas.

      — Nunca mais,escute bem,nunca mais ouse a levantar essas mais imundas para mim. — lhe acertei outro chute o fazendo gemer aínda mais alto.

      Limpando o canto de meus lábios,desviei meu olhar para a velha que observava tudo completamente horrorizada. Em momento algum,em nenhum situação possível ambos tinham o direito de me agredirem, não vão e jamais iriam fazer algo contra mim e saírem impune. Voltando minha atenção para o criado mudo,apanhei meu celular e uma outra jaqueta sobre a cadeira da escrivaninha.

     — Você enlouqueceu, Ayla? Onde já se viu agredir seu avô?  E onde pensa que está indo, não basta ter ficado a noite fora transando com qualquer um? — tentando ajudar o marido,a mais velha não poupou suas palavras e ofensas indiretas que não me afetavam.

     — Esse doente não tinha o direito de me tocar e você não é digna de censurar meus atos. E se elimina sua curiosidade...sim,passei a noite toda transando e diferente do que gostaria, sei muito bem quem era,e lhe digo mais... — esbocei um sorriso provocador depravado — ele fodi tão bem.

      — Você é asquerosa como a infeliz de sua mãe,uma vadia de má índole.

      Quando não se sabe afrontar outra pessoa,esse outro alguém parte para o lado emocional e que gera uma grande discussão de defensiva dos não envolvidos. Porém, diferente da reação que outras teriam, apenas ignorei sua difamação contra minha mãe e me retirei daquele quarto tendo comigo somente meu celular e a jaqueta para cobrir meu corpo do dia frio. Não havia necessidade de ir a favor a minha falecida mãe,pois conhecia sua moral e personalidade,sempre tive conhecida do quão prezava pelo seu casamento e por sua índole. Aquela mulher,a que me deu a vida e amei intensamente poderia ser chamada de muitas coisas,mas nenhuma delas deveria afetar sua pessoa e sua imagem.
    E ao passar por aquela porta de saída e ter a visão daquela rua, aconteceu o que não queria e prendi para não se manifestar, então, sem relutância e com certa agressividade, sequei a lágrima solitária que deslizou por minha bochecha avermelhada pela marca da mão daquele asqueroso.
      Por desconhece os lugares dessa cidade, optei por tentar me destrair descontando minha frustração com socos e chutes:a academia era minha melhor opção. E após ter me desfeito a jaqueta e agradecer mentalmente por estar usando uma calça mais folgada, coloquei as luvas sem ao menos me importar com os olhares que pairaram sobre mim, diferente do comum, não descontaria minhas forças em um saco de pancada e sim tenho uma breve luta com o professor e meu personal trainer.
      As dez anos de idades assisti uma luta com meu pai,ele era amante desse tipo de coisa e não perdia uma programação sequer,e naquele único dia sjd kge fuz companhia em uma luta ao vivo,criei o interesse tendo como iniciativa lhe implorar para me colocar em uma escola para apreender tal esporte. Aos doze anos de idade tive uma briga na escola onde quebrei um braço e a perna de um dos meus colegas de classe,o oposto do que pensei que meu pai faria,ele apenas me levou para casa e pediu para ele recriasse os golpes para ele. Naquela tarde, enxerguei o brilho de admiração em seus olhos,o orgulho que jurei nunca deixar se esvair. Aos quinze anos, abandonei a academia ao ter a chance de lutar em um torneio para iniciantes com a promessa de me proporcionar uma carreira,mas não era nada disso que desejava para minha vida.
       Tomando consciência da situação atual, percebi o quão agressiva estava sendo em meus golpes e investidas carteiras que estavam sendo defendidas pelo homem. Mas no momento em que me auto sabotei ao lembrar-me do ocorrido a quase duas horas atrás, não poupei o restante de minhas forças e agilidade,o que refletiu em meus golpes de socos em sequência. Tinha noção de que alguns alunos observavam a cena concentrados em nosso pequeno treino,tinha a consciência de que esperavam uma reação do profissional em me parar,porém nada disso aconteceu. Em questão de segundos estava sentada sobre sua cintura destruindo socos um atrás do outro em seu rosto,e na tentativa de me parar,o mais velho usou suas pernas para me imobilizar puxando meu corpo de encontro ao chão,mas consegui me soltar ao golpear os músculos de sua perna em uma sequência rápida o bastante para prazer ceder para a fraqueza.
     Ao pensar em subir sobre o corpo do homem novamente,dois braços fortes me seguraram pela cintura arrastando-me para longe do professor que de manteve sentado no chão completamente surpreso pelo que acabara de acontecer. Ao ser levada para o vestiário, encarei a pessoa que me soltara e aguardava qualquer reação agressiva de minha parte.

       — Geralmente, pessoa que transam a noite e madrugada inteira tendem a ficarem calmas,mas você é uma grande excessão — Sinceramente, já esperava um comentário como esse vindo da pessoa a minha frente.

   Trevor estava com uma grande liberdade comigo,algo que nunca estabelecemos e julgava ousado de sua parte,mas quem sou eu para censurar esse cara? Os ousados sãos os melhores para se ter em seu ciclo amigável.

Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora