Charpter ten

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Ayla Sintori
(21:00 - quinta feira)

    Embora estivesse com meu corpo dolorido e os pontos novos incomodando minha movimentação, não conseguiria ficar em casa com meus avós me monitorando de cinco em cinco minutos,como também sabia que ambos imaginavam que não estava passando as noites em casa, não me arriscaria nessa janela novamente,pois duas vezes é um número muito bom para uma pessoa com a perna quebrada e alguns pontos no abdômem. Era algo muito estranho para mim,pois jamais sai de casa deixando meus pais pensando que estava dormindo,nunca pulei a janela de meu quarto no meio da noite voltando somente pela manhã,porém, é difícil ficar presa em uma casa se lembrando detalhadamente como ambos morreram, era difícil olhar para todos os lados e saber que não os veria nunca mais.
   Suspirando pesadamente,saio daquele quarto fechando a porta atrás de mim.  Com as luzes daquele corredor acesas, sabia que os mais velhos estavam acordados fazendo algum programa entre eles,o que percebi ser rotina desde que passei minha primeira noite nesta casa. A cada degrau que desvia daquelas escada,era um gemido de incomodo que engolia,pois se ao menos sonhasse em demonstrar estar com dor, esses dois - mesmo que seja uma mera farsa - demonstraria preocupação e não me permitiria sair por essa porta.

   — Onde pensa que está indo, Ayla?

   Ouvindo a voz grave de meu avô,paro atrás de si que se encontrava sentado no sofá concentrado na tv a sua frente. Não queria lhes dar satisfação da minha vida e muito menos,os queria pagando de "madre Teresa",pois o que mais estava evidente em seus olhos,era não se importar com nada do que faça ou já fiz.

   — Sinceramente? Acho que não estão preocupados com essa informação...

  Pegando a chave cópia sobre a mesinha lateral que ficava ao lado do sofá,me direciono para a porta principal a abrindo sem me dar a importância de lhes fornecer uma outra resposta que os deixaria satisfeito,mas os conhecendo, diria que se voltasse hoje ou amanhã,era um grande benefício.
  Fechando a porta atrás de mim,pude sentei a brisa fria bater contra meu rosto fazendo com que meu corpo reaja se arrepiando. Essa cidade era uma das poucas que me deixava atraída para descobrir qual será minha forma de distração, apesar de que tenha tido uma impressão negativa de início,pude descobrir que poderia me apaixonar por esse lugar,descobri que aqui,poderia guardar muitas histórias sobre mim, assim como os diversos lugares que já visitei,mesmo ficando pouco tempo em diversas cidades,ambos eram tão atrativas,que pude criar pequenos rascunhos que usaria para contar,quem sabe alguns anos a frente. Enquanto observava as casas que passava por perto,pude deixar que minha mentes se aliviasse de cada memória indesejada,de cada lembrança que não deveria fazer parte de minha vida. Ali,estava para recomeçar aquilo que falhou,estava com o intuito de me redescobrir; em novas formas,com novos sentimentos e com novos relatos.
  Parando em frente a um ponto de táxi, encontro um vago. Entrando no carro surpreendendo o motorista jovial que foleava um livro qualquer,apenas asceno para que seguisse viagem,pois não tinha um destino a ser traçado. Queria diversão,queria beber o que havia parado meses atrás,queria poder provar tudo que parei para não desapontar meus pais. Aquele homem tinha razão,estava esquecendo a minha verdadeira personalidade,estava esquecendo quem era Ayla Sintori e,embora tenha feito uma promessa para as pessoas que mais amei, estava mais que na hora de abrir uma excessão. Hoje iria me divertir.

  — Conhece alguma boate por aqui? — assentindo,o garoto me olha pelo o retrovisor — ótimo! É para lá que vamos então...

   Me encostando naquele banco,suspiro aliviando meus pulmões que pareciam comemorar. Olhando para o gesso em minha perna e para a moleta ao meu lado,pude planejar mil e uma aventuras ao abandonar essas coisas. Sempre tive o extinto aventureiro,sempre quis voar para longe e conquistar tudo que um dia sonhei,mas como o Zayn mesmo disse, estava mais para um passarinho enjaulado que buscava a liberdade mas que não esperava ser com a morte de seus criadores.
   Parando em frente a uma boate movimento,saio do táxi e pago o garoto que não parecia ter mais que 20 anos de idade. Observando algumas pessoas entrando e outras saindo, me ponho a andar em direção ao segurança simpático que mantinha sua pose de sério,mas que ao me ver, sorrir olhando para meu corpo coberto por uma calçada Jeans com detalhes rasgados e uma blusa que mal cobria minha barriga. Mesmo com o vento frio, não conseguia abandonar minhas roupas que sempre usei.

   — Identidade princesa!— sorrindo ao me aproximar,paro a sua frente.

   — Acho que não precisamos disso por aqui, não é? — mordendo o lábio inferior com o mesmo sorriso,apoio-me com as moletas— Libera minha entrada,gato!

   Sabia que conseguiria,pois a maioria desses seguranças,se deixavam levar por um mero flerte. Conseguindo passar, pisco em sua direção demonstrando agradecimento,mas acho que ele entendeu outra coisa,o que me fez dar fez ignorar.
   Podendo ouvir a música alta preencher aquele ambiente,sorrio sabendo que era aquilo o que mais gostava,era desses momentos que sentia falta e que não iria abandonar tão cedo. As pessoas dançando,outras bebendo e algumas se pegando com alguns caras,era o que fazia a noite ter um significado,era o que muitos buscavam em suas saídas noturnas,porém,para mim,naquele momento,a única coisa que queria era uma boa dose de tequila,um cigarro e o mundo se fodendo. Seguindo em direção ao bar,esbarro em algumas pessoas que apenas ignoram,ao me aproximar, comprimento o barman sentando-me em um dos bancos vazios e apoios meus braços sobre o balcão deixando as moletas ao meu lado.

   — O que a princesa deseja?

    Revirando os olhos pelo mesmo apelido que ouvi do segurança,encaro o barmam que aguardava meu pedido.

   — Tequila seria uma boa escolha! — digo me debruçando sobre o balcão.

   — Um pouco forte,não acha? — nego voltando-me a posição anterior.

   Convencido de minha resposta,o barmam a minha frente assenti se afastando indo preparar minha bebida. Olhar para todos a minha volta, pude suspirar pesadamente enquanto meus olhos observavam o moreno me observando atentamente, como se a cada gesto meu,fosse uma lembrança que gostaria de ter ao virar a noite. Em passos calmos e cautelosos,o moreno de porte atlético,pele clara coberta por diversas tatuagens,se aproximava com um belo sorriso no rosto. Tinha o visto na pista da rua abandonada,se me lembrava bem,ele era um dos corredores que apressaram as coisas e acabou ficando entre os últimos.

   — Sua bebida princesa!

  Voltando minha atenção para o barman,apenas assinto pegando o copo de suas mãos. Com o que desejava em mãos, retorno com minha atenção para as pessoas a curtirem alegremente aquela noite e ao ver o cara se aproximar,apenas me levanto saindo dali. Se tem uma coisa que não quero em minha vidinha de merda,era macho me causando confusão...

Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora