Ayla
(Dois meses depois; sábado 22:00 )Minha mente parecia querer me enlouquecer a cada novo segundo que me distraía e voltava a pensar em Zayn; depois que voltamos da casa de seus pais e fui deixada em meu apartamento temporário,ele sequer olhou para mim, simplesmente se afastou. Era ingênuo de minha parte pensar que após aquele questionamento sem resposta ele poderia permanecer, completamente idiota passar pela minha mente a possibilidade dele agir como se nada tivesse acontecido.
Com o pouco tempo que pude lhe conhecer percebi que Zayn preferi fugir, não se importa em como está agindo e muito menos em dar um ponto final em suas pendências. Concordo que se envolver com alguém e como segurar uma granada,pode tardar,mais uma hora ela irá explodir e ferir gravemente os mais próximo, concordo que ninguém está preparado para isso e não era exatamente o que estava pedindo para ele,a única coisa que quis ter certeza era se realmente estávamos certos em estabelecer barreiras que,mesmo não querendo,estavam fragilizadas. Pelo menos foi o que pensava,pois por minha parte realmente estavam próximas de cederem por completo.
Dizem que amar é um sentimento muito forte e que não deve ser afirmado sem a grande certeza, devemos passar por grandes perguntas e desafios para nós certificar se realmente existe esse grande facinío dos romancista. E por alguns segundos estando sob a presença de Zayn,desejei que aquela atração se expandisse,desejei que pudesse lhe transformar em "minha pessoa",pudesse ter a liberdade para explorar as próximas fases que viriam. Mas haviam as barreiras estabelecidas, havia aquelas regras que nunca foram aplicadas a mim pelo simples fato dele nunca ter pensado em repetir; ele sempre quis somente uma noite,as outras aconteceram pelo momento em si. Era ingenuidade querer bem mais do que poderíamos ter.
Quando atravessei aquela linha de chegada em segundo lugar, suspirei sabendo que teria de sair do carro e olhar para ele estando cercado por pessoa e mulheres querendo menos do que desejei, então,em um suspirar e um ajeitar de postura,sai do conversível de Trevor e lhe entreguei as chaves ao me aproximar. Era para ele que estava fazendo isso,pois havia sido o homem a minha frente a ter me procurado na saída do colégio e me feito a proposta,era somente por ele por meu desejo de me aventurar pela última vez.— Não foi desta vez garota mistério! — Trevor tocou em meu ombro e sorriu tentando me passar o sentimento de solidariedade. Ele sabia do que havia acontecido entre mim e seu amigo,e por incrível que possa parecer, Trevor escolheu me apoiar.
— Vá parabenizar seu amigo, garoto! — brinquei lhe acertando um soco fraco no abdômen — tenho de voltar para casa, organizar uma viagem não é nada fácil!
Mesmo que estivesse há algumas semanas de minha volta para nova York, precisaria deixar tudo organizado, afinal, tempo seria algo que passaria a não ter. Então,após me despedir dele, ajeitei minha jaqueta sobre os ombros e segui para a saída daquele lugar abandonado,diria ser usado somente para esse tipo de evento já que se torna afastado da cidade.
Quando era pequena, gostava de me imaginar em um futuro distante,tinha uma obsessão por tentar idealizar como poderia vir a ser minha vida, contudo nunca pensei que viveria essa confusão. Com certa idade, você não consegue pensar na possibilidade de se ver sozinha no mundo,nunca passa por sua cabeça poder perder as únicas pessoas que fariam do inferno um paraíso para você, então nunca me imaginei sem meus pais e nunca pensei que estaria a quilômetros de distância do único lugar que realmente conseguia me tranquilizar,apesar de ter me marcado brutalmente.
Com o carro de Jhonatan,deixei aquela rua deserta e segui rumo ao centro de Londres. Por mais que estivesse ansiosa para retornar a nova York e sentisse que tudo poderia se acertar,ainda sim havia o sentimento de vazio,algo que nunca quis sentir,ainda mais sabendo o motivo. No final de tudo,sempre soube que algo em mim se tornaria fraco e as coisas deixariam de fazer sentido.
Com menos de quarenta minutos, estacionei o veículo em minha vaga no prédio onde passei morar,e em passos calmos e cansados segui até o elevador e apertei o meu andar. Com o corpo apoiado contra a parede metálica e fria,fechei meus olhos sabendo que haveria muito o que fazer assim que abrisse a porta de meu apartamento e encontrasse a única pessoa que estava disposta a cuidar e insistir em mim. Talvez o fato de termos nos conhecido a anos torne essa sua vontade de me manter segura mais confiável, talvez o faça sentir a necessidade de garantir sua promessa feita a meus pais.
Jhonatan estava sentado em meu sofá enquanto segurava um livro com a mão esquerda e um copo com alguma bebida com a direita; os óculos o deixavam com um ar mais sério,os traços faciais eram marcantes a ponto de chamar minha atenção,a forma como seus lábios pronunciavam mimicamente as palavras lidas evidenciavam sua concentração e por fim,o corpo em uma postura tranquila e livre de quaisquer regras de etiqueta o fazia ser mais casual. Realmente, Jhonatan possui tudo para chamar minha atenção,mais o tempo de amizade e a forma como nos tratamos não me permitem ter esse tipo de pensamento.— Está tudo bem, bonequinha? — abaixando o livro e colocando o copo sobre minha mesinha de centro, Jhonatan questionou com a cenho levemente franzido.
Então,me aproximando e usando toda nossa intimidade um com o outro, senti-me em seu colo e lhe abracei carinhosamente enquanto abrigava meu rosto na curva de seu pescoço que exalava uma fragrância importada e muito bem conhecida por mim. Sentindo seus braços abraçarem minha cintura de forma delicada e acolhedora,senti seu coração bater contra meu peito e sua respiração tranquila me acalmar: porque tudo parece parar quando estamos com as pessoas que mais amamos? Por que o mundo deixa de importar se estamos nos sentindo acolhidos? As respostas eu não,mas tenho a pessoa que importa, tenho aquele que cuida de mim sem pedir nada em troca.
Talvez tivesse ficado em seu colo um grande número de tempo,pois Jhonatan deixou seu livro e sua bebida naquela sala de estar e seguiu comigo para meu quarto,onde se deitou em minha cama e me mente e sobre seu corpo quente. Quando percebi os minutos passarem e meu despertador sobre o criado mudo marcar uma hora da manhã,girei meu corpo para o lado e abracei sua cintura mantendo uma das minhas pernas por entre as suas e minha cabeça sobre seu peito.— Jhon? — chamei em um suspirar profundo e cheio de dúvidas sobre o que estava prestes a lhe perguntar.
— Gosto quando me chama assim. Seus apelidos que deveriam ser carinhosos são duvidosos — apertando meu corpo contra o seu e beijando minha testa,ele riu me fazendo o acompanhar.
Me aconchegante melhor e fechando os olhos enquanto ouviu seu coração bater tranquilamente e sua respiração leve,sorri sabendo que o teria ao meu lado independe do venha a acontecer, afinal,passamos por muitas coisas juntos e estamos sempre por perto para protegermos um ao outro.
— Se não fôssemos amigos,se não tivéssemos nos conhecido a um tempo atrás,acha que poderia se apaixonar por mim? Acha que seria capaz de ignorar o medo de se apaixonar e poderia me vir a me amar? — e com meu questionamento,seu coração acelerou e o meu se apertou ao imaginar que mais uma vez havia feito a pergunta errada.
— Por você, Ayla,passaria por cima até mesmo dos meus ideais. Você não é alguém que deve ser pedida em namoro ou algo do tipo, bonequinha, você é alguém que deve ser conquistada lentamente,uma pessoa que deve ser amada de todas as formas possíveis... E eu já faço isso! — Jhon sussurrou enquanto apoiava o queixo em minha cabeça e apertava seus braços ao meu arredor.
— Jhon...— me impedindo de prosseguir,ele beijou minha testa.
— Quero que você tenha a certeza do que está fazendo,quero que você insista em quem você está apaixonada,quero que tente o fazer enxergar o quão pode ser lhe ter nos braços para amar e cuidar,quero que o faça perceber que amar é algo muito bom e que podem ser felizes — tudo era dito em um sussurro — quero que você tente pelo restante de tempo que temos aqui. Bonequinha,quero que você descubra o que vocês podem vir a ser... mas se ele for egoísta o bastante para não enxergar a grande mulher que você é,estarei aqui de braços abertos para cuidar do seu coraçãozinho,para enxugar suas lágrimas. Estarei aqui para lhe amar da forma que achar ser necessário e possível.
E naquele momento eu entendi a nossa relação; Jhonatan me amava e estava disposto a me esperar,ele me amava de acordo com a situação em que estávamos,ele era meu meu melhor amigo e protetor,mesmo sentindo um sentimento mais aflorado,um sentimento inocente. Jhonatan era o cara perfeito,porém no momento errado. Porém,o que né deixava segura e feliz é saber que independente do sentimento e da situação em que estivermos,ele sempre irá ficar comigo e me amando. E eu o amo por isso. Papai sempre esteve certo!
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Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]
Teen Fiction17 anos de pura sabedoria e marra,mas sempre mantendo a pose de "boa menina" que seus avós acreditam que ela seja. Órfã de pai e mãe,Ayla Sintori passou a viver com os avós paternos,tendo que se mudar de cidade deixando tudo para trás,a garota d...