Ayla sintori
(23:30 da noite, segunda feira)
Entra naquela rua abandonada onde as corridas sempre acontecem, suspiro profundamente ao sentir a brisa fria bater contra meu rosto e bagunçando meus cabelos. Não sabia como e muito menos com quem Gregor conseguiu o número de meu celular, pois nem mesmo Lili o tem,mas o que realmente me surpreendeu foi o fato de dizer que Zayn esvair me esperando na rua onde acontece às corridas. Confesso que estou confusa em saber o que realmente aquele moreno tatuador deseja de minha pessoa,pois assim como pode ser para discutir sobre a piranha da Aisha, também poderia ser para começar acme ensinar tudo o que sabe,pois Zayn não negava o desejo em seus olhos, não negava a ansiedade em me ter em um quarto qualquer estando completamente nua e preste para transar consigo.
O avistando sentado no capô de seu carro com um cigarro entre os dedos e soltando a fumaça por entre seus lábios,o observo detalhadamente: vestindo roupas escuras assim como as minhas, cabelos bagunçados o deixa com um ar sexy,o relógio Rolex em seu pulso deixava claro que além de um corredor,Zayn era filho de pessoas bem sucedidas,pois uma pessoa como ele não costuma comprar coisas deste tipo,diria que é um presente dado por...sua mãe talvez, não saberia o certo. Os braços tatuados a mostra, fazia-me observe cada uma delas e imaginar a que significa possuem,o olhar distante fez-me acreditar que seus pensamentos estavam além dessa cidade, Zayn sem perceber, contornava com a mão vaga a tatuagem em seu pulso que ao me aproximar mais,pude ver se tratar de um nome,diria que essa pessoa era muito importante para si.— Trevor me ligou,disse que você queria falar comigo.
Sentando-me ao seu lado atraindo seu olhar, observo a saída daquela rua que dava na pista que cortava essa cidade: o percurso que todos os corredores faziam. Me oferecendo seu cigarro,deixo um sorriso fraco surgir em meus lábios e o pego tragando uma vez, soltando a fumaça por entre meus lábios, permiti minha mente me levar até o dia em que meu pai me pegou fumando no jardim de casa em plena duas da manhã. A decepção em seu olhar me fez sentir uma dor insuportável, fez com que me atormentasse por dias e semanas,porém não poderia prometer parar pois era a única coisa que me deixa tranquila e que me fazia esquecer do mundo do lado de fora da minha janela.
— Pensamentos distantes Sintori? — Zayn questiona com o olhar sob mim.
Sabia que estava tentando desvendar o que se passava em minha mente,a forma investigativa que me fitava transmitia isso, porém mal sabia que jamais descobriria algo de meu passado se não desejasse lhe contar. Mas,apesar de não o conhecer,Zayn me transmitia tranquilidade e segurança,era como se pudesse lhe confiar meus segredos, mas jamais meus sentimentos e emoções. O fato de me sentir calma consigo e ter feito uma proposta absurda,sabia que não deixaria algo a mais que uma noite acontecer, não permitiria que algo mais intenso que atração surgisse entre nós. Apesar de não saber nada sobre si e não desejar descobrir,tinha a certeza de Zayn seria minha destruição.
— Quando tinha meus quinze anos,costumava a sair com uns amigos todos os fins de semana após o colégio voltando somente de madrugada. Meus pais sempre foram liberais desde que quebrasse suas três regras: não usar drogas,não transar com qualquer e engravidar e a última que nunca cumpri, não se embebedar — Mantendo meu olhar na pista a minha frente,trago um segundo vez lhe devolvendo o restante do cigarro — em das noites,voltei duas da manhã, não estava bêbada mas não negava ter bebida,ao envés de entrar e subir para meu quarto, fiquei no jardim atrás de casa... Quando ele me encontrou naquele jardim,com um maço de cigarro em mãos e outro entre os lábios,encontrei em seu olhar uma decepção que me machucou. Meus pais ficaram quase um mês sem falarem comigo.
— Então você prometeu não fazer novamente? — questiona confuso e com sarcasmo em sua voz.
— Não,pois não poderia lhes prometer algo que jamais poderei cumprir e apesar de não concordarem,eles me entenderam e me perdoaram...— suspiro profundamente e olho para Zayn.
— Ayla Sintori se abriu comigo,o que devo esse acontecimento? — Zayn debocha jogando o cigarro fora.
— Acho que estou precisando me abri com alguém que não me olhe com raiva e nojo. Não é faço para seus avós e perceber o fingimento.
Sentindo as mãos de Zayn em meus cabelos,deixo um sorriso fraco surgir em meus lábios. Fecho meus olhos sabendo que mesmo não sendo a filha que meus pais desejaram,tinha e tenho a certeza de que se orgulhava da mulher que estava me tornando,mesmo sabendo que poderei fazer inúmeras besteiras e cometer diversos erros. Eles sempre estarem dizes por mim e por tudo que conquistasse.
— Por que escolheu ficar com essas pessoas se ambas te odeiam? Por que não um colégio interno ou pedir a emancipação? — curioso,Zayn questiona fazendo-me sorrir sem humor.
— Meus pais sempre deixaram explicito que de algo viesse a lhes acontecer, deveria jamais escolher um colégio interno e que,de acordo com uma cláusula em seus testamentos,jamais conseguiria a emancipação,pois ambos acreditavam que precisaria de um responsável para não correr o risco de me perder nas coisas ruins da vida — explico me perguntando mentalmente o porquê de estar dando informações minhas para Zayn.
— Compreendo...
Olhando para si,deixo uma gargalhada escapar por entre meus lábios o fazendo rir juntamente. Estava conhecendo o lado cínico e divertido do moreno tatuado, porém sabia que tudo isso seria temporário,tudo o que podemos compartilhar um com outro será desfeito no momento em que sair de seu apartamento pela manhã.
— Você é cínico! — exclamo rindo me pondo de pé a sua frente.
Embora esteja alguns dias sem aquele gesso e as muletas, sentia dor em minha perna,precisaria de fazer fisioterapia para poder ficar sem porcento recuperada,para poder não sentir essa dor que me fazia fechar os olhos tentando alivia-la. Desta vez não foi diferente,pois pude ver Zayn se levantar rapidamente e me sustentar enquanto tentava amenizar a dor .
— Você está bem? Parece estar sentindo dor! — questiona preocupado fazendo-me apoiar em si.
— Estou me recuperando aínda, preciso de fisioterapia para poder voltar com minha vida normal,pois devido o acidente e as faturas, sentirei essa dores por pelo menos dois meses...
— As vezes me pergunto como você está viva! Pela gravidade desse acidente que você sempre menciona, podemos considerar um milagre tê-la bem e viva.
— Não diria ser milagre... Mas por que seu amigo me ligou pedindo para te encontrar aqui? — pergunto mudando de assunto.
Embora saiba que terei de falar com alguém sobre tudo isso, não gostaria que esse alguém seja Zayn é muito menos que seja nesse momento. Estava com as cenas bem vividas em minha mente,era como se estivesse naquele carro novamente,vendo meus pais sem vida e ensanguentados. Não iria conseguir contar a alguém o que aconteceu,nem mesmo meus avós sabem o que realmente aconteceu.
— Vamos começar com a nossa aula...— Zayn responde sorrindo inocentemente.
— Devo lhe lembrar que sei algumas coisas?
— Fico feliz que não tenha de lhe explicar tudo... Bora me mostrar o que sabe? — erguendo suas chaves no ar,Zayn sorri fazendo-me retribuir.
Apesar de saber algumas coisas,queria saber bem mais e tudo o que esse moreno sabia e possa me explicar. Valeria a pena uma transa consigo,pois mesmo sendo quase um estranho,Zayn era lindo,outro fator que faria valer a pena. Apesar de que muitos diriam que estou perdendo qualquer decência ao decidir passar a noite com um homem “ que não conheço e que deixará explicito na manhã seguinte que foi bom comer uma garota diferente,mais que agora precisaria voltar para fama de metralhadora de boceta”,tinha como uma única resposta: o corpo é meu e já fiz a mesma coisa,pois cansei de me envolver com garotos e lhes dar o pé no dia seguinte.
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Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]
Roman pour Adolescents17 anos de pura sabedoria e marra,mas sempre mantendo a pose de "boa menina" que seus avós acreditam que ela seja. Órfã de pai e mãe,Ayla Sintori passou a viver com os avós paternos,tendo que se mudar de cidade deixando tudo para trás,a garota d...