chapter thirty

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Zayn Richelle
( 12:40 , terça feira)

     É frustrante se questionar sobre algo que não somos capazes de indentificar, incômodo viver com aquilo preso em nossa mente e não ter uma solução para se ver longe de todo um possível caos interno, então,como seres falhos que somos, deixaremos tudo uma completa bagunça e fugiremos como covardes inseguros de si próprio. Porém, esquecemos que a vida nos cobra mais cedo ou mais tarde,nos rende com essas mesmas perguntas, no entanto, dependendo do que seja sua pendência,ela lhe cobra com dor e lágrimas.
     Ainda me questionava como poderia me sentir assim,como pude deixar algo desconhecido transformar uma pessoa que conheço a menos de seis meses em alguém importante e que pode tirar minha tranquilidade caso não esteja bem. Parecia loucura para mim, afinal,meu único objetivo era transar com ela e garantir que não ficassem em meu pé me cobrando algo inexistente.
     Estando com meu corpo apoiado no conversível que dirigia, observei Ayla saindo pelos portões daquele colégio enquanto tinha um homem ao seu lado,esse que parecia ter se minha idade. A garota parecia inerte a cada palavra que o mais velho dizia,seu olhar estava preso em seus pés que a trazia em minha direção sem que percebesse,mas no momento em que percebeu minha presença, Ayla apressou e me abraçou se encolhendo em meu peito como se buscasse proteção.

      — Está tudo bem? Parece desanimada — circulando seu corpo com meus braços, questionei em um sussurro enquanto observava o homem a poucos passos de distância.

      — Posso ficar em seu apartamento mais essa noite? Prometo não me aproximar e juro que não estou sendo essas malucas que ficam atrás de você — não era preciso uma explicação tão banal como essa,pois sabia que havia outro motivo para esse pedido.

      Não lhe questionei novamente, apenas suspirei profundamente e assenti concordando com sua estadia em meu apartamento. Ayla parecia inquieta com algo a mais do que essa vida até o túmulo de minha irmã,havia algo a mais lhe pertubando e tenho a certeza de que ela não me contaria. Então,a afastando lentamente,abri a porta do carro para que ela entrasse.
      Durante o percurso um pouco afastado do centro da cidade,observei cautelosamente a garota ao meu lado se abraçar protetoramente e suspirar enquanto observava a vista por sua janela. A noite passada a tive dormindo tranquilamente sobre meu corpo,garanti que tomasse um café da manhã antes de sairmos e a deixei na porta daquele colégio,no entanto,em momento algum a enxerguei tão dispersa e silenciosa, Ayla não se encontrava tão distante como agora.
    Ao estacionar em frente ao cemitério da cidade,do outro lado da rua,tirei a chave da ignição e me virei para Ayla e pude perceber que nem mesmo a paisagem era observada por si,a morena estava presa em seus pensamentos que ao menos percebeu que estávamos em nosso destino. Me apoiando no encosto do banco,fechei meus olhos com intuito de aguardar que ela volte a si e tome iniciativa para que fôssemos até minha irmã,pois agora e parando para pensar onde estamos, não tenho coragem e impulso para adentrar esse local.

      — Estou perdendo minha liberdade, Zayn! — seu murmuro me causou surpresa e um misto de confusão.

       Abrindo meus olhos novamente,girei minha cabeça em sua direção mais uma vez e a encontrei com o olhar em suas mãos ou o que fosse que chamasse sua atenção naquela posição.

      — Como assim? — tendo somente seu silêncio,questionei em busca de entender o que realmente ela estava dizendo.

      — Eles ligaram para o colégio e pediram para falar comigo já que não atendi nenhuma das ligações em meu celular — com um sorriso forçado, Ayla apoiou a cabeça no encosto banco — me disseram que teria até amanhã a tarde para decidir; ou começasse a seguir suas ordens,ou seria colocada em um colégio interno onde sairia somente aos dezenove anos,um colégio militar.

Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora