Capítulo 25

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Millah


Era um pouco depois das duas da manhã, eu estava encolhida contra Jake no sofá da sala. Eu me sentia como uma boba completamente apaixonada, nunca fui de me importar com coisas pequenas, quando Richy esqueceu nosso aniversário de namoro, no ano passado, eu nem liguei, não me senti triste ou chateada, apenas seguimos nossa vida normalmente, acho que isso deixa claro como as coisas não estavam das melhores com o Richy, mas com o Jake, quando percebi que aquela senha se remetia a Amy, aquilo sim me deixou triste e chateada, não porque não me envolvia, mas porque eu sabia que se envolvia a Amy, ele poderia não estar tão indiferente a ela, mesmo depois de anos, e isso seria decepcionante pra caralho. Mas bem, não era sobre a Amy, naquele momento não me liguei que nós conhecemos no aniversário da morte da Amy, e acho que nem ele.


Com a cabeça encostada no seu peito, enquanto ele acaricia minhas costas, me sinto feliz e tranquila, mas depois que estabelecemos que tudo estava bem entre nós, não conseguia parar de pensar nas últimas horas, eu tinha tantas perguntas, mas estava me esforçando para não assusta-lo. Tento ir da maneira mas sutil que consigo.


- Você é um hacker ou alguma coisa do tipo? – Ele dá uma risada.


- Estava me perguntando quando iria começar a fazer perguntas, confesso que me surpreendeu, demorou mais do que esperava, e respondendo sua pergunta, sim, acho que sou alguma coisa do tipo. – Sua resposta não é muito clara, então insisto.


- Alguma coisa do tipo... – Repito.


- Não faço mais essa coisa de hackear, mas não significa que eu não saiba como fazer. – Isso me faz pensar, ele diz que não faz mais, porém, desde quando?


- Já me hackeou? – Ele fica em silêncio. Isso é uma confirmação? Olho para ele indignada. – Isso é sério?! Jake Hawkins!


- Tecnicamente não fui eu. – Olho para ele esperando uma explicação. – Pouco tempo depois de nos conhecermos, eu estava com o Dan, e talvez tenha mencionado você, ele conseguiu algumas informações. Não foi nada demais. Coisas insignificantes.


- O Dan me hackeou?! – Aquela indignação volta.


- Se lembre do que eu disse. Coisas insignificantes.


- E por qual bom motivo Dan queria de informações sobre mim?


- Ele não queria. Na verdade era eu quem precisava, não saber nada sobre você estava me deixando louco. – Eu repreendo o sorriso que insiste em aparecer. Jake percebe por que agora está rindo também.


- Trate de tirar esse sorriso bonito do rosto, não vai me dizer esse tipo de coisa, e achar que vai tirar meu verdadeiro foco, que é: Você deixou Dan me hackear! – Eu deveria estar irritada, mas não é verdade, se fosse qualquer outra pessoa não gostaria nem um pouco, mas o Jake, isso não vai ser um problema. – Ei, como começou a fazer isso? Você e o Dan.


- Estava buscando alguma coisa em que eu pudesse ser bom, então conheci o Dan, ele estava aprendendo algumas coisas sobre computador e essas merdas, e me incluiu nisso. Aprendemos juntos a fazer tudo isso.


- Foi por isso que ele que apagou aquela pasta em seu computador?


- Dan sabia o que fazer, além de confiar nele pra caralho. – Ainda quero perguntar o que tinha na pasta, e o que queriam com ele, mas alguma coisa estava me impedindo de perguntar. Talvez o medo da resposta. – Não confio em muitas pessoas, mas você sem dúvida é uma das poucas, se quer saber o que aconteceu é só me perguntar. Não vou hesitar em te responder.


- O que aconteceu, Jake? – Ele me vira, colocando-me em cima dele, me fazendo apoiar o queixo em seu peitoral, certamente para me olhar enquanto fala.


- Depois da morte da Amy, a polícia manteve bastante discrição sobre qualquer informação nova sobre a sua morte, não falavam comigo ou até mesmo com a família dela. Eu tinha acabado de descobrir sobre a depressão dela, e estava desesperado para tirar aquela culpa que estava sentindo. Então invadi o sistema policial, não foi fácil, mas no final eu consegui. Tive acesso todos os documentos do caso, absolutamente tudo! Então copiei no meu computador.


- Por que? – É a única pergunta que faz sentido para mim, mas nem tanto para Jake. Ele parece confuso.


- O que?


- Por que copiou no seu computador? Se queria apenas tirar sua culpa, poderia apenas ter lido, não teria evitado muitos desses problemas? – Jake olha para mim, parece confuso.


- Eu nunca tinha pensado nisso, talvez se eu tivesse tudo aquilo comigo ficaria mais fácil de aceitar que ela estava mesmo morta. – Sua admissão me deixa aflita, eu odiava pensar que ele teve que lidar com tudo isso.


- Eu sinto muito... – sussurro.


- Eu sei que sente. – Ele beija suavemente meus lábios. – Enfim, quanto fiz isso foi realmente difícil, tinha bastante segurança em volta do sistema, e por mais que tenha conseguido, cometi um erro grotesco, foi realmente burrice, era o básico da coisa, eu esqueci completamente de esconder meu IP, por sorte consegui reverter uma parte do meu erro naquela época, ao ponto deles não terem minha localização exata, apenas minha cidade e bairro. Não seria fácil de me achar. Pelos últimos anos não tive nenhum retorno disso, pelo menos até agora, e não tenho ideia do porquê. - A última parte me deixa intrigada.


- Por que nos últimos anos a polícia simplesmente ignorou isso, e agora eles se importam tanto?


- Eu não tenho ideia, e tem outra coisa, não é a apenas a polícia que está atrás de mim, na verdade é o próprio FBI. Eles prometeram que vão ficar de olho em mim, acho que o mais sensato nesse momento, é ficar o mais de boa possível.


- Não é nada para me preocupar não é?


- Acredito que não, eles não acham nada graças a vocês. Nada vai mudar.








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