𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 5

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

Acordo com um cheiro bom de pão. Pelo visto eu dormi o dia inteiro ontem.

Olho para baixo e tomo coragem para descer. Quando meu corpo fez pacto com o chão e ainda estava de pé, fiz o que parecia um sorriso. Fui até o espelho e me olhei de novo. É estranho encarar meu reflexo. Sou eu mas ao mesmo tempo não é.

Depois de um longo esforço consegui abrir a porta com os dentes, segui o cheiro de pão até a cozinha. Dei um salto e parei em pé na bancada até ouvir um grito. Olhei para frente e encarei uma mulher de cabelos loiros escuros e olhos castanhos, vestia um vestido lilás igual a lavanda. Por algum motivo ela se parece com a Feyre.

Atrás dela duas mulheres gêmeas, a pele pareciam sombras e os cabelos longos e pretos.

Não demorou muito para Feyre e Rhys aparecerem. Acho que essa coisa de feéricos são rápidos como um raio.

-O que houve? - Feyre pergunta assustada

- Nada. - a mulher estava tentando acalmar o coração. - Só levei um susto.

Eu não estava me importando que estavam olhando pra mim só queria aquele pão na minha boca.

- Ah! Essa é a Lua. Lua essa é Elain, minha irmã, e aquelas são Nuala e Cerridewen.

Não prestei muita atenção enquanto Feyre explicava quem eu era para as três apenas para aquela pilha de pães deliciosos. Me aproximei e quando fui dar uma mordida o pão não estava mais lá. Elain tinha pego o prato com os pães para que eu não pegasse.

Rosnei para ela.

-É... Eu esperava que todos nós comessemos juntos.

- Acho que um pão não faria diferença. - diz Rhys.

- Pode dar um para ela. - Feyre diz.

Ela abaixa o prato me olhando com um certo medo. Fiquei encarando ela até ela se afastar e pegar meu delicioso pão e sair da cozinha com a cabeça erguida.

Nem um pão eu posso pegar mais. Feéricos doidos.

Fui até a sala e me aconcheguei no sofá. Deliciei-me com aquela maravilha. O que eles usam na comida que faz ela ser tão saborosa? Talvez seja algum tempero.

A cozinheira do castelo com certeza iria amar pegar a receita da maioria das comidas daqui, se ela não tivesse sido morta igual todos do castelo durante o massacre.

Lembro do meu pai antes de morrer. Ajoelhado aos pés daquela mulher implorando perdão, ele não disse pelo o que mas fez com que ela arrancasse a cabeça dele com as próprias mãos. Lembro de ouvir o grito ensurdecedor da minha mãe que tremia ao meu lado.

Já havia visto sangue antes, mas naquele dia vi muito mais que alguém poderia ver na vida inteira. Sangue espalhado por todos os lugares, dos convidados, de amigos e parentes. De pessoas que eu amava e que queria que estivesse ao meu lado durante um momento tão importante, mas que acabou virando uma carnificina.

Afasto aquele pensamento quando alguém bate na porta que logo é aberta sozinha. Por acaso aqui tem alguém invisível?

Vejo Phauna entrar dessa vez com calças e uma camisa de lã e botas até o joelho marrons. Ainda estava fascinada com sua pele verde.

- Olá Lua! - ela acena sorrindo para mim.

"Oi!"

- E como está? - Phauna se senta ao meu lado.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora