𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 70

608 68 2
                                    

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

4 anos depois

Havia passado tanto tempo que parece que foi ontem que a celebração a minha subida ao trono aconteceu. Me lembro do meu nervosismo, das mãos suando, dos olhares confiantes direcionados a mim, do coração descompensado, mas foi impossível esquecer quando a sacerdotisa posicionou a coroa em minha cabeça.

Foi uma sensação diferente estar ali, rodeada de pessoas que enchiam o salão.

Lucien estava sempre ao meu lado um degrau a baixo do altar, com um sorriso orgulhoso e sua postura de raposa ardilosa de sempre presente.

Mas aquele dia tbm foi quando Arkin, bebê de Feyre nasceu. Foi um tumulto enorme no dia da coroação. Como não podíamos atravessar pelo estado de dela, tive que providenciar um quarto o mais rápido que pude.

Feyre teve algumas complicações pois as asas estavam dificultando o processo. Ela gritava e sangrava. Tentava ao máximo acalmá-la mas era quase impossível quando a mesma estava preste a quebrar a minha mão. Quando as parteiras haviam chegado alertaram que o bebê havia virado e que precisavam desvirá-lo o mais rápido antes que Feyre sangrasse demais.

Me lembro dos gritos, do estado que minha mão ficou depois. Mas também me lembro do choro do bebê, dos olhos marejados de Rhys, da felicidade das irmãs que haviam chegado e de Cassian que gritava sem parar sorrindo de felicidade enquanto uma lagrima descia pelo rosto do espião que estava em um canto do quarto. Da maneira desajeitada que Amren pegava o bebê e de Mor a ensinando com a testa suada de preocupação.

Eu olhava aquela cena de longe enquanto minha mão se curava, os ossos vol. Não doía mais, porém também não me importava. Havia oferecido isso a Grã-Senhora pois já sabia como um parto funcionava e imaginava o nível de dor que a mãe sentia durante todo o processo.

Todavia, quando ouvi o bebê resmungar e sorrir minimamente, Arkin estava nos braços de Lucien. Ele segurava o bebê perto do corpo e olhava aquele ser, que era pequeno com cabelos pretos iguais ao do pai, maravilhado. Como se nunca tivesse pegado um bebê antes pois tinha o maior cuidado e medo de sequer fazer um movimento errado. O ruivo sorriu quando o pequeno illyriano bocejou e curvou os lábios levemente.

Foi ali que vi que Lucien seria um ótimo pai.

Dois anos mais tarde, foi a vez do ruivo ter a sua coroação. E naquele dia me provou que era possível que o mesmo ficasse mais lindo vestido com um traje ornamental com fios dourados.

O próprio Helion o coroou como não só seu sucessor futuramente, mas como um filho.

A relação dos dois melhorou bastante e era difícil não dizer que Helion e Lucien eram parecidos em quesito personalidade e manias. Os dois odiavam brócolis e também tinham mania de coçar o nariz quando estavam nervosos sobre uma determinada situação.

Eu e Hera chegamos a chorar de rir ao perceber a semelhança. Nós duas também nos aproximamos muito durante esses anos. Era bom conversar horas e horas com Hera e me divertia quando Lucien esquecia de algo e sua mãe o advertia de maneira engraçada, mas deixando o ruivo sem graça.

Contudo, naquele dia também foi um dia especial por outro motivo.

Quando todos se curvaram em respeito, inclusive eu, vi uma mão aparecer no meu campo de visão. Levantei a cabeça para o ruivo e encontrei um sorriso pequeno mas também malicioso. Segurei sua mão e perguntei o que ele estava fazendo baixinho, mas o mesmo não me respondeu e me levou até o altar que tinha visão do sol das quatro horas da tarde atrás de nós - onde o sol ficava com uma aparência ainda mais dourada que o de costume.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora