𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 56

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

No caminho, estava tentando ao máximo construir algo dentro de mim para não sentir os sentimentos não quero mais nada me enfraquecendo, que possa me tornar inútil. Mas antes Estela me deu um sanduiche simples e me fez comê-lo - ela disse que trouxe por precaução. Assim que terminei aquela barreira em meu coração e mente, estávamos ouvindo gritos abafados por causa do vento vindo da cidade.

Logo na entrada havia alguns corpos no chão, todos eles sem cabeça espalhando sangue na neve branca.

Aparentemente íamos enfrentar Cejas, um monstro até que comum nas florestas de Vyridian que se alimenta apenas de cérebro mas normalmente deixam os restos, o que não é o caso. Não havia nenhum vestígio de olhos ou dentes mas não tinha como não ser Cejas.

Lucien e Estela olhavam de certa forma aterrorizados para os corpos que fomos encontrando no caminho, era realmente o tipo de cena que dava enjoos mas no momento não estava sentindo nada, o que era um bom sinal. Algumas casas tinham a porta arrombada, outras os vidros e jardins destruídos. Depois aproximamos do que poderia ser considerado o centro daquela cidade.

Cinco guerreiros, com armaduras brancas que podiam facilmente se camuflar na neve, lutavam com os Cejas enquanto meia dúzia de feéricos corriam em grupo se afastando dos monstros. Aqueles monstros estavam fazendo uma carnificina naquela Corte. Com isso, acenei com a cabeça para Lucien e Estela e eles assentiram. Sabiam mesmo sem eu dizer nada o que iria acontecer.

Rapidamente fiz três espadas diferente das casuais, a lâmina dela possuía um veneno que mata os Cejas. Sim, a maioria dos monstros de Vyridian tinha uma morte letal através de venene. Eles a pegaram sem nenhum questionamento.

Sai de trás de uma árvore e passei a correr em direção a um Ceja que estava prestes a matar um dos guerreiros. O golpeei com uma esfera de luz me fazendo ter toda a sua atenção. Ele rugiu para mim e passou a vir na minha direção correndo sobre alguns corpos, mas desviei e enterrei a lâmina em suas costas fazendo o sangue violeta espirrar em meu rosto. Novamente ele rugiu, mas se entregando a morte.

Olhei para trás depois de escutar um grito vindo do grupo de feéricos, havia dois Cejas atrás deles. Não tive tempo para falar com o guerreiro caído no chão que me olhava com os olhos arregalados. Fui até aquele grupo e formei uma barreira em volta dos mesmos antes que algo acontecesse. Como eu havia tirado o lanche deles vieram na minha direção.

Detalhe bem importante sobre Cejas: eles realmente valorizam a comida. Quando se tem a oportunidade deles dilacerarem alguém, eles ficam bastante concentrados para conseguirem o que querem.

E pouco a pouco fomos varrendo a cidade. As vezes olhava de canto para ver como estavam, mesmo não sentindo nada vindo deles, demonstravam que já sabiam como lidar com aquela situação. Provavelmente por causa de inúmeras guerras.

Cada bairro, cada rua, fazíamos os Cejas rugirem, o que acabou virando música aos meus ouvidos. Mas tínhamos que ir para o castelo onde as nuvens rodeiam o ponto mais alto do lugar. Provavelmente era onde o líder estava, ele sim era difícil de matar. Os Cejas que matamos eram os subordinados e o líder o rei. Basicamente toda essa espécie se parece bastante com uma colmeia de abelhas. Os subordinados valorizam mais que tudo o rei e se nós o matarmos, todos os outros subordinados desapareceram.

Passamos pelos portões que estavam quebrados e tortos. Não reparei muito bem para entender os detalhes daquele lindo lugar, mas alguns móveis e objetos eram de gelo pelo que observei.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora