𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 62

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

Eu era completamente uma inútil, uma imprestável que não merece salvação, uma pessoa egoísta o suficiente para deixar que desastres causados por mim, acontecessem...

Algo em meu peito quebrou em vários pedaços como vidro, na qual os cacos furaram a minha alma me mostrando o que eu tinha feito, o que eu tinha deixado acontecer. Porém um som de estalo percorreu minha mente, como um aviso, como tecido se rasgando e destruindo cada fibra, cada linha.

Gritei tão alto que pôde ser ouvido do outro lado de Prythian, do continente ao lado. A terra estremeceu com a minha fúria, os guerreiros pararam assim como os monstros, assustados com o grito ensurdecedor. Aqueles que estavam abaixo de mim caíram no chão mortos enquanto seus ouvidos sangravam e seus cérebros se desfaziam em liquido, monstros próximos se despedaçaram caindo da mesma forma que os guerreiros, assim não haviam nenhum outro adversário de Lilith em pé.

Ela colocou Bjorn na minha frente para me manter ocupada e distraída. Lilith tinha conhecimento do que Lucien significava para mim e sabia que qualquer barreira que eu fizesse para não sentir os sentimentos à minha volta, desmoronaria assim que atravessasse aquela espada no corpo de Lucien e deixasse que ele sangrasse até cair no chão.

Ela me queria frágil para conseguir o que quer, mas no momento fragilidade não seria um nome colocado para mim agora. Não quando meus olhos emanam puro poder e sede de morte. De querer sentir a dor da morte de alguém para ter o que culpar que não fosse eu mesma.

Saltei de Pompom e uma espada longa surgiu em minha mão enquanto eu reunia cada gota de poder que eu tinha. Lancei aquele poder sobre ela com tanta raiva que fez um buraco no chão. Meus pés estavam fundos na neve enquanto eu atacava consecutivamente Lilith, e novamente Tarsila apareceu mas a joguei em uma árvore partida ao meio e pude ver seu estômago destroçado com as lascas de madeira. 

Não sei se aquilo tinha a matado mas tinha feito o suficiente para mantê-la longe. Ninguém tiraria a minha oportunidade de matar aquela desgraçada.

Lilith passou a não conseguir me atacar apenas desviar e tentar não cair de um precipício da morte.

Eu chorava por sentir Lucien desfalecendo em segundos a alguns metros, por saber que eu não conseguiria salvá-lo como eu havia prometido a mim mesma. E tudo tinha sido minha culpa, mas ela não estava fora daquela lista.

Quando cortei seu pulso arrancando sua mão fora, ela berrou e quando iria finalizar com a espada em seu rosto, ela falou desesperada:

- Eu posso salvá-lo!

Eu parei com a espada a poucos centímetros do nariz e acertei seu estômago tendo ela de joelhos para mim. Segurei seu couro cabeludo e a fiz me encarar. Lilith estava tremendo e com medo da minha própria voz.

- Tem veneno correndo pelos vasos sanguíneos. E se não andar rápido ele morre daqui alguns minutos. - pressionei a espada em seu pescoço. - Me dê o que eu quero e eu salvo ele da morte.

"Não faça acordos."

Foi isso que os ovos me disseram milhões de vezes. Mas eu tinha que fazer e não me importava mais com o que aconteceria comigo, mas o que seria de Lucien.

Não era eu quem estava com o estômago desfigurado. Ele precisava de mim. Ele não podia morrer daquele jeito.

E aquele seria meu segundo acordo, então já não me importava ou não se eu morresse hoje pois já estava contando com isso.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora