𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 45

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

Um frio se passou em minhas costas quando vi lentamente monstros se formando à nossa volta. Eles eram conhecidos como demônios em Vyridian, na qual sempre estavam com fome e comiam qualquer coisa viva. Seus olhos eram violetas e grandes como verdadeiras joias, mas nada destacava mais que seus dentes e garras afiadas. Seus corpos eram deformados e gosmentos que davam até mesmo ânsia, além do mau cheiro.

Todos estavam estáticos, mas alguém resolveu gritar e correr, com isso automaticamente a maioria fez o mesmo. A multidão passou a correr e os monstros pareciam sorrir ao ver o desespero que plantaram.

Gritei para Jurian que estava ao meu lado segurando Vassa com os olhos arregalados.

- Tire todos daqui, agora! - aquilo foi em tom de ordem sem eu querer e assim que minha voz foi ouvida os demônios passaram a realmente a atacar os humanos.

E logo Helion e Kallias passaram a atacá-los de um lado e do outro Tamlin e Thesan. Mas consegui sentir uma tristeza e desespero onde meus olhos viram uma criança debaixo da mesa chorando e um dos demônios percebeu seu choro e a viu. Fui até lá correndo e lancei meu poder sobre aquele monstro o afastando do menino. Mas sabia que logo ele iria se regenerar. Me aproximei da criança que tremia e soluçava.

- Oi. Está sozinho? - precisava que ele me respondesse pois onde estava o corpo daquele demônio passou a borbulhar rapidamente.

- Eu quero o meu pai! - choramingou com os olhos cheios de lágrimas.

- Tudo bem, querido. Vou te levar ao seu pai apenas se vier comigo, tá bom? - mesmo se ele não respondesse ou recusasse, eu o tiraria dali pois o monstro já estava se regenerando.

Ergui a minha mão e ele a pegou. Imediatamente o aproximei de meu corpo o segurando no colo fazendo-o afundar a cabeça em meu ombro. Ele não tinha mais de 3 anos pelo seu tamanho, seus cabelos eram longos com várias tranças nele, sua pele negra era clara e cheia de pintas, porém era humano.

Segurando a criança corri desviando dos postes de luz que caiam e atacava os monstros que apareciam no meu caminho. Eu precisava tirá-lo dali o mais rápido possível. Percebi que meus ombros passaram a molhar mas não era suor.

- Querido, você poderia fazer um favor para mim. Consegue cantar pra mim sem abrir os olhos? - lancei meu poder de novo em outro monstro que estava em uma das barracas de jogos.

E assim ele fez. Passou a cantarolar uma música em meio aos seus soluços enquanto eu atacava consecutivamente os demônios. Nenhuma lança adiantava, mesmo os partindo ao meio, eles não morriam. Quando ele passou a repetir a música pela segunda vez, passei a cantar com ele. Eu precisava me distrair da dor do desespero que consumia cada canto do meu corpo.

Olhei à minha volta e percebi que a maioria dos convidados haviam evacuado o lugar. Vassa cuspia fogo nos monstros mas nada adiantava, eles se multiplicavam. Lucien também jogava seus poderes neles mas com nenhum sucesso. Não encontrei Feyre e o círculo íntimo, o único que ainda estava aqui era Rhys. E mais alguém também havia sumido. Cronos.

Tinha motivo o sumiço de Feyre e sua família, pois ela estava grávida e todos eles se preocupavam com ela, e provavelmente deveriam estar com ela agora. Mas onde está Cronos?

Meus pensamentos foram interrompidos quando a criança gritou.

- PAPAI!

Olhei para trás e vi um homem já de idade suando, porém um sorriso desesperado cobriu seu rosto assim que viu a criança no meu colo. Entretanto, enquanto ele vinha até nós, dois monstros passaram a correr atrás dele. Rapidamente fiz uma barreira sobre ele que não percebeu de imediato. O menino ergueu suas mãos pequenas para o pai que já estava mais próximo e coloquei outra barreira na criança. Não iria deixar que o filho visse a morte de seu pai, então fiz questão de acabar com aqueles monstros que tentavam ao máximo romper a barreira que fiz a nossa volta.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora