𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 61

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

Hoje estamos prontos. Cada um em prontidão para matar quem for preciso para adquirir a paz.

Vesti a armadura branca que destacou ainda mais minha pele escura, apesar de meu cabelo também ser branco. Mas enquanto me arrumava percebi o quanto eu era forte por ainda estar aqui. Eu era uma sobrevivente de uma vida de dor e sangue, onde tudo foi tirado de mim, mas ainda estava aqui.

Agora estava em frente aos guerreiros de cada Corte. Mas como imaginei, ninguém da Corte Lunar estava presente. Pelo que Azriel investigou na última semana, a Corte está sem ninguém nas ruas ou nas casas. Está completamente deserta. Mas como estávamos sem tempo, não fomos investigar ou ir até lá, porém estávamos cientes de quem era a causadora disso.

Enquanto Cassian e os demais diziam discursos de motivação que contavam com a glória, eu estava arrumando a cela de Pompom e quando olhei para ele vi que ele percebeu o que aconteceria e ronronou me aproximando de seu pelo macio, me abraçando tristemente.

- É, Pompom. - digo acariciando sua cabeça. - Foi bom enquanto durou, não acha?

Ele me olhou triste mas mesmo assim pareceu sorrir. A armadura de prata fica bem nele.

- Lua. - escuto a voz de Lucien próxima e me viro para encará-lo.

Ele usava uma armadura preta que já o vi usar. Mas parecia um pouco diferente, com mais detalhes e mais preparada para enfrentar o clima frio da Corte Invernal. Em outras palavras, ele estava lindo.

- Quer falar algo? Os guerreiros desejam ouvir você.

Olhei para trás dele e vi todos ali me encarando em prontidão. Havia esperança no olhar de cada um, mas principalmente motivação.

Se querem que eu fale, falarei por eles.

Subi em cima de Pompom e me aproximei dos mesmos tendo uma visão de todos amplamente. Haviam muitos deles, que chegavam a cobrir toda a colina, mas ao comparar ao inimigo, talvez fossemos poucos.

- Acho que o general Cassian já tratou de encher vocês de palavras difíceis e complexas, então a parte mais fácil ficou para mim, aparentemente.

Alguns riram baixo, porém ainda existia uma tensão no ar que incomodava. Respirei fundo sentindo meu coração acelerado, mas passo a falar alto e firme. Era o meu dever passar segurança à eles independente de qualquer coisa.

- Hoje não irão lutar apenas para simplesmente matar nossos inimigos, irão lutar para mostrar ao próximo porque não se deve mexer com os de Prythian. Mostrem para eles quem são vocês e por quem lutam. Façam se arrepender de nos ameaçar e de terem retirado vidas de pessoas inocentes. - faço uma espada de luz e a ergo para o alto. - Até que a lua se parta, continuaremos a lutar pela liberdade. Por vocês, pelos seus irmãos, por Prythian!

- POR PRYTHIAN! - gritaram em um perfeito coro fazendo a terra sob os pés estremecer.

Um coisa importante, quando se está em uma posição como esta, se sente totalmente anestesiada e autoritária. Como se em um simples gesto, todos fariam o que você mandasse, o que de certa forma é verdade se comparar que seguiram minhas ordens durante dias.

Mas o mais engraçado é a situação em si. Em um dia você está indo ao altar, se casando apenas por um acordo político, vestida de branco e com a decoração perfeita e escolhida a dedo. E no outro você está em uma armadura com o mesmo tom de branco do vestido e indo para uma guerra que só está acontecendo por sua causa.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora