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𝐿𝓊𝒶
Depois do acontecimento de ontem, estranhamente não tive nenhum pesadelo. Dormi pela primeira vez tranquilamente, mas com as luzes acesas.
Quando acordei, Estela me disse que Jurian e Lucien foram comprar algo no mercado da cidade, e que ela iria resolver algo sobre sua família na Corte Diurna, mas logo voltaria.
Sai do quarto ouvindo vozes vindo do andar de baixo, no hall de entrada. Me deparei com várias crianças e Vassa tentando acalmar a bagunça. Eu sentia animação, ansiedade e uma ponta de timidez, vinda das crianças.
- O que é isso? - perguntei ficando do lado dela.
- Elas são as crianças do orfanato Browen, um orfanato que abriga as crianças que perderam os pais na guerra. Com isso desde que me mudei para cá fiquei sendo a tutora deles, nós lemos, jogamos alguns jogos, enfim uma tarde toda semana aqui. Uma forma de trazer diversão para elas.
Encarei as crianças que estavam conversando entre si e de maneira alta que mal consegui escutar a voz de Vassa.
- CRIANÇAS! Deem um olá para a nossa amiga, Lua! - disse Vassa estalando os dedos.
Olhei assustada para a ruiva ao meu lado, parecia uma verdadeira mãe falando.
- Lua como a lua? - um menino de cabelos castanhos perguntou.
- Exatamente. - respondi com um sorriso.
- Por que seu cabelo é branco? - uma menina de cabelos loiros perguntou com voz baixa. Com ela tinha um ursinho, era dela que vinha a timidez.
- É... - eu fui cortada por outra criança.
- Como ganhou essas tatuagens?
- É, elas são bem legais. - diz os dois gêmeos.
- Bem, é uma história longa...
- Queremos ouvir! - disseram elas em um solo.
Olhei para Vassa e senti que ela precisava de ajuda para cuidar das crianças. Então aceitei o desafio.
𝒥𝓊𝓇𝒾𝒶𝓃
Estávamos no mercado comprando algumas coisas que a Vassa insistiu que comprássemos para as crianças. O engraçado que qualquer um podia vir comprar, mas a querida rainha pediu diretamente para mim, é óbvio que puxei Lucien comigo.
Mas o caolho ao meu lado está mais quieto do que o normal. O encontrei no jardim antes do café, estava com uma cara péssima e olhando para o nada. Toda vez que ele ia para a Corte Primaveril voltava calado, com olho roxo ou o lábio cortado. Agora estava diferente. Se ele apanhou, os machucados se curaram mas havia mais alguma coisa. Ele estava quieto demais para meu gosto.
- Olha só. - parei na frente dele. - Diz o que aconteceu de uma vez.
Eu segurava sacolas pesadas nas mãos e soltei no chão e cruzei os braços.
- Não sei do que está falando.
- Sabe sim. Sei que Lua ficou te esperando voltar até anoitecer e aliás andava de um lado para o outro que pensei que quando chegasse na sala teria um buraco no chão. Ou seja, alguma coisa aconteceu pra ficar tão misterioso assim.
- Vai a merda Jurian! Aliás, por que contou para ela? - disse mais alto.
- Olha não grite, pois está chamando a atenção do mercado inteiro. - ele suspirou massageando as têmporas. - Eu contei porque ela me perguntou e eu não iria mentir. - ele revirou os olho- E outra, odeio ter que fazer o amigo e essas coisas, mas estou curioso pra saber o que aconteceu. Toda vez que você volta daquela Corte em ruínas fica... chato, digamos assim. Mas dessa vez tem alguma coisa estranha acontecendo com você.
Ele não respondeu, apenas passou por mim me ignorando e se misturando com as pessoas do mercado. Eu não acredito que ele fez isso.
Aquele caolho de merda!
Mas eu ainda vou descobrir o que está acontecendo.
Assim que chegamos na porta começamos a ouvir gritos. Mas não de desespero mas de... diversão? Que merda está acontecendo em casa?
Lucien me encarou com o cenho franzido e abriu a porta. Meus olhos não acreditavam no que estavam vendo.
Em um canto da sala havia uma árvore, mas ela... A MERDA DA ÁRVORE SE MEXIA!
Havia balanço em seus galhos e uma parte lisa onde as crianças se escorregavam. E eu podia jurar que a árvore estava sorrindo, ela tinha um rosto.
A casa está infestada por animais e pássaros onde algumas crianças brincam com elas. Até que de longe vi alguma coisa flutuando vindo na nossa direção. Mas o que é aquilo?
Aquela coisa estava em uma velocidade enorme até que consegui visualizar, eram Lua e Vassa em uma espécie de nuvem, há uma criança que segurava um ursinho com elas.
Antes que elas me atropelassem, eu me abaixei quase dando de cara com o chão. Deram a volta e depois param. Elas estavam rindo e pela primeira vez eu vi Vassa sorrir para mim.
- Demoraram! - diz Vassa descendo daquela nuvem estranha. - Pensei que chegariam só amanhã.
- Tivemos que vir. - eu olhava tudo ao redor tentando processar a cena.
- Mas o que... - Lucien estava mais confuso do que eu.
- As crianças queriam diversão, então eu trouxe a diversão para elas. - sorriu Lua. - Mas com a carinha de Vyridian.
Eu ainda estava boquiaberto por tudo e nem percebi quando Vassa já tinha tirado as sacolas das minhas mãos e entregado para Milena que tinha o cabelo bagunçado e cheio de flores.
Me virei para Lucien que estava encarando Lua que conversava com a criança do ursinho. Ele estava sorrindo de uma maneira que nunca o vi sorrir com gentileza e... carinho.
De repente passei a repassar tudo sobre os dois. Desde que Lua chegou aqui, Lucien parece estar mais bem humorado, mais... Sorridente digamos assim.
Depois da guerra eu dificilmente via ele sorrir, na verdade nunca o vi assim, mesmo em Hybern. Sempre calado e com olhar distante. E agora com essa garota, era diferente.
Será que Lucien de certa forma sente algo pela humana com poderes?
Se sim, sei que isso vai causar grandes problemas.
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𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮 𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻 • acotar
FanficE se o laço da parceria pudesse ser rompido e se refazer novamente, só que com outra pessoa? Lua uma garota de outro mundo que acabou sendo literalmente jogada para Prythian, um mundo onde ela não conhece que é totalmente diferente do seu. Mas há se...