𝓬𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 17

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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

𝐿𝓊𝒶

Na hora não acreditei que iríamos visitar o outono. Quer dizer, Corte Outonal como diz Lucien.

A vista do meu quarto na Diurna já mostrava toda a sua beleza, parece que o sol aqui adora brilhar e não quer ninguém ofuscando o brilho dele. Imaginava como seria a Corte Outonal.

Antes de estarmos na escadaria de mármore da entrada da mansão que mais parecia um castelo, avisei Helion. Ele não gostou muito da ideia de eu estar na Corte Outonal, mas logo expliquei o motivo, entretanto no mesmo momento em que disse sobre a mãe de Lucien eu o senti preocupado com uma ponta de desespero. E de repente ele acenou com a cabeça e virou as costas apertando as mãos em punho.

Talvez ele a conhecesse ou talvez estava preocupado com outra coisa. Não perguntei, apenas guardei sua reação.

- Preparada? - perguntou Lucien.

- Nasci preparada. Nada me derruba. - fiz um breve aquecimento e ele riu de novo.

Ele segurou minha mão e eu fechei os olhos com força, pude sentir ele sorrir.

Senti o chão desaparecer e apertei mais a sua mão cravando minhas unhas. Um cheiro de madeira seca invadiu minhas narinas. E novamente meu estômago se embrulhou.

- Pode abrir os olhos. - diz a voz rouca de Lucien.

Abri os olhos e xinguei.

As folhas avermelhadas com um fundo laranja dançavam no vento enquanto o céu estava um pouco nublado. A grama estava seca e as folhas faziam um manto sobre ela. As árvores eram grandes. Pude ouvir passarinhos e esquilos. Corujas e veados. A floresta parecia cantar em uma linda sintonia.

- Eu... Não tenho palavras pra descrever o que estou sentindo. E para uma empata, isso é estranho.

E realmente era. Para empatas dificilmente ficamos confusos sobre nossos próprios sentimentos.

- Gostou?

- Eu amei! - olhava para cada canto curiosa.

Olhei para trás e vi uma mansão. Era de pedra, as janelas de vidros e varandas em um estilo único. Era extraordinário as figuras que os arbustos que ainda tinham, formatos que valorizavam a imagem que eu tinha. Uma fonte de pedra estava no meio daquilo tudo e na entrada, com certeza foi colocada propositalmente para que admirassem a água cristalina. Mas algo estava errado, por que a família de Lucien moraria naquela mansão?

- Lucien. - o encarei. - Seu pai é o Grão-Senhor? - pergunto.

- É. - disse simples. Eu abri a minha boca surpresa.

- Então sua mãe é a Grã-Senhora! - afirmei.

- Não exatamente. É que... - franziu o cenho mas logo ele ficou quieto não terminando de falar. - Sei que está aí Eris, você nunca soube se esconder direito.

Ele olha para algo além de mim. Sua expressão mudou para indiferença.

Olhei para trás e encarei o homem caminhando até nós com as mãos no bolso. Seus cabelos ruivos estão penteados para trás, olhos cor de amêndoas queimadas, maxilar marcado e com uma postura de alfa.

- Olá Lucien, quanto tempo não é? - ele tinha um ar de autoridade.

- Não acho. A última vez foi na guerra, sentiu saudades? - o homem riu com sarcasmo.

- Sempre o mesmo. O que está fazendo aqui? - ele perguntou sério.

- Ela me chamou.

- Óbvio que ela te chamou, o filhinho preferido dela. - debochou e Lucien cruzou os braços.

𝓒𝓸𝓻𝓽𝓮  𝓛𝓾𝓷𝓪𝓻  • acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora