Depois de se passar um bom tempo e sem nem se quer conseguir tocar nesse assunto, hoje o que sinto é alívio em relembrar aquele dia.
No meio de todo aquele cerco que fizeram pra pegar o Matias um acontecimento o livrou.
Antes de chegar na porta de entrada escutei pelas caixas de som uma voz que dizia que todos os policiais estariam indo em direção a um assalto que acontecia naquele exato momento.
Parei de andar e respirei fundo quando senti a mão dele na minha cintura que me guiou até o lado de fora.
Na única joalheria do shopping acontecia um assalto e essa foi a oportunidade dele de fugir dali.
A sensação que eu tive aquele dia foi inexplicável.
O medo percorria por todo o meu corpo.
Só consegui soltar o ar que estava preso em meu peito, quando nós voltamos pro morro e eu o vi colocando a Liz para dormir.
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Já fazia mais de dez minutos que ele estava parado olhando pra ela e sem qualquer reação.
O que parecia é que ele tinha paralisado ali olhando pra ela por todo instante.
Yara: Vai logo pegar ela Yago. -Falei chamando atenção dele que não tirava os olhos da minha pequena.
Pesadelo: Que nada pô nem sei como que faz isso na real. -Ele falou todo sem graça.
Yara: Tu demorou tanto pra vim ver ela que esse medo não deveria existir mais. -Falei apontando pra Liz que estava no tapete se apoiando na minha cama tentando ficar de pé.
Ele me olhou com cara de deboche e se sentou no tapete ao lado dela.
Foi instantâneo, logo vi as lágrimas começarem a escorrer por todo o seu rosto.
Pesadelo: Esses zóio puxado me quebra criança, igualzinha a Gabriela pô. -Ele falou levantando ela na altura dos olhos dele.
Liz tentava alcançar as correntes dele com as mãozinhas enquanto ele chorava olhando pra ela.
Queria deixar eles sozinhos e assim eu fiz, disfarçadamente saí do quarto deixando os dois lá.
Fiquei feliz quando Yago me avisou que iria ver ela, por mais que ele tenha se enganado esse tempo todo dizendo que queria ficar distante, conhecer e se aproximar dela é o melhor pra ele e pra minha princesa.
Peguei meu celular na sala e logo achei estranho por não ter nenhuma mensagem dele.
📲 -mensagem
Eu: Matias?
Neném: Falo comigo amor.
Eu: Esqueceu o caminho de casa vagabundo?
Neném: Se manca garota, tô de marola aqui fora ouvindo a discussão dos vizinhos pô. -áudio.
Eu: Que coisa feia homi, larga de ser fifi.
Neném: Então eu não te conto o que eu descobri.
Assim que fui responder a porta da sala se abriu.
As colunas de fofocas perdem pra ele quando o assunto se trata em ligar os pontos e juntar os fatos, eu nunca vi alguém se empenhar tanto para descobrir algo.
Parece mentira porém não é, Matias é capaz de deduzir todo o contexto mesmo que ele escute só um lado, ele cria teorias que no final são todas reais.
Moreno: Que treta pô, mano pegou altas paradas no celular dela. -Ele falou todo animado vindo até mim, não tem coisa melhor do que fofocar com ele.
Yara: Eu te falei que noite passada eles estavam discutindo. -Falei assim que ele me puxou pra sentar no colo dele.
Moreno: Real em nem tinha pensando nisso. -Ele me olhou com uma cara de pensativo e logo depois sorriu juntando nossas bocas.
O que era somente um beijo acabou se tornando outra coisa.
E assim tem sido todas as vezes, um simples beijo tem se tornado inúmeras possibilidades de fazermos sexo por toda casa e de todas as formas possíveis, impossíveis e inimagináveis.
Desde bebezinha criamos uma rotina de sono para a Liz, nem muito cedo e nem muito tarde.
E isso realmente facilita para termos nossos momentos como um casal.
Como por exemplo quando nós sentamos e conversamos e quando também às vezes, bem raramente, discutimos por motivos fúteis ou por motivos que logo nós resolvemos.
Yara: Tá me levando pra onde? -Falei assim que ele me pegou no colo.
Moreno: Quietinha pô. -Ele falou no meu ouvido logo depois de soltar um tapa na minha bunda onde provavelmente ficou a marca, mordi meu lábio sentindo a ardência.
Não acreditei quando ele entrou no banheiro fechando a porta atrás dele com o pé.
Yara: Meu irmão está aqui Matias. -Falei o óbvio mais já sentindo todo o meu corpo se arrepiar, quando ele começou a distribuir beijos no meu pescoço.
Moreno: É só tu não gritar. -Ele falou colocando um das mãos no meio do meu cabelo enquanto a outra mão, estava indo pra dentro do meu short.
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