Moreno🪁
Ele perdeu a vida e eu me perdi nesse mundo, na real mesmo, não consigo enxergar nada além da morte dele.
Meu irmão, moleque mais incrível que já conheci, capaz de fazer geral da risada só por ele ser quem ele era.
Não tinha um que negasse um abraço ou um carinho dele, era dahora de mais ver que ele nunca teve problemas pra expressar seus sentimentos e conseguia fazer geral se olhar com mais carinho.
Uma semana, que aquela cena se repete na minha mente.
Uma semana, que eu não durmo porque todas as vezes que fecho meus olhos me lembro dele caindo de joelhos no chão, os segundos mais eternos da minha vida.
Uma semana, que eu não consigo olhar pras minhas mãos, por todas as vezes sentir que elas estão sujas pelo sangue dele.
A última coisa que ouvi ele dizer é que ele era o único que não tinha nada a perder, tem noção de como isso me machuca?
Nathan tinha 26 anos e partiu antes de conquistar as metas dele, de construir um lar, de se apaixonar e de sentir que aqui também existe algo que faça tudo valer a pena.
Partiu sem viver tudo que ele sempre sonhou.
Um tiro pô, foi uma vala que fez com que uma vida, uma história e um sonho se acabasse.
Nossa ideia sempre foi transparente e ele sempre me disse que tinha vontade de construir uma família e iria fazer diferente de tudo que ele viveu.
Nathan era o único moleque dessa vida do crime que eu sábia que não demonstrava ódio pelo passado, a ideia dele sempre foi fazer das cicatrizes, tatuagens de superação.
Nossa última conversa na sincera ele tinha me dito que tava disposto a sair do crime e ir atrás do sonho dele.
Nathan sempre se amarrou em cuidar dos pivetes do morro, e o sonho dele era criar um lar solidário pra proporcionar prós pequenos tudo que nem eu e nem ele teve.
Os olhos dele brilhavam quando ele me dizia que iria ver os moleque transformando a miséria em abundância.
A morte desse moleque acabou comigo pô, fico lembrando do enterro e não tem como deixar de falar em como ele ficou irreconhecível papo reto.
Olhei por diversas vezes pro caixão lacrado e isso só me confirmava o quão injusta foi a partida dele.
Ela tinha acabado de acorda e eu vi quando ela saiu do quarto.
Yara levantou e foi até o banheiro, antes de sair passou a chave na porta e me trancou do lado de dentro.
E assim ela tem defeito dês do primeiro dia que eu dormi aqui.
Quando ela sai do quarto ela tranca e quando a gente deita ela esconde a chave.
Ela tá fazendo de tudo pô e eu tô ligado que ela já tá cansada dessa situação.
Levantei da cama e fiquei esperando ela voltar, o que não demorou muito.
Pesadelo: E tu vai deixar ele trancado até quando Ya? -Ele falou assim que ela colocou a mão na maçaneta da porta.
Deitei na cama rapidão e fechei os olhos.
Yara: Eu não deixo ele trancado Yago que merda. -Ela falou passando a mão no meu rosto.
Pesadelo: Tu tá precisando sair daqui pô, tô ligado que nem teus corre tu tá fazendo.
Respirei fundo e senti minha garganta arder, ele não tá errado.
Ela não tem que passar por isso, essa caminhada é minha e de mais ninguém.
Posso sentir a exaustão dela pelo tom de voz.
Mesmo de olhos fechados eu sabia que ela tava se destruindo aos poucos.
Egoísmo se eu persistir nisso, amo ela pô e disso eu não tenho dúvidas.
Mais eu não quero ver ela assim, prometi pra ela o melhor de mim, e eu nem sei se isso ainda existe.
Não vejo ela sorrir mais, na maioria das vezes ela tá preocupada em não me deixar sozinho ou por não me trancar aqui dentro.
Ela não merece viver com medo e nem deixar de viver por medo.
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Aᴛᴇ́ ᴠᴏᴄᴇ̂ ᴄʜᴇɢᴀʀ
FanfictionTe digo com toda certeza em minhas palavras, nada foi tão incrível até você chegar... Plágio é crime!