Capítulo 11

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JOE MALKIN

Sean corre de um lado para o outro na loja como se estivesse na Disney. Seus olhos brilham ao olhar para a extensa coleção de casacos atléticos, equipamentos de gelo e tudo o que um amante de esportes pode sonhar em ter. O dono da loja é um conhecido meu e nos fez a gentileza de abrir mais cedo que o usual para que pudéssemos renovar os equipamentos de Sean.

- Kane me chamou para sair no sábado. - Smith fala com uma expressão rabugenta no rosto - O idiota acha que preciso sair de casa.

- Seu único contato com os humanos é enquanto está na Arena.

- Eu gosto de consertar minhas máquinas.

- Me admira que tenha virado um jogador de hóquei. Às vezes acho que você seria mais feliz como um fazendeiro.

- É difícil desapegar dos hábitos texanos, apenas isso. Evitar pessoas é uma arte que levei anos para aperfeiçoar.

- Explica muito sobre você ter escolhido morar em um rancho com o salário que você ganha.

- Meu rancho é perto o suficiente para que não interfira no meu trabalho e longe o suficiente para que eu não seja obrigado a conviver com a civilização. - Guarda as mãos nos bolsos de seu casaco - É perfeito.

- É por isso que Kane quer tirá-lo de casa.

- Kane gosta de transar, é por isso que ele sai tanto em busca da buceta da noite. Eu não planejo beber, quero voltar para casa na primeira distração que Kane tiver. Detesto multidões.

- Você deveria reclamar menos. Ser tão rabugento assim pode afastar pretendentes.

- Não preciso de pretendentes. Libby Ann já foi dor de cabeça o suficiente na minha vida.

- Ela não tentou contato?

- Não, graças a Deus. É melhor que continue não tentando.

- Mal! Mal! Veja isso. - Sean aparece com um taco grande demais para o seu tamanho, um capacete largo em sua cabeça e felicidade estampada em seu rosto - Isso é muito legal!

- Gostou desse?

- Sim. É a design mais bonito que já vi.

- Vamos conseguir um desse para o seu tamanho.

- Mesmo?! - Sean me olha esperançoso.

- É claro. Vamos comprar muitos equipamentos novos para você.

- Kim deixou? Não quero que Kim fique chateada comigo. Eu deveria ligar para ela.

- Eu já falei com sua irmã e ela deixou. Escolha os equipamentos que você mais gostar, é um presente meu.

- Mas esses são caros.

- Sean, amigão. - Me agacho para ficar mais próximo de seu tamanho - Não olhe para os preços. Escolha o que você achar bonito e compraremos os de melhor qualidade para você.

- Mesmo?! Vai me dar tudo isso?

- Sim. - Smith me interrompe, lançando um de seus sorrisos contidos para o garoto - E vamos comprar novos agasalhos para você. Se vai entrar para a equipe de hóquei, precisa ser o mais estiloso.

Me limito a sorrir. Quando contei que estaria aqui com Sean para comprar novos equipamentos, Smith fez questão de se voluntariar para nos acompanhar. Ele percebeu como Sean olha para as roupas esportivas e não lhe passou despercebido que as roupas do garoto são simples, mas quentes o suficiente para o clima daqui.

- Kim não vai acreditar quando eu contar para ela! - Ele dá um pulo e então corre pela loja novamente.

- Esse garoto é uma graça. - Smith fala.

- Ele e a irmã estão sozinhos por um longo tempo. É bom ter pessoas que os ajudem de vez em quando.

- A irmã dele autorizou mesmo essa saída de compras? Ela me pareceu orgulhosa demais para liberar algo assim.

- Eu disse a ela que compraria novos equipamentos para ele, ela não precisava saber a quantidade ou a qualidade dos equipamentos.

- E agora há as roupas.

- São um presente seu, não meu. Ela não pode negar um presente oferecido ao irmão dessa maneira.

- Toda essa boa ação é por ele ou pela irmã? Não me entenda mal, cara. Todos vimos como você não tirava os olhos da garota, estava praticamente urinando na perna dela para marcar território.

- Não seja um idiota, nada disso aconteceu.

- Então estávamos todos loucos? Ninguém viu você a olhando como um maldito alfa? Você já foi mais discreto que isso, Mal.

- Okay, eu estou interessado nela, satisfeito? Mas nossa presença aqui não tem relação alguma com meu interesse por Kim. Você já conheceu o garoto, Sean é especial e merece ter condições de conquistar seus sonhos. Vai me dizer que sua vida foi perfeita e nunca se perguntou se seria bom o suficiente para estar na liga?

- Certo, você tem o ponto.

- Eu sei que tenho. - Meu telefone vibra em meu bolso e o puxo para verificar a mensagem - Kane disse que o treinador está atrasado e a equipe técnica os mandou para o aquecimento na academia. Não precisamos ter pressa.

- Você acha que estou com pressa? - O homem arqueia uma sobrancelha negra para mim - Aquele garoto parece estar na Disneylândia. Não pretendo sair daqui até ele pegar tudo o que quiser.

- Pensei que não gostasse de pessoas e você não pareceu exatamente feliz por vê-lo na Arena a primeira vez.

- Sim e depois virei o tio Smith que compra besteiras daquelas máquinas caras do corredor. Sou um sulista, você mesmo disse que eu precisava praticar a fama que nós temos de ser bons em recepcionar os outros.

- Ser sulista nunca te impediu de ser um filho da puta por hobby.

- Eu posso ser uma pessoa legal quando eu quero.

- Não pode, não. Você é rabugento e antissocial por natureza. Ter nascido no sul foi uma mera coincidência do destino.

- Você não tem nada de melhor para fazer além de julgar minha vida como aqueles internautas na internet? Está parecendo aqueles fofoqueiros de programa meia-boca da televisão.

- Eu sou seu amigo, tenho licença poética para jogar suas merdas na sua cara. Talvez pudesse aproveitar mais a humanidade se não passasse tanto de seu tempo livre consertando aquela caminhonete.

- E fazer o que então? Encontrar alguma Maria Patins que dormirá comigo para se gabar na internet no dia seguinte? Não, obrigado. Minha caminhonete e eu somos um ótimo time.

Apenas uma Chance - Os Jogadores #1Onde histórias criam vida. Descubra agora