Capítulo 27

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KIM BALDRICK

No início pensei que havia acordado de um sonho estranhamente barulhento. Levou algum tempo para o meu cérebro perceber que não era um sonho e que a campainha é muito mais alta do que deveria. Com um suspiro cansado enterro minha cabeça no travesseiro macio.

Meus olhos se abrem e eu praticamente pulo para fora da cama como se estivesse em chamas. Eu não durmo numa cama, não tenho um travesseiro tão macio e definitivamente não há campainha na minha casa. Olho por todo o ambiente sem reconhecer onde estou.

É uma quarto simples e bonito com paredes azuis bem escuras, piso de madeira e uma enorme cama com Malkin dormindo nela As lembranças da noite anterior despertam meu cérebro sonolento e sorrio ao pensar no quão doce ele foi. A campainha barulhenta toca novamente e lembro do motivo de ter acordado. Pego a blusa que Malkin me emprestou e corro para fora do quarto a vestindo. Não sei ao certo que horas são, mas parece muito cedo para acordar Sean com esse som ensurdecedor.

Sem pensar direito em toda a situação, destranco a porta e congelo ao encontrar os quatro amigos de Malkin ali. Logan, Smith, Kane e Fleury me olham com espanto, da mesma maneira que estou olhado para eles agora, plenamente ciente que não estou vestindo nada além de uma blusa de Malkin, com os cabelos bagunçados e um rosto amassado pelo sono.

- Wow. Por essa eu não esperava. - Kane é o primeiro a falar. Os demais parecem lutar para fechar suas bocas escancaradas.

- Eu... Ahn... Malkin está dormindo.

- Isso não é exatamente uma novidade. - Logan é o primeiro a se recuperar e me oferece um sorriso educado - Nem eu terremoto acorda aquele velho.

- Por isso a campainha é tão barulhenta. - Fleury justifica.

- Ahn, vocês... - Olho em todas as direções possíveis, perdida sobre o que fazer e torcendo para que um buraco se abra e me engula - Vocês querem entrar? Vou acordá-lo.

- Sim. - Smith limpa a garganta - Nós apreciaríamos isso.

- É claro. - Forço um sorriso e abro passagem para todos. O dia ainda está amanhecendo - Eu já volto.

Sem esperar por qualquer resposta, praticamente corro de volta para o quarto. Preciso pegar minhas roupas. Acordar Malkin. Tentar recuperar um pouco da dignidade perdida. Entro no cômodo e caminho direito para o lado da cama, tocando se braço duro na intenção de balançá-lo um pouco.

- Joseph. - O balanço mais um pouco - Joseph, seus amigos estão aqui. Mal?  - Continuei a balançá-lo pelo que pareceu uma eternidade. O realmente o homem era uma montanha imóvel e nada parecia acordá-lo - Mal, vamos. É hora de acordar.

- Mais cinco minutos. - Resmunga e se vira para o outro lado como um garoto gigante.

- Nada de cinco minutos. - Dou tapinhas em seu braço - Há quatro jogadores gigantes na sala e eu não sei onde coloquei minhas roupas.

- Deixe-os esperar. - Resmunga novamente enfiando a cara no travesseiro.

- Pode ser importante.

- Hummmm. - Seu braço musculoso rodeou minha cintura mesmo sem olhar para mim e no instante seguinte eu estava ao seu lado na cama, sendo esmagada em uma abraço por uma parede de músculos.

- Bom dia, grande urso. - Rio e dou um beijo na ponta de seu nariz.

- Grande urso? - Ele ainda está com os olhos fechados, mas o cenho está franzido em confusão de maneira tão fofa. Até sonolento o homem é lindo.

- Sim, você sabe, todo grande, musculoso e fofo.

O sorriso em seu rosto sonolento é tão lindo que faz meu coração errar uma batida. Não sei ao certo quando começou, mas tenho sentimentos por esse homem e não se trata de uma fantasia virginal por ter tido minha primeira vez com ele.

- Nunca me chamaram de fofo.

- Isso porque quando você está no gelo é um grandalhão briguento. - Passo meus dedos sobre sua sobrancelha, precisando tocá-lo de alguma maneira. Em resposta para a minha fala, Malkin abre um único olho para mim.

- Como sabe que sou briguento?

- Por que meu irmão é seu grande fã?

- Touché.

- Agora que você está devidamente acordado, é hora de levantar e ver o que aqueles homens gigantes querem. - Dou-lhe mais um beijo na ponta de seu nariz - Devo dizer, é um pouco intimidante ver todos vocês juntos.

- Por que?

- Eu me sinto como se estivesse rodeada por jogadores da NBA. Qual a necessidade de pessoas tão altas? E vocês ainda usam aqueles patins!

- Pessoas mais altas tem pernas maiores, pernas maiores patinam com mais velocidade. É uma lógica simples.

- Então os baixinhos estão excluídos?

- Eles precisam provar seu valor com mais vontade. A altura é um ponto importante quando os times escolhem suas apostas.

- Então os jogadores são simples apostas?

- São apostas que precisam render. É assim que se mantém na liga profissional.

- Isso soa um pouco cruel.

- O mundo esportivo é competitivo em todas as suas vertentes, babe.

- Você está tentando me distrair. - Me remexo em seus braços - Mas eu ainda lembro dos caras na sua sala de estar.

- Não consigo mais cinco minutos?

- Não.

- Você é cruel, Kim.

- E você tem um sono muito pesado. Sua campainha é ensurdecedora. Estou impressionada que Sean não tenha acordado com tanto barulho.

- Eu preciso de uma campainha barulhenta para me acordar quando Logan passa aqui e me dá carona para a Arena. Eu costumo perder o horário.

- Nem consigo imaginar o por quê. - Arqueio uma sobrancelha para ele, imaginando quantos despertadores diferentes ele precisa programar no telefone.

- Tudo bem. - Solta um suspiro derrota - Farei nosso café-da-manhã enquanto descubro o que esses perdedores querem.

- Eu vou atrás das minhas próprias roupas.

- Estão na secadora.

- Como minhas roupas foram parar lá?

- Eu as coloquei para lavar. - Dá de ombros, como se não fosse grande coisa - Você estava dormindo profundamente e eu não queria te acordar.

- Você é tão doce. - Dou-lhe um beijo na bochecha - Vamos levantar. Os caras pareciam agitados, apesar do choque de me encontrar meio vestida na sua casa.

- Você é minha namorada, tem todo o direito de estar aqui. Poderia andar nua se quisesse.

- Nua? É sério?

- É claro. Eu teria que arrancar os olhos de cada homem na sala agora, mas valeria a pena. Você é uma visão e tanto.

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