🔵 Capítulo 59 🔵

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Já estamos na quinta-feira

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Já estamos na quinta-feira. Depois do que aconteceu na escola com o Gustavo na segunda ele não me fez mais visitas inesperadas.

Felipe sorria pra mim todo momento que eu passava perto dele. Todas as vezes eu sentia nojo. A escola estava levando a sério me deixar longe dele, na educação física, na aula, e até no intervalo.

Tive poucas lembranças durante a semana, nenhuma muito reveladora. Meu amigos estavam me ajudando muito e não sei descrever o quanto eu estava agradecida.

A escola também não pegava no meu pé e depois de todas as explicações os professores me perguntavam se eu estava entendendo. A maioria das vezes que concordei era mentira, mas tinha sim coisas que eu estava entendendo. Eu poderia não ter perdido essa parte da memória né?

Bom, cá estou eu passando pelos portões da escola. Olhares são direcionados para mim, como aconteceu durante a semana. Já estava começando a me acostumar com isso, mas não deixa de ser desconfortável.

Parece que comentam cada passo que eu dou, cada sussurro, cada olhar. É bizarro.

Mandei uma mensagem para meus amigos dizendo onde eu estava e esperei para ver se eu iria até eles ou eles até mim.

Eu estava sentada no banco do lado de fora da escola, minha mochila do meu lado. Esse jardim é muito confortável, a brisa é relaxante.

Lucas me mandou uma mensagem falando que tinha um convite para me fazer. Sorri sem reparar e mandei uma mensagem de volta perguntando qual era. 

- Peguete? - Tomei um susto e levantei automáticamente quando escutei a voz.

Me virei para o lado e ele sorriu de maneira relaxada e cínica. Eu não chegava perto dele, e por mais que ele estivesse com uma distância segura meu corpo se encolheu quase imperceptivelmente.

- O que tá fazendo aqui? - pergunto.

Felipe sorri e olha em volta. Faço o mesmo e reparo que não tem ninguém com a gente.

Eu juro que tinha mais umas 5 pessoas comigo aqui fora. Elas sumiram do nada?

- Achei que aqui fosse um local público - Responde minha pergunta.

Olho para o seu rosto, não deixo de reparar que ele tem um pequeno bigode. As vezes esqueço que ele - e eu - é mais velho. Me afasto quando ele decide se sentar no banco. Sua postura fica relaxada igualmente o seu rosto.

Segurei na alça da minha mochila e puxei para tirar de perto dele.

Sua mão batucava no apoio de costas do banco. Tinha uma aliança ali. Desviei o olhar para ele novamente quando escutei uma pequena risada.

- Você não pode ter tanto nojo de mim.

Posso, e tenho muito mais.

- Você teria gostado se tivesse colaborado.

Lucas, meu amigo imaginário (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora