🔵 Capítulo 52🔵

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Gustavo não olhava na minha cara

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Gustavo não olhava na minha cara. Bom, acho que ele me entendeu. E pra ser bem sincero, eu não sabia que poderia eu ser assim.

Eu nunca fui assim, não faço ideia do que aconteceu.

Mas funcionou, isso que importa.

Outra coisa que importa muito: um ser que no momento está agarrado em mim. Lua estava dormindo. Quando ela deitou não estava enroscada no meu corpo, mas no meio do sono ela virou para o outro lado e procurou meu corpo com a mão, quando achou abraçou e está até agora sem soltar.

Eu estou deitado com a barriga pra cima e ela está me abraçando de lado.

Olho para o seu rosto e tento gravar essa imagem, não sei quanto tempo eu ainda tenho com ela, sei que é muito pouco.

Eu estou pensando muito em como é a vida, eu não me conheço - engraçado dizer isso - mas na última vez que Elise viajou para o outro lado, ela fez questão de me contar um pouco sobre a minha vida.

Meu pais realmente morreram em um acidente de carro que eu estava presente. Isso eu tinha em volta dos meus 6 ou 7 anos. Uma tia, por parte da minha mãe, me levou para o Brasil e me criou.

A boa notícia é que essa tia continua viva.

Pelo que Elise me contou também, meu nome é Lucas Gabriel Adams Ribeiro. Nada muito diferente daqui.

Não tenho meus avôs nem avós, alguns nem cheguei a conhecer. Minha família tem alguma coisa com mortes, não é? Acontecem muito cedo.

Enfim. Fisicamente Elise me falou que tenho um corpo privilegiado. Ela usou a frase " Você tem um corpo desenhado pelos deuses, é uma obra prima" mas Elise é exagerada então preferi acreditar que tenho um corpo um pouco mais malhado que o meu.

Olhos da mesma cor e cabelo também. Então nada de novo. Gosto de culinária, de esportes e de animais.

Nada novo, de novo.

Tenho uma gatinha, acho que se chama Sol. Elise falou que essa foi uma conquista nova, a gata ainda é filhote.

E relacionamento? Elise no momento está acabando com todos logo no começo. Quando eu perguntei sua desculpa foi: " Você não quer acordar e ver que tem uma namorada, sendo que quer a "moon", então de nada"

Acabo sorrindo com isso. Agradeço pela Elise estar de olho na minha outra versão e não me deixar fazer algo que eu claramente me arrependeria.

Meu telefone toca me assustando um pouco. Lua nem se mexeu. Dorminhoca.

- Eu vou matar o Gabriel - A voz de Elise chega aos meus ouvidos.

- Por quê?

Sim, nós falamos de mim mesmo como se fosse outra pessoa. Já que Lise também me disse que somos muito iguais, mas ao mesmo tempo muito diferentes.

Lucas, meu amigo imaginário (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora