🔵 Capítulo 4 🔵

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Já faz uma semana desde que comecei a andar com as roupas "normais" na escola

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Já faz uma semana desde que comecei a andar com as roupas "normais" na escola. Não preciso nem falar que Felipe, Gustavo, Edward e até Alan estão toda hora me olhando, né?

Tentei me acostumar com isso. As vezes eram só olhares comuns, outras vezes eu me sentia completamente nua.

Mas já não é comum que os meninos que nem olhavam no seu rosto agora fazem isso de sobra.

Lucas e eu estamos do mesmo jeito. A faxineira voltou a trabalhar em casa, mas acho que serão poucos dias e minha mãe não para de falar sobre eu arrumar um namorado.

Eu não dúvido que ela arrume um garoto e tente fazer eu me casar com ele.

As vezes tudo bem, mas é muito chato sua mãe ficar no seu ouvido falando :" ta interessada em alguém?" "tem o filho de uma amiga..." " ta saindo com alguém?".

Ontem eu e Lucas fomos dormir cedo, estávamos estudando e acabamos dormindo, como sempre.

O Lucas sempre faz isso. Me coloca pra estudar, já percebi que isso teve resultado, mas isso não me faz gostar de estudar. As vezes queria ser igual o Gabriel que já nasceu com a inteligência e não precisa fazer nada.

Sendo realista, ele nem nasceu.

Acordei sentindo algo atrás de mim, logo pensei em ser Lucas dormindo, mas fiquei assustada quando vi um braço que eu não estava reconhecendo em volta da minha cintura. Oh Deus. Olho mais um pouco e reparo que por acaso sua mão estava entrelaçada com a minha. Ele era um branco um tanto bronzeado.

Espero que não seja um assassino que entrou pela minha janela. Cadê o Lucas nessas horas? Ele não deveria deixar isso acontecer.

Depois de alguns segundos olhando o braço com algumas veias aparentes - um braço bonito, por sinal-  percebi uma respiração no meu pescoço. Meus pelinhos da nuca se arrepiaram um pouco. 

Solto minha mão com cuidado para não acordar quem quer que seja. A mão da pessoa vai pra minha cintura me congelando por completo.

Com muita calma tentando acalmar meu coração - que acelerou - me viro lentamente para trás, seguindo o caminho do braço. Quando me viro por completo me assusto com a proximidade e me afasto, mas com um pouco de tempo reconheço a pessoa.

Lucas?

Ele estava dormindo, mas tinha algo diferente, ele tava mais...colorido...real.

Como eu não reconheci o braço de Lucas?

Quando ele ficou mais bonito?

E quando essa proximidade começou a me afetar?

Só agora sinto seu cheiro familiar. Eu não poderia ter sentido esse cheiro antes de ficar assustada?

Eu to lendo muito livro. Fiquei apavorada sem motivo. Que outro menino além de Lucas ia estar deitado comigo e com a mão entrelaçada na minha?

Ele começa a se mexer e abre os olhos devagar, com os olhos verdes olhando pra mim. Quando seus olhos se acostumam  com a luminosidade ele sorri. Meu olhar sem querer vai para sua boca rosada, mas logo volta para os olhos.

Lucas, meu amigo imaginário (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora