Sabe, eu nunca fui uma menina solitária, eu diria, eu só era tímida. Sempre me mudei muito, quando fazia amigos acabava perdendo contato. Como qualquer criança - a maioria sem irmãos - criei amigos imaginários. Eles andavam comigo para todo lugar, me ajudavam na lição, brincavam comigo...
Quando eu cresci, eu sabia que teria que esquecê-los. Eu estava muito velha para ter amigos que não existem, mas não conseguia esquecer, me sentia melhor com eles do que com muitas pessoas reais. Depois de muito tentar consegui.
Com meus 12 anos comecei a sofrer bullying. Por que? Porque eu era tímida, não me encaixava no padrão da escola.
Todas as meninas eram bonitas. Na época elas já andavam de salto, pegavam geral e tinham um pré corpo formado. Com o tempo o padrão mudou: seios grandes, roupas curtas e coladas, salto alto, bunda grande... além de terem que obedecer os homens. Super machista. Eu nunca fui e nunca serei desse padrão.
Para os meninos era diferente. Na época eles tinham que ser bonitos, arrumar encrenca e pegar geral. Com o tempo o padrão também mudou: músculoso, alto, pegador, saber jogar basquete, futebol ou vôlei - esses são os esportes básicos - além de mandarem nas mulheres, resumidamente, serem machistas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lucas, meu amigo imaginário (Concluído)
Genç KurguAmigos imaginários, quem nunca teve um? Para te fazer companhia, brincar com você quando estava sozinho... Como qualquer criança, Lua também teve seus amigos. Então chega a parte de esquecer eles quando cresce. Lua não conseguiu esquecer Lucas, seu...