24. Traição

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    — Acha que isso está bom? — Hailey pergunta pela vigésima vez sobre sua roupa e me esforço para não revirar os olhos. 

    — Já disse que você está ótima, Jenkins. — Murmuro, a olhando mais uma vez.

    Seu vestido de cetim branco está grudado em seu corpo e deixando a maioria de suas coxas à mostra, detalhando os mínimos detalhes das curvaturas da ruiva e de sua cintura fina.

    — Já podemos ir? Já estamos atrasadas. 

    — Tá bem, tá bem! Só preciso por meus brincos. — Corre para frente da penteadeira e me olha pelo espelho enquanto põe suas argolas. — Você também está incrível. — Me elogia e sorrio de leve, me virando para o espelho ao lado da cama da ruiva. 

    O vestido verde-escuro minúsculo e justo em meu corpo magro, faz uma combinação interessante com o sobretudo preto de couro que uso e que tem o mesmo comprimento que o vestido. 

Assim como com a meia calça preta e fina que obtém a estampa de uma cobra enrolando toda minha perna direita e com os coturnos escuros e lustrados. 

    O delineado comprido e perfeito que Hailey fez em mim, realça meus olhos claros, junto a sombra rosê e os cílios elevados pelo rímel. Assim como o gloss de morango que brilha em meus lábios avermelhados. 

    — Obrigada. — Agradeço, me virando para ela. — Vamos?

    Hailey pega sua bolsa em cima da cama, junto a seu celular. 

    — Vamos. — Se direciona as escadas e eu a sigo, fechando a porta de seu quarto.

    A casa de Aidan era a poucos quarteirões da residência de Hailey, o que nos fez ir a pé pelas ruas pouco vazias. 

    O clima da noite está agradável, considerando que é outono e que a maior parte dos dias quando anoitece a temperatura sempre cai. 

O que não é o caso agora, mas o vento pouco forte me faz deduzir que irá esfriar ou até mesmo chover. 

    Já consigo ouvir o som alto ser reproduzido dentro da casa de Banks assim que viramos a esquina de sua rua. 

Há diversas pessoas do lado de fora na calçada e no jardim da residência, a maioria com copos vermelhos de bebida na mão e alguns até bêbados, fingindo uma briga com os amigos enquanto riem exageradamente.

    Passamos entre eles e nos direcionamos aos três degraus de entrada, vendo através do vidro da porta fechada que o movimento dentro da casa era ainda maior e o som estava ainda mais alto que antes. 

   Hailey pega em minha mão e abre a porta, me puxando para dentro. Há uma multidão — a maioria universitário — no centro da sala, dançando no ritmo da música que passa e logo consigo avistar o dono da festa vindo da cozinha. 

    Aidan mira seus olhos em mim e abre um sorriso gigante, vindo ao meu encontro e abrindo caminho entre as pessoas.

Retiro meu sobretudo e o penduro no cabideiro atrás da porta.

    — Olha só quem apareceu! Minha pessoa favorita! — Abre os braços em minha direção e eu logo desvio de seu abraço, fazendo o garoto ir ao encontro de Hailey que estava logo atrás de mim. 

    Banks disfarça seu constrangimento e abraça a ruiva, que apenas retribui o gesto carinhoso do menino. 

    — Onde estão as bebidas? — Pergunto e os dois me olham. 

    — Mal fala comigo e quer ser recebida com bebida, Conway? — Aidan caçoa e reviro os olhos com seu humor quebrado.

    — Tá bem, eu procuro sozinha. — Me viro para sair de perto deles, mas o garoto agarra meu braço.

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