22. Ameaças

1.4K 113 54
                                        

    Abro a porta do meu apartamento e a fecho em seguida, jogando minha bolsa da faculdade em um canto.

Bufo e caminho para cozinha, pegando uma cerveja na geladeira e me sentando próximo a ela, no chão.

Dou um gole grande na bebida gelada e encosto a cabeça no armário atrás de mim, soltando um suspiro cansado.

Fecho os olhos por alguns segundos e a imagem de Dylan e Wendy juntos hoje mais cedo aparece na minha cabeça.

    Eu havia passado o dia pensando naquilo como um maldito ciclo infinito e estava odiando ter o sentimento de ter sido usada apenas para suprir a carência de Riley enquanto estava brigado com sua namorada.

    Continuo sentada no chão gélido próximo à geladeira, abrindo-a apenas para pegar mais uma cerveja para tentar me distrair de tudo.

Mal noto quando Audrey entra na cozinha e para bruscamente ao me ver, levando a mão ao peito.

    — Jesus, Lizz! Você me assustou! — exclama. — Há quanto tempo está aí?

    — O suficiente para esvaziar oito garrafas. — Brinco e levanto o vidro em sua visão, dando um gole na minha oitava bebida.

    — O que aconteceu? — Se aproxima com o venho franzido. — Minha nossa, você é realmente a irmã do Preston. — Resmunga enquanto recolhe as garrafas no chão e as coloca sobre a mesa.

    — O que quer dizer com isso?

    — Ele também se embebeda desse jeito quando acontece alguma coisa. Bem, ele parou com isso quando a Angie nasceu, mas às vezes tem uma recaída.

    Assinto vagamente, esvaziando o litro em um último gole.

Observo Audrey se sentar a minha frente com as pernas cruzadas em índio e a mesma retira o frasco das minhas mãos, colocando-o ao seu lado. Ela suspira, me olhando atentamente.

    — O que foi? — Interrogo.

    — O que está rolando com você, Lizz?

    Solto um riso nasal.

    — Por que estaria rolando algo comigo? Eu estou bem.

    — Se estivesse não estaria aqui agora sentada no chão frio tomando oito garrafas de cerveja. O que aconteceu?

    Olho para os meus dedos, os movendo de forma desconexa um no outro e solto um suspiro.

    — Olha não é nada tá? Eu... — me calo por um momento e encaro a loira, que espera pelo meu tempo de fala. Desvio o olhar. — Eu só estou cansada de ter pessoas que se aproximam de mim apenas para me usar e quando cansam simplesmente vão embora. — Desabafo, mordendo os lábios sutilmente.

    — Está falando de um garoto?

    Encolho as sobrancelhas.

    — Como sabe?

    — Já tive sua idade, Lizzie. Tive muitas decepções amorosas também vindo de garotos idiotas.

     Olho para um ponto qualquer.

    — Não quero pensar que o Dylan seja um idiota.

    — Então esse é o nome dele?

    — É. Dylan Riley. — Volto a olhar para a loira. — Ele foi o único garoto que conseguiu se aproximar de mim sem me fazer ficar desconfortável com a presença ou o toque dele.

    — Então qual é o problema?

    Solto um suspiro, encostando a cabeça no armário e encarando o teto.

GiverOnde histórias criam vida. Descubra agora