1. Lembranças

3.4K 213 107
                                    

    Grencheers, três meses depois

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

    Grencheers, três meses depois.

    O relógio tiquetaqueia em meus ouvidos.

Não consigo ter controle sobre minha perna que balança nervosamente, enquanto encaro a mesa pequena a minha frente.

    — Quanto tempo falta? — Quebro o silêncio agonizante entre mim e minha psicóloga, que está sentada há alguns metros de mim com uma caderneta em mãos, apenas me esperando falar algo.

    Ela consulta seu relógio de pulso.

    — Dez minutos  revela  podemos ficar aqui em silêncio, apenas esperando completar nossos cinquenta minutos passarem ou... pode falar sobre algo.

    — Não tenho o que falar.— Me afundo no sofá, evitando contato visual.

    — Não é o que parece, Liz.  Encaro a mulher loira, que mantém sua postura dócil.  Está se consultando comigo há muito tempo. Desde quando era menina. Lembra disso?

Assinto.

    — Como esquecer? Foi você que ouviu tudo o que aconteceu comigo desde o início.

     É, foi. E me sinto bem em saber que consegui te ajudar na época. Assim como ficarei se me der um voto de confiança e contar de si mesma, o que se passa.

    Mordo os lábios, encarando minhas mãos que suam em meu colo e me endireito, respirando fundo.

    — Matei uma pessoa.  As três palavras saem tão frias que até eu me assusto por fala-las em voz alta. Olho para Nancy, que parece um tanto que surpresa com minha revelação.  Na verdade eu não matei, eu... foi um acidente.

     Ok e... de quem estamos falando?

    Pisco algumas vezes, tentando me manter em controle.

     Meu melhor amigo. Tyson.

    — O que aconteceu?

Minha perna volta a se balançar compulsivamente e borrões de lembranças vem à tona na minha cabeça.

    "Vamos logo para casa, já está tarde.'"

    "Tá bem, eu estou indo. Vejo vocês amanhã!"

    "Tyson..."

    "Está tudo bem... vai ficar..."

     Lizzie?

    Ergo o olhar para Nancy, sentindo minhas irises pesadas e ardendo. Nego com a cabeça, me levantando abruptamente.

     Desculpa, eu não consigo.  Ando apressada para a porta e a abro, batendo com certa força e me encostando na parede clara ao meu lado.

GiverOnde histórias criam vida. Descubra agora