26. Cuidados

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    Estava deitada sobre o peito despido de Dylan, contornando suas tatuagens enquanto o garoto acariciava meu braço com a ponta dos dedos. Apenas um fino lençol cobria nossos corpos.

    — Suas tatuagens são bonitas. — Comento. 

    — Ah é? 

    — Uhum. Pretende fazer mais? — Levanto a cabeça para olha-lo. 

    — Não sei. Talvez. 

    Volto para as tatuagens, concordando com a cabeça. São desenhos aleatórios e minimalistas, mas que preenche a maior parte de seu peitoral, abdômen e braços. 

    — Gostei das suas.

    — Foi o Preston que fez.

    — Seu irmão é tatuador?

    Solto um riso nasal.

    — Não ele não é. Mas digamos que ele é bom em desenhar e fez elas em mim. — Conto e olho para a meu pulso, onde as borboletas estão desenhadas.

    — A da Barbie é a minha preferida. — Revela.

    Rio e abaixo o olhar para minha barriga. 

    — É, eu gosto dela também. 

    — Qual o significado? Era fã de Barbie quando criança?

     — Claro que era. Você não? 

     — Tá de sacanagem? Até hoje penso na forma de ser parecido com o Ken. Já viu o jeito que ele consegue ser bonito até quando não deve? 

     Gargalho alto com a indignação de Riley e subo em seu colo, beijando seu rosto. 

     — Se você se sente melhor, te acho mais gato que ele. — O garoto sorri e beija meus lábios. 

     — Eu sei. 

     Dou uma tapa leve em seu ombro.

    — Convencido. — Digo e deito em seu peito. 

     Fecho os olhos por alguns segundos quando sinto um cafuné sendo feito pelo garoto em meus cabelos. 

    Mesmo sem ver, percebo que Dylan está olhando para mim. Abro os olhos e apoio o queixo em seu peito, encontrando suas irises me analisando como se estivesse perdido em seus próprios pensamentos. 

    — O que foi? — Questiono. 

    Dylan continua em silêncio e para de mexer em meus cabelos. Junto o cenho e me ergo por completo, apoiando as mãos em seu corpo. 

     — Ei… no que está pensando?

   Ele balança a cabeça.

    — Nada é só… — desvia os olhos e respira fundo. Logo ele volta para mim, tocando de leve na lateral do meu rosto. Espero pacientemente por sua fala. — Como se tornou uma alcoólatra? 

    O humor em meu rosto se esvai lentamente com seu questionamento e sinto um nó formar em minha barriga, me fazendo engolir em seco.

     Saio de cima dele e caio ao seu lado, puxando o lençol até o meu peito. Encaro o teto do quarto, sem saber o que responder. 

    — Por que quer saber disso? — Questiono e olho em seus olhos.  

    Ele se remexe na cama, se virando para mim e apoia o seu peso em um dos cotovelos que está sobre o colchão. 

     — Eu só queria entender. 

    — Entender o quê? 

     — O porquê faz isso consigo mesma.

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