15. Viagem

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    O episódio ocorrido ontem com Chloe perturba minha mente. Encaro o teto branco do meu quarto, pensando no que ocorreria daqui para frente.

Nunca imaginei que passaria por isso na vida e aqui estou eu, prestes a ir a um julgamento que definirá meu futuro.

    A carta que Chloe havia me dado dizia que a sentença ocorreria daqui a um mês. Apesar de ser um prazo longo, isso não muda o fato de que terei que enfrentar um tribunal.

    Tudo seria mais fácil se aquela noite nunca tivesse acontecido.

    Suspiro e esfrego meu rosto, tentando espantar meus pensamentos. Meu celular vibra na mesa de canto ao lado da minha cama. Pego o aparelho e olho a tela.

    O ponho no ouvido ao atender.

    — Oi, Hailey.

    — Bom dia!

    — Bom dia.

    — Espera, que voz é essa?

    — O quê?

    — A sua voz. Está estranha.

    — Estranha como?

    — Estranha no sentido de "estou triste alguém me abraça".

    Realizo uma careta.

    — Não gosto de abraços.

    — Mas aposto que quer receber um agora.

    É eu quero.

    — Não, não quero.

    — Se você diz. — Resmunga. — Vai me dizer o que aconteceu? E não ouse falar que não é nada, eu te conheço.

    Respiro fundo. Droga, ela realmente me conhece.

    — Chloe veio aqui.

    — Chloe Kohen?

    — É.

    — O que ela queria?

    Olho para a janela aberta do meu quarto, constatando a claridade do sol alaranjado da manhã atravessarem as cortinas claras.

    — Ela quer que eu vá a julgamento no caso do Tyson. — Revelo.

    Um longo silêncio é formado na chamada e penso que Hailey havia desligado, mas logo sua voz sai baixa do outro lado:

    — Isso significa que você... — Sua frase morre e sei exatamente o que Hailey quer dizer, mas não quer falar em voz alta.

    — Eu não sei... — Sussurro. — Não sei se vou presa.

    Sinto um aperto no peito ao pensar nessa possibilidade. Sei que Chloe fará de tudo para eu pagar pelo que a fiz passar e não vai hesitar em me por atrás das grades apenas para cumprir sua missão. E pensar isso me assusta.

    Hailey e eu ficamos em silêncio por um momento e sei que a ruiva está tão pensativa quanto eu devido ao suspiro que dar do outro lado da linha.

    — Quando será? Digo, o julgamento?

    — Daqui a um mês.

    — E já tem um advogado?

    — Preston está tomando conta disso.

    — Ok... — Mais um suspiro é dado pela ruiva. — Escuta, não importa o que aconteça, vou está com você tá legal?

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