17. Beijo

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    Estávamos na quinta rodada do jogo e solto um suspiro frustrado quando o garoto loiro lança seus dados e cai em um número da sorte.

    Ele sorri largo para mim e pisca, comemorando com seu amigo e aos que torciam por eles.

    — Sua vez. — Ele avisa e eu pego meus dados assim que coloco cem dólares sobre a mesa.

    Respiro fundo e pego o meu quinto copo de bebida de uma das bandejas que estava ali próxima, virando a vodca em meus lábios em segundos.

    Chacoalho as peças nas minhas mãos, torcendo mentalmente para dar certo dessa vez.

    Lanço os dados sobre a mesa e para minha infelicidade, cai mais uma vez em um número craps.

    — Merda. — Resmungo entredentes, me virando de costas para a mesa do jogo e afundando os dedos em meus cabelos.

    — É melhor parar de apostar Lizzie. — Dylan aconselha e eu o olho. — Já estamos na quinta rodada e você já gastou quinhentos dólares nessa brincadeira.

    Olho para a bancada de jogos, observando os garotos coletarem todo o dinheiro da mesa, rindo e conversando animados entre si.

    — Eu disse que ganharia e é isso que vou fazer. — Volto para ele.

    — Lizzie...

    — Não acredita em mim? — Interrogo e ele fica em silêncio, estudando meu rosto com calma. Em seguida assente.

    — Acredito.

    — Ótimo. Vou recuperar nosso dinheiro.

    — Nosso? É você que está apostando desde a hora que começou a jogar.

    — É só o modo de dizer. — Reviro os olhos e Dylan sorri.

    — Claro.

    Viro-me para bancada novamente e pego meus dados assim que coloco mais cem dólares sobre a mesa.

    Chacoalho as peças algumas vezes e as lanço. Os dados giram, rodopiam e vibram sobre a mesa, quicando algumas vezes antes de parar. Uma pontada de esperança cresce em mim e cruzo os dedos, enquanto encaro as peças em expectativa.

    Número craps. Droga.

    Sinto o olhar de deboche que o garoto loiro lança para mim e o encaro, tentando conter minha irritação por ter tanto azar em seis rodadas seguidas.

    — Se eu fosse você parava de jogar, lindinha. Sabe que já perdeu. — Diz e coloca cem dólares em cima da nota que havia posto antes, pegando seus dados e os chacoalhando, jogando-os em seguida.

    Pego mais uma bebida ao meu lado assim como Dylan e a viro novamente, com o olhar grudado nos dados.

    Eles giram por alguns segundos e em instantes param, e mais uma vez sinto a frustração vir por cair em um número da sorte.

    Mais uma comemoração é feita entre eles e eu respiro fundo.

    — Bom acho que é isso. — O loiro chama minha atenção. — Quem sabe da próxima você talvez tenha chance. — Pisca e se vira para sair.

    Aperto os punhos, irritada com o sarcasmo do garoto e Dylan percebe isso, pois segura de leve meu antebraço e eu o olho.

    — Vamos fazer assim. — Começa, olhando para o garoto do outro lado da bancada. Dylan coloca a mão em um dos bolsos de seu jeans e retira algumas notas, a batendo na mesa. — Aqui tem quinhentos dólares. Se nessa próxima rodada Lizzie tirar um dos números da sorte, o jogo acaba e ela leva esses quinhentos e o dinheiro que você conseguiu.

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