42. Recordações

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    Estou deitada com a cabeça no colo de Riley, que tem um livro em uma das mãos e o ler, enquanto a outra faz um leve carinho nos meus cabelos após tomarmos banho.

    São quase uma da manhã e me pego encarando o menino, que tem o rosto relaxado e parece concentrado na leitura que faz.

    Dou um sorriso pequeno, olhando com atenção os traços finos do seu rosto.

Sua mandíbula marcada, o nariz fino e pontudo e suas bochechas onde obtinha quase se invisíveis, pequenas sardas espalhadas nelas.

   Seus olhos azuis, agora escuros devido a pouco iluminação do quarto, que é clareado apenas por dois abajures, um a cada lado da cama e seus cílios compridos que batem lentamente vez ou outra, com pequenos fios de cabelo caindo estrategicamente a cada lado da sua testa.

    Dylan definitivamente é o garoto mais lindo que já vi e posso provar isso.

    — Apreciando minha beleza, gatinha? — O garoto me tira dos meus devaneios, com um sorriso maroto nos lábios, ainda com os olhos vidrados na página do livro.

    — Tão convencido. — Rolo os olhos, parando de encará-lo.

    O vejo fechar o livro e pôr ao seu lado no colchão, me dando um beijo na ponta do nariz.

    — No que estava pensando? — Brinca com a mecha do meu cabelo, estudando meu rosto.

    — Em nada. — Penso um pouco, estreitando os olhos. — Sabe, nunca me contou sobre a sua vida em Las Vegas.

    — Não tenho muito o que falar sobre.

    — Nem dos seus amigos?

    Ele suspira.

    — O que quer saber deles?

    — Não sei. — Encolho os ombros. — Você disse que eles... — Não consigo dizer a palavra "morreram" sem soar rude. — Bem...

    — Morreram?

    — É, isso. — Pigarro. — O que aconteceu?

    O menino me fita por um momento, antes de retirar sua mão do meu cabelo e descansar a cabeça na cabeceira da cama.

    Ergo-me, pousando a mão em seu peitoral despido até a cintura.

    — Ei, não precisamos falar sobre isso se não quiser, tá?

    Dylan dá um sorriso fraco.

    — Vem cá. — Me puxa para o seu colo, me conduzindo a levar minhas pernas a cada lado do seu quadril.

    Riley abraça minha cintura por debaixo da blusa grande que uso e que pertencia a ele, antes de respirar fundo, como se estivesse se preparando para falar o queria.

    — Bom, eu... tinha dezesseis anos quando isso aconteceu. Digo, a morte do meu grupo de amigos.

    — O que aconteceu com eles? — Acaricio vagarosamente os cabelos da sua nuca

    — Fomos a uma festa em uma boate em Las Vegas como sempre fazíamos quase todos os fins de semana.

    — Boate? Não eram menores de idade?

    Ele sorri fechado.

    — Isso não era um problema para nós. Enfim, numa noite de sábado estava muito quente como sempre e resolvemos nos divertir na Vanity. Teria muitas atrações aquela noite e não queríamos perder de maneira nenhuma. Antes tivéssemos perdido.

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