7. Sorrisos

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     — Sente-se, por favor.

    O diretor aponta para a cadeira confortável em frente a sua mesa.

    — Pode me dizer o que está acontecendo? Por que estou aqui? — Questiono ao me sentar assim como a garota loira, que continua mascando seu chiclete.

    O homem se acomoda do outro lado da mesa e se inclina, juntando as mãos.

    — Srta. Conway, a Srta. Roberts me consultou há alguns dias e disse que você a ameaçou de morte. É verdade?

    — O quê? — exclamo — Claro que não!

    — Ela também tem o testemunho das amigas que estavam no corredor junto a ela quando você a encurralou contra a parede e a ameaçou.

    — Isso é ridículo eu não fiz nada!

    — Então você não chegou perto dela e nem trocou palavras com ela? — questiona, com um olhar severo.

    — Não! Quer dizer, sim, eu cheguei perto dela, mas não a encurralei na parede!

    — Mas a ameaçou?

    — Não, eu não... — olho para a loira, que arqueia as sobrancelhas em ato de desafio. — Tá, eu posso ter dito alguma coisa, mas não foi nada demais.

    — O que você disse?

    — Isso realmente importa?

    — O que você disse, Srta. Conway?

    Olho para o alto, soltando o ar pela boca.

    — Olha isso é ridículo tá legal? Não estaríamos tendo essa conversa se ela não tivesse me acusado de ser uma assassina aquele dia. — O homem lança um olhar diferente para a loira, como se não soubesse desse detalhe. — É, é isso aí ela me chamou de assassina e delinquente. Aposto que ela não te contou isso.

    — O que tem a dizer, Srta. Roberts?

    A menina encolhe os ombros.

    — Isso não anula o fato dela ter me ameaçado de morte, não é?

    Solto um riso de escárnio e me levanto.

    — Isso só pode ser brincadeira.

    — Srta. Conway é melhor você se sen...

    — Não, eu não vou ficar aqui ouvindo toda essa droga sobre mim, sabendo que no final você ficará do lado dela. Porque é isso que acontece quando se trata da aluna popular e de pais ricos que paga absurdos para a filhinha estudar na única e melhor faculdade da cidade.

    — Eu não sou o vilão aqui, Lizzie. Estou apenas tentando resolver isso pacificamente entre duas excelentes alunas da minha universidade que por um acaso se desentenderam.

    Estreito os olhos.

    — Nós dois sabemos que você não dá a mínima para os estudantes desse lugar e que só me conhece pelos boatos que circulam por aí. Ou estou errada? — levanto as sobrancelhas.

    Ele fica em silêncio.

    — Foi o que eu pensei.

    Coloco a alça da minha mochila em meu ombro esquerdo e faço menção de ir para a saída.

    — Saiba que se você sair por essa porta, terá consequência. — Viro-me para ele. — Não pode simplesmente ofender a minha pessoa e se retirar da minha sala dessa maneira.

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