35. Julgamento

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    O tão esperado havia chegado. O dia do meu julgamento.

    Quando paro para pensar que há alguns meses, antes de eu sair de Los Angeles, a minha vida era feliz e calma, sinto vontade de simplesmente voltar no tempo e fazer tudo diferente.

    Eu não iria para a festa no Hades assim que cheguei para comemorar o primeiro dia de verão. Muito menos convidaria Tyson para ir comigo. Talvez fazendo isso, a minha vida não teria se tornado o caos que está agora.

    Respiro fundo, olhando uma última vez a hora no meu celular. 09:45AM.

    O julgamento começaria às dez, mas Preston e Audrey sugeriu que eu viesse mais cedo.

    E aqui estou eu, no banheiro do lado de fora do tribunal, esperando o tempo passar e de alguma forma, me manter calma.

    Eu já havia tomado os meus três comprimidos diários assim que acordei e agora ponho um calmante na minha língua, engolindo em seco. Precisava de controle.

    Coloco o frasco laranja de remédio no bolso do meu sobretudo preto que uso, olhando minha aparência no espelho.

    Meus olhos antes brilhantes como uma pedra do sol, estão opacos e pouco inchados, resultado do meu choro incessante de ontem.

Minha pele está pálida e o que ajuda agora em meu semblante horrendo é o corretivo e o rímel que passei, na tentativa de esconder minhas olheiras profundas pela noite mal dormida.

    Você está péssima, Lizzie.

    Minha mente me julga, mas não me importo. Eu só precisava que aquilo tudo acabasse de uma vez por todas.

    Ouço passos atrás de mim, e olho pelo reflexo do enorme espelho, Audrey aparecer.

    — Oi... — Se aproxima com cautela, com os braços em frente ao próprio corpo. — Está pronta?

    Respiro fundo, olhando para mim mesma no espelho. Eu não estava pronta. Nunca estaria.

    — Estou.

    A garota para atrás de mim, me olhando através do vidro. Ela me segura pelos ombros, sorrindo fraco.

     — Vai dar tudo certo. Prometo.

    Não sabia se acreditava nisso. Na verdade, eu não acreditava em muita coisa.

    Tudo estava de cabeça para baixo e tudo que ouvi esses últimos dias foram palavras de afirmação de que tudo ficaria bem e que daria certo, como estou ouvindo agora. Mas isso está nem perto de acontecer.

    Me contenho em apenas afirmar com a cabeça e me virar para ela.

    — Como Dylan está?

    — Não sei. Hailey ainda não me ligou então ele ainda deve estar desacordado.

    — Ela vai vim?

    — Vai. Assim que possível.

    — Certo. — Olha as horas em seu relógio de pulso. — Falta dez minutos. Melhor irmos.

    Suspiro.

    — Tudo bem. — Digo e caminhamos para fora do banheiro.

    Muitas pessoas estão andando pelo extenso e largo corredor do tribunal, que tem um aspecto escuro devido às paredes amarronzadas e detalhes amadeirados no meio delas.

    Observo Preston e Angel vim até nós. A garotinha usava um vestido azul-bebê enfeitado com pequenas flores brancas em toda sua extensão e combinava perfeitamente com a tiara branca que tinha em seus cabelos extremamente loiros e brilhantes.

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