11. Encontro

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    Percebo uma pequena movimentação ao meu lado, me fazendo despertar. Esfrego os olhos tentando enxergar e me levanto preguiçosamente, me apoiando em meus cotovelos.

    Observo Dylan sentado de costas no colchão e logo ele olha para mim.

    — Bom dia. Te acordei?

    — Acordou.

    — Foi mal. Pensei em sair, mas depois de ontem achei melhor ficar pra caso...

    — Tá tudo bem. Obrigada. — Me sento passando as mãos sobre meus cabelos que cheiram a shampoo vanila e que ainda estão úmidos.

    — Você está bem?

    Assinto e mordo os lábios.

    — Estou.

    O menino continua a me encarar, como se soubesse que eu estava mentindo. É claro que eu não estava bem. Não me lembro o tempo em que fiquei bem.

    — Eu só... — Suspiro. — O que aconteceu ontem à noite, o pesadelo... eu os tenho diariamente. Eu sonho e parece ser real até um determinado momento quando eu consigo me libertar dele e... eu acordo como se... como se estivesse prestes a morrer com falta de ar e calafrios. — Fito uma parte do colchão. — Então eu não durmo mais porque tenho medo dele voltar de novo. E ele sempre volta. — Digo a última parte em quase um sussurro.

    Dylan está em silêncio ouvindo cada palavra minha e me sinto um pouco melhor por compartilhar um dos meus medos com ele e vê-lo tão concentrado em mim.

    — Você dormiu ontem. — diz de repente. — Fiquei acordado por algumas horas com receio de que você voltasse a ter esses sonhos ruins, mas não aconteceu. Você dormiu.

    — Porque você estava aqui. — Tento sorrir — Então obrigada por ficar.

    Ele dá de ombro em indiferença.

    — Ficaria mesmo se você me expulsasse gatinha. — Me lança uma piscadela.

    — Eu te socaria por isso.

    — E eu ainda ficaria. — Rimos e uma batida soa na porta.

    — Lizzie? Posso entrar? — A voz de Preston sai abafada do outro lado e eu e Dylan nos olhamos.

    O garoto havia parado de sorrir assim que ouviu a voz do meu irmão, dando lugar a uma feição de pavor e sobressaltado. Me seguro para não gargalhar do seu olhar de desespero.

    — O-oi Preston eu... eu estou me vestindo! — Grito.

   — Só vim avisar que fiz café.

    — Ok, eu saio em vinte minutos!

    — Tá legal. Escuta, o sofá estava desarrumado quando cheguei. Você que deixou daquele jeito?

    Riley arregala os olhos.

    — Puta que pariu eu estou muito fud... — Começa a falar e eu me inclino em sua direção, tampando sua boca rapidamente, o calando.

    Ele observa meu rosto surpreso e eu apenas levo o dedo indicador até meus lábios, pedindo silêncio.

    — Lizz?

    — Ah, oi, sim, fui eu, eu deixei daquele jeito. Estava assistindo filme quando cheguei e fiquei com preguiça de arrumar antes de dormir.

    — Ah entendi. Escuta, vou levar a Angie para conhecer a cidade.

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